Alcina

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Muito muito obrigada pelo carinho e pelas palavras de vocês!
Eu tô começando a me sentir melhor e já tô escrevendo Belas Criaturas.
Aqui vai um capítulo pra vcs, hoje é um dia especial, o aniversário de alguém muito muito importante e que infelizmente fez sua passagem para o mundo espiritual e depois de amanhã é o meu aniversário e por isso tô pensa do em presentear vocês!
Boa leitura!!!!

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Dizer que passavam muito tempo juntas era mero eufemismo. Nos dias que se sucederam, Ella aprendeu apreciar cada vez mais a companhia da mulher mais velha, a conversa entre elas era fácil e divertida enquanto trocavam informações sobre suas vidas anteriores à praga, pelo menos até certo ponto.

Descobriu, por exemplo, que Alcina se formou em medicina para honrar o desejo do pai que faleceu quando era criança, havia perdido os pais ainda muito jovem e acabou sendo acolhida por uma mulher chamada Miranda a quem encarou como mãe por um longo tempo; Ella também aprendeu que o irmão a quem Alcina se referiu era também de consideração, tendo sido criado pela mesma mulher Karl Heisenberg era tanto um grande engenheiro quanto irritantes mas haviam chegado a um acordo para sobreviverem ao fim do mundo. De toda forma, Alcina não exerceu a medicina como profissão principal, preferindo administrar a vinícola da família.

A fazenda em que estavam pertenceu ao avô de Alcina, depois aos seus pais e quando eles morreram, ela a herdou. Ella notou que a mulher tinha aquele ar que pessoas ricas exalavam, ainda que fosse forte e destemida o suficiente para sobreviver sozinha, mas só se deu conta do quão rica quando Alcina contou sobre o castelo que pertencia a sua família. Sério, quem tem um castelo? Aparentemente, Lady Alcina Dimitrescu fazia parte da nobreza e era uma condessa.

Por sua vez, Ella contou sobre seu passado após se formar em Belas Artes e tentar, muito mal diga-se de passagem, sustentar-se com sua arte.

Cumprindo sua promessa, Ella ajudava nos afazeres do dia a dia como podia e aprendia algumas coisas novas, sempre arranjando tempo para brincar com Sam e jogar a bolinha para que a cadela buscasse. Alcina também cumpriu sua promessa e Sam pode voltar a dormir dentro de casa no terceiro dia de Ella ali.

Quase não avistavam zumbis, raramente algum desgarrado se aproximava atraído pelo barulho que faziam; quando isso acontecia Sam latia incomodada e rosnava na direção do infeliz, Ella os eliminava com o facão e os tirava dali com um carrinho de mão para que não infectassem a terra ou a água do poço.

Alcina tentava ensiná-la a montar, sem sucesso até o momento, mas Ella não desistiria tão fácil; na primeira vez que tentou acabou tremendo de medo ao chegar perto do animal, o cavalo de grande porte parecia calmo e tinha olhos gentis, mesmo assim era grande e assustador e Alcina precisou montá-lo para que Ella criasse coragem e montasse junto a ela. Não que ela fosse admitir em voz alta, mas a proximidade da mulher mais velha a deixava desconcertada e fora de si, e Ella sabia que não tinha nada a ver com o fato dela ter sido mordida.

Mas esses pensamentos eram empurrados para o fundo de sua mente, em um lugar trancado e seguro durante todo o dia e, somente à noite, sozinha no quarto, ela se atrevia a revirá-los e analisá-los. Parecia uma adolescente hormonal, e aquilo a deixava com raiva de si mesma.

Foi por isso que aquela manha resolveu que precisava sair um pouco, esteve acostumada a estar com os amigos ou sozinha e a proximidade inesperada com Alcina era tanto bem-vinda quanto assustadora. Nesse novo mundo as coisas mudavam muito depressa e a qualquer momento as coisas entre elas poderiam mudar, para melhor ou pior. Então em seu sexto dia na fazenda, Ella tirou quase tudo o que tinha na mochila, deixando apenas itens essenciais e saiu no intuito de pilhar algumas roupas na cidade próxima.

Dias Passados (fanfic Lady Dimitrescu)Onde histórias criam vida. Descubra agora