Consequências

691 95 58
                                    

E aí meus amores! Titia está de volta, mesmo que teja doente.
.
Espero que gostem do cap de hoje.
.
Me sigam lá no tiktok e no insta (arwen_nyah nos dois) pq tô ventando produzir conteúdo pra vocês lá!
.
Boa leitura e por favor comentem pra aumentar o engajamento e ajudar essa escritora que tá morrendo na cama.

************

Receber a notícia que Alcina não a queria por perto foi mais do que difícil, foi como ter o coração partido e sofrer por um término de relacionamento que parecia nem mesmo ter começado. Se já era difícil encontrar o amor da sua vida em um mundo saudável, no apocalipse zumbi era praticamente impossível e, quando Ella finalmente teve a oportunidade de conhecer uma mulher incrível, não queria saber nada dela.

Não teve mais informações de Karl por mais que insistisse em perguntar, mas, pensando sozinha, chegou à conclusão de que Alcina havia lhe dito para não deixar que Ella saísse do acampamento durante a conversa que tiveram pouco antes de sair; infelizmente, naquela ocasião, decidiu parar de ouvir o que diziam para não se intrometer mas, caso tivesse feito, teria ido embora no mesmo momento ao invés de ficar se iludindo em voltar para os braços da mulher mais velha. Ao que parecia, Alcina mal podia esperar para se livrar dela e a realização de tal fato a deixou ainda pior.

Aparentemente as pessoas eram ainda piores durante o apocalipse, Alcina sequer teve consideração para terminar tudo, para falar que não a queria olhando em seus olhos.

Ella passou três dias inteiros no quarto, comeu quando Agatha lhe trazia comida e as conversas antes animadas passaram a girar em torno do seu relacionamento fracassado. Sabia que devia deixar passar, tentar esquecer Alcina e seguir com sua vida fosse no acampamento ou fora dele, mas parecia impossível.

Alcina ainda assombrava seus pensamentos, seus sonhos e pesadelos. Sua presença constante, ainda que não fosse física, irritava Ella profundamente. Afinal de contas, porque deveria sentir algo por alguém que a queria longe? Nunca fora masoquista daquele jeito, sempre preferiu tocar a fila o mais rápido possível, só que no fim do mundo a fila nem sempre era tão comprida assim.

No quarto dia finalmente saiu do quarto, foi levada a um psicólogo para que conversasse sobre seu ataque de raiva, mas somente por pura insistência de Helena e por achar que devia um voto de confiança à mulher mais velha; e também porque o jovem havia acabado de chegar ao acampamento e queriam encontrar uma serventia para suas habilidades adquiridas na faculdade, o que fez Ella se sentir como uma espécie de cobaia para dar o exemplo aos outros, mas ainda queria retribuir de alguma forma. O primeiro pensamento de Ella foi que o jovem não passava de um recém-formado, ou nem isso, no momento do surto e estava ali apenas com um sorriso idiota e cheio de boas intenções enquanto nem podia fazer muita coisa por aquelas pessoas, mas que assim como todos queria contribuir com sua pequena e crescente comunidade; depois de algumas horas conversando percebeu como estava errada, de alguma forma Danny, esse era o nome dele, tinha um dom inegável para escutar e aconselhar e, bem aos poucos, fez Ella falar sobre seu passado.

Ela contou sobre a família, sobre a faculdade e a antiga ambição de se tornar escritora, mas não lhe disse uma palavra sobre Alcina ou as circunstâncias em que encontrara Karl pela primeira vez. Não, aquilo ficaria trancado com ela.

Danny tinha um sorriso fácil, bonito, seus dentes brancos contrastando bem com a pele escura. Era o tipo de cara com quem Ella adoraria fazer amizade, parecia ser gentil e prestativo. Mas ela tinha toda uma bagagem emocional, um abandono por alguém que passou a considerar muito em pouco tempo e perdas que não conseguiu superar, e não precisava de mais ninguém para perder nesse mundo de merda.

Eles conversavam, mas ainda assim a pessoa mais próxima de Ella era Agatha. Era a amiga que a fazia pensar seriamente em ficar ali, esquecer Alcina ou qualquer aventura naquele mundo selvagem. Além disso, tinha quase certeza que havia algo acontecendo entre Agatha e Helena, ambas pareciam dançar ao redor uma da outra sem tomar o primeiro passo e – só às vezes – Ella sentia vontade de dizer para a amiga que no apocalipse poderia não haver um dia seguinte e que nada era melhor do que o hoje para tomar uma atitude; só que, apesar de querer ajudar, não era da sua conta, principalmente quando sua própria vida parecia uma bagunça incorrigível.

Dias Passados (fanfic Lady Dimitrescu)Onde histórias criam vida. Descubra agora