2. quase beijo

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Yara

- cadê meu dinheiro? - o homem com cara de mal pergunta ao meu pai

- ainda não está no tempo, e eu já te paguei - na mesma hora que meu pai fala o homem solta uma gargalhada alta

- quem manda aqui sou eu e eu quero o dinheiro - diz chegando mais perto do meu pai

- eu já falei que não tenho dinheiro - meu pai fala e na mesma hora é pego pelo pescoço deixando minha mãe desesperada

- QUEM MANDA AQUI SOU EU PORRA E EU QUERO A PORRA DO DINHEIRO - sacode meu pai, entro em desrespero porque não sei o que fazer

- vó ele vai matar meu pai - falo desesperada olhando para minha vó que também está abalada

- vai lá minha filha não deixe isso acontecer - rapidamente pego todas as minhas econômias e saio correndo do quarto chamando a atenção de todos

- eu tenho o dinheiro - digo ofegante com meu porquinho na mão

- ora ora que temos aqui - o homem solta painho e da um sorriso nojento vindo até mim - como você esconde uma belezura dessas em Ernesto - diz pegando no meu rosto, olho o rosto do homem cheio de feridas, dentes mais amarelos que tudo

- largue minha filha seu verme - meu prolifera

- cala boca antes que eu te mate - o homem rosna

- aqui está o dinheiro senhor - dou o cofrinho que é arrancado da minha mão com brutalidade e jogado no chão quebrando o meu cofrinho

- catem e contem - ele ordena ao seus homens que lago recolhem o dinheiro e começa a contar, em nenhum momento o homem tirava os olhos de mim e aquilo era tão desconfortável

Ele me dava medo muito medo

- senhor aqui tem 2 mil e 300 - o outro homem diz depois de um tempo contando o dinheiro

- miseráveis nem para ter dinheiro servem - ouço o homem sussurra baixo - eu vou voltar pra pegar o resto

- mas... - painho tenta falar só que é calado pela minha mãe

- ernesto

- e quanto a você boneca - alisa meu rosto e da um beijo na bochecha logo em seguida - depois conversamos - diz e saí com seus dois homens

- o que deu na sua cabeça em yara? - meu pai pergunta bravo

- ele ia te matar pai...

- ocê não pode entrar assim na conversa de adulto menina teimosa

- o sinhô é muito teimoso painho, sempre quero ajudar e ocê faz isso - falo magoada porque sempre ele me trata assim

- oia só como cê fala comigo em, ainda sou seu pai

- calma Ernesto - minha mãe entra no meio - ela tá certa homem aquele verme do Gerônimo ia te matar se ela não desce aquele dinheiro

- nem adianta falar que estou certa mainha ele nunca vai admitir - saio daquela casa antes que meus miolos estorem

Vou correndo em direção ao rio onde tenho certeza que encontrarei o Zeca

- ZECA - grito seu nome

- YARINHA -  ouço ele gritando de volta

- ONDE CÊ TÁ? - olho ao redor

- AQUI MUIE PERTO DAS DUAS PEDRAS IRMÃS - grita de volta, sem dificuldade acho o lugar lá vejo ele jogando a rede no Rio

- oi zeca - abraço ele

- oi Yarinha o que faz aqui uma hora dessas? Vem - me chama para sentar debaixo da árvore

- o maldito do Gerônimo foi lá hoje nos cobrar

- mas ainda não é tempo dele vim uai

- você parece que num conhece aquele animal do Gerônimo - falo triste - eu tive que da todas as minhas economias que era de eu usar para ir para São Paulo

- o rinha não fique assim não - pega na minha mão - ocê vai conseguir o dinheiro

- cê está feliz né zeca? Ocê era contra de eu ir para a cidade grande

- oia só eu num vou mentir não, mas se ocê fica triste eu também fico - pega a minha e beija e olha no fundo dos meus olhos

Dou um sorriso tímida Eu e zeca só somos amigos, mas eu sei que ele sente algo mais por mim

Mas ainda sim ainda o considero como amigo

Ele chega mais perto de mim, eu nunca beijei e queria que meu primeiro beijo fosse especial não debaixo de uma árvore

Ele fecha os olhos e faz um bico feio de doer, eu também fecho meus olhos quando estamos perto de beijar ouvimos um grito

- É ISSO QUE TÚ FAZ COM ESSE MOLEQUE?



até os próximos capítulos

Fodidamente hipnotizanteOnde histórias criam vida. Descubra agora