IV

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Sarah

Eu não sei como estou levando todos esses dias com a Juliette me tratando como um lixo. Juro, que quando a vejo eu sinto vontade de chorar por lembrar as coisas que ela me falou no elevador e na sala. Só quero estar com ela, cuidar dela, e isso parece uma assombração para ela. Quando ela me disse que não podíamos ficar juntas por causa que me odiava e tinha crescido aprendendo isso, foi como se uma faca tivesse atravessado meu coração, mas fora isso devo admitir que sair de Roma foi a melhor coisa.

Não aguentava mais ver a Marcela dando em cima da morena. Para não ter que aguentar as duas, meu único refúgio foi o videogame que Arthur me deu, não vou mentir que estou ficando totalmente viciada nesse negócio, é um excelente modo de me distrair e deixar a Juliette em paz, como ela pediu.

À concentração de agora é a viagem a Paris o que está sendo um problema desde o aeroporto. Quando fui fazer o check-it praticamente implorei para que me colocasse em um lugar bem longe de Juliette, mas parece que aeroporto de Roma é contra quebrar as regras de fila, então sim. Vou me sentar ao lado dela novamente.

— Toma. — estendi a passagem a ela.

— Obrigado. — agradeceu.

Dei de ombros e fui até o portão do nosso voo. Por sorte não teríamos que esperar, pegamos o voo que não demoraria a sair e logo estávamos embarcando no mesmo. Fomos as primeiras a entrar no avião e isso com certeza me deixou desconfortável. Nos sentamos em nossos lugares que eram no fundo do avião e as pessoas que começaram a entrar foram sentando na frente, um pouco afastadas de nós.

— Então... — encarei a morena ao meu lado e ela olhava para os lados parecia procurar a palavra certa. — O que acha que vamos achar em Paris?

Ela não me encarou, eu não fiz questão de respondê-la. Peguei o vídeo game e levantei os ombros em resposta. Escutei um suspiro seu e ela levantou avisando que iria ao banheiro, não a respondi apenas dei passagem para ela e quando ouvi a porta do mesmo ser fechada, peguei meu celular rapidamente. Disquei o número de Arthur. Mal tocou e ele já atendeu.

Fala ai maninha. — animado como sempre.

— Thur, preciso da sua ajuda. — sussurrei.

Com o que? Se você fez alguma coisa com meu videogame juro que te mato. — a voz dele grossa e ameaçadora me fez rir fraco.

— Não é nada disso, bobão! — suspirei. — Estou com problemas com a Juliette, pra variar.

Já conseguiu amolecer o monstro? — brincou.

— Não, tivemos conversas pesadas há alguns dias. — olhei para trás para ver se ela estava voltando.
— E então porque me ligou?

Comecei a contar meus planos de me afastar de Juliette o mais que conseguisse e ele foi me dando algumas dicas. Quando ouvi o barulho da porta banheiro sendo aberta desliguei o mais rápido possível e joguei o celular na bolsa.

— Com quem estava falando? — ela perguntou assim que se sentou.

— Com ninguém. — respondi seca.

— Era com a minha mãe?

— Não, falar nisso.

Peguei o celular na bolsa novamente e disquei o numero da minha tia para avisar que estávamos indo para Paris.

— Oi tia, só to ligando pra avisar que estamos no voo indo para Paris. — avisei.

Não acharam nada mesmo em Roma?

Love and Hate - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora