Capítulo 11

3.3K 378 102
                                        

Paris - França - 08:00 - terça feira.

Acordei sentindo uma dor enorme na minha cabeça. Olhei ao redor, mesmo escuro sabia que estava no meu quarto, passei a mão nos meus olhos e me sentei na cama. Acendi o abajur, olhei a hora no meu celular, 08:00 horas da manhã.

Lalisa vai me matar meu Deus! Como eu cheguei em casa?

Tinha um remédio e um copo de água na mesinha da minha cabeceira. Peguei o remédio e tomei, minha cabeça estava querendo explodir.

Levantei para ir ao banheiro, notei que eu usava apenas minha calcinha e uma camiseta que eu normalmente gosto de dormir, ia até metade das minhas pernas. Será que Lisa trocou minha roupa?

Tirei a camisa e entrei embaixo do chuveiro, me lavei rapidamente, escovei meus dentes e fui ao meu closet trocar de roupa.

Calça jeans, um suéter YSL preta de gola alta. Prendi meu cabelo. Calcei um salto da cor da blusa de ponta fina e um óculos também da YSL. Aí eu amo andar produzida com marca cara.

Desci as escadas, logo encontrei Mikael sentado na sala.

— Bom dia Roseanne. Lalisa deixou ordens para você tomar café da manhã ao acordar e em seguida ir até a YSL.

— Okay... É... Mikael, você me trouxe para casa?

— Sim senhora, Lalisa te colocou na cama.

Aí meu Deus, foi ela mesmo quem me trocou. Fechei meus olhos até superar a vergonha.

— Ela está brava?

— Com a senhora? – Confirmei com a cabeça. — Você vai sobrevier menina, não se preocupe.

Sorri sem graça e fui para a cozinha.

A senhora que trabalha para Lisa rapidamente me serviu. Acho que para trabalhar com Lisa, um dos pontos principais é saber inglês, todos dominam o idioma.

— Café senhorita?

— Sim, obrigada dona Lea.

— Nunca vi a senhora Manoban tão estressada quanto essa manhã. Querida, o que você aprontou?

Parei o pãozinho que eu levava para a boca no meio do caminho.

— Ela estava estressada?

— Lalisa não gosta muito de ser contrariada, Rosé.

— É, eu sei disso. Acho que não quero me encontrar com ela hoje.

Mastigue o pão com calma. A senhora ficou rindo.

— A senhorita tem alma de adolescente, é como meus filhos. Já Lalisa mesmo bem nova, é muito madura.

Terminei minha refeição e sai com Mikael para minha morte. Logo eu estava entrando na YSL e Javier me abraçando morrendo de rir.

— Você está rindo sua bicha safada? Lalisa quer me matar!

— Eu te avisei para não beber tanto criatura! 

— Não ultrapassei as cinco, só tomei quatro!

Javier riu e me abraçou de novo.

— Vai lá encarar sua irritadinha. Já tomei a minha bronca, agora é sua vez.

— Ela não é minha...

Fiz uma careta para Javier e fui até a sala de Lisa. Nunca entrei aqui antes. A secretária dela autorizou minha entrada.

— Moça, você não quer entrar comigo não?

A menina apenas riu e balançou a cabeça em negativo. Abri a porta calmamente e entrei na sala recuada, Lisa tirou a atenção do notebook e me encarou.

— Queria falar comigo Lalisa Manoban? – Sorri torto para ela.

Não se deixe abalar Roseanne, mostre confiança.

— Sente-se Roseanne! E feche a porta por gentileza.

Ela apontou para a cadeira a frente da sua mesa. Como que anda mesmo?

Andei até ela em passos lentos, Lisa desceu os olhos para meus pés. Sentei e cruzei minhas pernas, se ela curte mulheres, eu posso tentar desestabilizar um pouquinho sua postura de ignorante com algo sensual. Nem sensual eu sou, mas preciso me convencer que sim.

— Se divertiu ontem Roseanne?

— Sim, foi bom.

— Exagerou na bebida, foi assediada, e desmaiou nos braços do meu motorista. – Ela aumentou o tom de voz, que antes era baixo.

— Isso te interessa? Não sou nada sua Lalisa, nem amiga acho que somos. Por que está tão irritada com isso? – Aumentei a voz também. Quem ela pensa que é pra falar assim comigo?

Lisa me olhou sério, tinha um papel em mãos, amassou ele com apenas uma mão e jogou no lixo com uma força desnecessária.

Em seguida ela levantou, passou a mão no cabelo, onde bagunçou até mesmo a franja que está sempre impecável, com todos os fios no lugar. Ela caminhou até uma mesinha com bebidas, colocou uma dose de alguma daquelas várias garrafas e foi até a parede de vidro da sala. Ficou de costas para mim, olhando para a torre Eiffel ao fundo, uma mão no bolso e a outra segurando a bebida.

Okay, acho que realmente irritei essa mulher, e com minhas últimas palavras ela ficou ainda mais brava. Vou irritar mais.

— Me responde Lisa, isso te interessa? Te irrita um homem me agarrar por trás?

— Se cale Roseanne!

— Isso não é resposta para minha pergunta. Se quiser que eu me cale, venha você até aqui calar minha boca!

— Mas que inferno de mulher. Saia da minha sala!

Dobrei meus braços embaixo dos seios e continuei bem sentadinha onde eu estava.

— Só saio daqui quando você me responder por que está tão irritada com isso.

Lisa se virou para mim, virou todo o líquido do copo e andou a passos rápidos em minha direção. Ela segurou minha mão e me puxou, levantei obrigada, meu corpo colidiu com o dela. A pegada na minha cintura me fez suspirar.

— Estou irritada porquê eu te desejo, e não suporto a idéia de alguém cobiçar o que eu tanto almejo.

Gemi quando ela apertou minha cintura, a proximidade, o perfume incrível, aquela boca carnuda a centímetros da minha, ela me olhava com tanto desejo, como ninguém nunca me olhou antes, me sentia nua sobre seus olhos.

Enquanto uma mão me segurava pela cintura, a outra alisou meu rosto com delicadeza.

— Tão linda e teimosa...  – Lisa aproximou a boca da minha, mordeu meu lábio inferior e puxou entre os dentes com uma precisão exata.

Fiquei esperando ela me beijar, mas isso não aconteceu, Lisa me soltou e abriu a porta.

— Julie. – Lisa chamou e logo a moça entrou na sala. — Leve a senhorita Park para o Javier.

— Sim senhora. Vamos senhorita Park?

Balancei a cabeça em afirmação e caminhei até ela.

— Te pego para almoçar as 13:00 horas Roseanne.

O que diabos essa mulher quer de mim? Enlouquecer, só pode.

(.) (.)

In ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora