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Antes de começar o capítulo, gostaria de perguntar a vocês: acham que seria melhor eu colocar a história que mencionei nesta conta? Vocês estariam dispostos a ler se fosse aqui?

Coringa on|🃏

A primeira vez que vi a morena, minha atenção foi puxada de um jeito que eu não esperava. Ela estava parada na entrada do morro, com o olhar curioso, mas cauteloso. Não era o tipo de garota que normalmente chamaria minha atenção, mas havia algo nela que me intrigava.

"Quem é essa?", pensei, enquanto meu olhar se fixava na maneira como ela observava tudo ao seu redor. Havia uma fragilidade na postura dela que contrastava com o ambiente duro do morro.

Quando Pedro, o Menor, me pediu para buscá-la, não imaginei que o encontro seria assim tão impactante. Ela não parecia ser o tipo de garota que se metia em problemas, mas o olhar dela... havia uma história que eu queria entender. Algo a mais por trás daquela expressão.

Assim que cheguei à entrada, avistei Babi novamente. Meu coração acelerou, e não consegui evitar de pensar: "O que há de tão especial nessa garota?" Ela tinha esses olhos castanhos que pareciam absorver tudo, como se estivesse analisando cada movimento ao seu redor. E eu, no meio de tudo isso, me sentia completamente fora de controle.

Aquele era meu território. Eu era o Coringa, o homem que todos temiam, o chefe que fazia as regras. E, no entanto, havia algo naquela garota que me fazia querer me afastar de todo o resto. "Droga, o que você está fazendo comigo, Babi?" minha mente clamava.

Segurança... Por que Pedro estava tão preocupado com a segurança dela? Ele sempre foi protetor, mas Babi não parecia o tipo de garota que se metia em problemas. No entanto, havia algo a mais nessa história. Cada vez que a olhava, minha mente começava a flutuar em pensamentos estranhos. Eu precisava me afastar disso.

Desde a primeira vez que a vi na entrada do morro, algo dentro de mim se agitou. Uma morena com um olhar que parecia carregar segredos. O que era aquilo? Meus instintos sempre foram afiados, e eu me considerava imune a esse tipo de vulnerabilidade, mas ela... ela era diferente. Havia uma força nos olhos dela que me desconcertava. Eu sabia que não podia me envolver; ela era menor de idade e acabara de chegar. E, caramba, se Pedro soubesse que eu estava pensando assim, ele iria me matar.

"Ela tá segura agora", ele tinha dito. Segura de quê? Ou de quem? No morro, no meio desse caos? O que poderia ter acontecido na vida dela antes de vir parar aqui? Eu odiava não ter todas as respostas. Precisava entender mais sobre ela, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim queria mantê-la à distância.

Enquanto seguia pela boca do morro, o clima estava tenso. O carregamento de armas estava prestes a chegar, e eu sabia que a polícia poderia aparecer a qualquer momento. Uma falha dessa natureza nunca é bem-vinda, e eu não poderia me dar ao luxo de vacilar.

– Aperta o cerco, rapaziada, não podemos vacilar – falei com firmeza, organizando a equipe. Mas, mesmo no meio do caos, meus pensamentos continuavam voltando para Babi.

Por que Pedro a trouxe para o morro? Ele sabia das regras. Sabia que o lugar era perigoso, e ela estava ali como uma ovelha entre lobos. Não era só a proteção dele que me incomodava; era a sensação de que eu deveria estar fazendo algo. O que eu poderia fazer? O que eu faria se alguém tentasse se aproximar dela? Eu não sabia, e isso me deixava ainda mais inquieto.

Babi era uma incógnita, e eu não gostava disso. Ela não se encaixava nas minhas expectativas. Geralmente, eu mantinha o controle, mas com ela, era diferente. Havia uma fragilidade que eu nunca havia encontrado antes, algo que me desafiava a proteger, mas ao mesmo tempo, me fazia querer recuar.

"Para de pensar besteira", eu me disse. "Ela é apenas uma garota." Mas era impossível não me perder naquele olhar. Havia algo mais, algo que me fazia querer saber o que se passava na mente dela. E, mesmo sabendo que não era o certo, a ideia de saber mais sobre a vida dela, sobre suas dores, me intrigava.

Os gritos e risadas do morro se tornaram um ruído de fundo enquanto organizava o carregamento. Era um dia comum, mas minha cabeça estava em outro lugar. O que ela estava fazendo agora? Estaria pensando em mim? Era uma pergunta que eu não queria fazer, mas não conseguia evitar.

– Coringa, vem cá! – um dos meus homens chamou, me puxando de volta à realidade. – Precisamos decidir como vamos distribuir isso.

Eu assenti, mas minha mente vagava novamente para Babi. "O que você está fazendo comigo, garota?" Uma raiva silenciosa começou a crescer dentro de mim. A última coisa que eu precisava era de distrações, especialmente de uma garota que tinha o poder de me desestabilizar com apenas um olhar. Mas, mesmo assim, algo em mim queria entender.

Durante o carregamento, eu não podia deixar de pensar na fragilidade dela, no que Pedro poderia ter a dizer. Ele confiava em mim, mas como eu poderia garantir que Babi estaria segura? A pressão aumentava, e cada vez mais eu me sentia encurralado.

A equipe começou a agir, e eu tentei me concentrar, mas a presença dela me perseguia como uma sombra. Eu não queria me sentir assim, vulnerável, mas ela parecia ter se infiltrado em cada parte do meu ser. O que ela tinha de tão especial?

Depois de organizar tudo, decidi dar uma volta pela área. Precisava me afastar, me distrair. Mas, mesmo na calada da noite, minha mente girava em torno dela. O que eu estava fazendo? Por que a presença dela era tão avassaladora?

— Coringa! — a voz de Pedro interrompeu meus pensamentos. Ele parecia tenso, preocupado. — Onde você estava?

— Só estava resolvendo algumas coisas — respondi, tentando manter a calma. A última coisa que eu queria era que ele visse o que realmente estava passando pela minha cabeça.

— Espero que não esteja se metendo em encrenca — ele disse, com um olhar sério.

— Não se preocupe. Eu sei o que estou fazendo — garanti, mas dentro de mim, a certeza era frágil. Como eu poderia saber?

A noite continuou, e os sons do morro preenchiam o ar. As luzes piscando, as risadas, a música alta. Mas nada disso importava. Tudo que eu conseguia pensar era em Babi e no que o futuro poderia reservar para nós.

No fundo, eu sabia que precisava ficar longe dela. Mas, se havia uma coisa que eu aprendia na vida, era que o desejo nem sempre seguia as regras. E, de repente, a ideia de que eu poderia não ser o único que a queria começou a me preocupar.

— E se alguém se aproximar dela? — pensei. A possessividade surgiu em mim como um instinto, e eu não gostei disso. O que a morena estava fazendo comigo?

E assim, com o pensamento em Babi, eu percebi que a luta entre querer proteger e a necessidade de manter distância só estava começando. Essa batalha interna me deixava inquieto, mas não havia como negar que algo dentro de mim já estava mudando.


 Essa batalha interna me deixava inquieto, mas não havia como negar que algo dentro de mim já estava mudando

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