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Babi on|🦌

Oi, amores! Vim aqui agradecer por baterem a meta, vocês até passaram dela! Continuem assim. Como semana passada foi meu aniversário, resolvi fazer uma maratona para as meninas do grupo e vou postando aqui também.

Outra coisa que eu queria pedir, por favor: não comentem "quero mais" ou "posta mais". Isso desanima totalmente a autora e eu já pedi várias vezes, mas continuam comentando porque não olham o aviso.

Eu vou bloquear quem comentar isso, pois sempre peço e acabam ignorando.

Muito obrigada pelo carinho!

Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto. A luz forte me forçava a abrir os olhos, mesmo contra a minha vontade. Minha cabeça ainda girava com as lembranças da noite anterior — mas não era só por causa das meninas e do vestido apertado. Era também pela briga.

O rosto do Coringa, a tensão no ar, os gritos. As coisas quase saíram do controle. Lembrar daquilo me trazia um gosto amargo na boca. Eu queria que fosse diferente. Eu só queria paz, mas, pelo jeito, isso era pedir demais.

Tentei afastar os pensamentos, mas eles insistiam em ficar. Levantei-me devagar, sentindo o peso do corpo. Caminhei até o banheiro, que, diferente do que muita gente esperaria de uma casa no morro, era grande e bem luxuoso. Os azulejos claros, a pia de mármore... Tudo parecia fora de contexto, mas de alguma forma era o que o Pedro tinha conseguido construir para nós. Ele sempre cuidou de mim, sempre quis me dar o melhor. Mesmo aqui, no meio de tudo isso, ele encontrou uma maneira de fazer com que eu me sentisse segura.

Depois de me olhar no espelho por um tempo, fui para a cozinha, onde encontrei Pedro já lá, como sempre. Ele estava sentado à mesa, mexendo no celular, mas quando me viu, largou o aparelho e me encarou com um olhar preocupado.

— E aí, como você tá? — ele perguntou, direto ao ponto, sem rodeios. Sabia que ele estava falando da briga.

— Tô bem — respondi, tentando parecer convincente. Mas o peso da mentira estava sempre ali. — E você? Tá tudo tranquilo?

— Tranquilo? — Ele soltou uma risada curta, quase sem humor. — Depois daquela confusão de ontem? Você viu o jeito que o Lucas saiu dali? Quase que o Coringa dá um fim nele, e eu também perdi a paciência. Não era pra ser assim, Babi me desculpa.

Eu sabia que ele tinha razão, mas não queria reviver cada segundo da briga.

— Eu vi... — murmurei, olhando para o chão. —não precisa se desculpar você só queria me proteger. Eu não quero mais confusão.

— Nem eu, mas, sabe como é... Aqui, no morro, as coisas nunca ficam em paz por muito tempo.

Ele me olhou com aquele olhar sério, o olhar que ele sempre dava quando queria me proteger de alguma coisa. E por mais que eu soubesse que ele só queria o melhor para mim, às vezes parecia que ele carregava um fardo pesado demais, especialmente agora que eu estava de volta.

Depois de um café rápido e mais alguns minutos de conversa, Pedro começou a se preparar para sair. Ele sempre parecia carregar o peso do mundo nas costas, como se precisasse mostrar que estava no controle de tudo. Antes de sair, ele se virou para mim mais uma vez, como se quisesse ter certeza de que eu estava realmente bem.

— Você vai ficar de boa hoje? — ele perguntou, preocupado.

— Vou, Pedro. Não se preocupa. Vou desfazer as malas e descansar um pouco.

Ele assentiu, mas percebi que ele ainda estava com aquela expressão de quem não acreditava completamente.

— Certo. Qualquer coisa, me chama. — Ele hesitou por um segundo antes de me puxar para um abraço rápido, mas cheio de carinho. — Vou pra boca, mas volto logo.

Eu o observei sair pela porta, e a casa imediatamente ficou mergulhada num silêncio desconfortável. Eu estava sozinha, mas o silêncio me dava tempo para pensar. E pensar era a última coisa que eu queria.

Para tentar ocupar a mente, decidi desfazer as malas. Precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa, para não ficar presa aos meus próprios pensamentos. Peguei as roupas uma a uma e comecei a dobrá-las. Era algo simples, mas de alguma forma acalmava.

Foi quando, no meio das roupas, senti algo frio e metálico. Meu coração parou por um segundo. A aliança. Lá estava ela, escondida entre minhas coisas. Aquele anel que carregava tanto peso, tanto significado. E ao segurá-lo, as lembranças que eu vinha tentando enterrar voltaram com força total.

A festa de noivado. A violência da minha mãe horas antes, me socando porque o vestido estava apertado. Eu tinha engordado um pouco, algo que nem dava pra notar direito, mas para ela, foi o suficiente para justificar a agressão. Naquele momento, eu soube que precisava fugir. E foi o que fiz.

Lembro do sorriso do meu noivo — um homem de 28 anos, bonito, de boa aparência. Ele tinha tudo: dinheiro, influência, uma vida de luxo. Mas nada disso me importava. Eu era apenas uma peça no jogo dos meus pais. Eles tinham me forçado a aquele noivado, e eu, presa nas expectativas deles, estava disposta a fazer o que fosse preciso para escapar.

Agora, olhando para a aliança, me perguntei por quanto tempo conseguiria esconder isso do Pedro. Ele não sabia. Eu nunca contei. Como eu poderia explicar para ele que eu estava noiva de um homem quase doze anos mais velho? E que meus pais tinham me forçado a isso?

Eu respirei fundo, guardando a aliança de volta na mala. Não era o momento de lidar com aquilo. Eu precisava me recompor. Precisava esconder aquela parte da minha vida pelo menos mais um pouco.

Ainda refletindo sobre tudo, tentei me distrair organizando o restante das minhas coisas. Mas a tensão continuava ali, firme, nos meus ombros. Eu não podia escapar para sempre. Mais cedo ou mais tarde, teria que contar tudo para o Pedro. Mas como? Como contar que meus pais tinham me vendido para um casamento arranjado?

Suspirei, fechando a mala quando ouvi batidas na porta. Quem poderia ser? Pedro não tinha avisado que alguém viria. Um medo irracional cresceu em mim. E se fosse ele? E se o homem que eu estava fugindo tivesse me encontrado?

Respirei fundo e fui até a porta. Ao abrir, lá estava ele. O Coringa.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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