VII

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Juliette
Primeiro mês

Destruímos Hades, destruímos um campo de futebol americano, destruímos muitas coisas e matamos muitas pessoas. Hades também destruiu muitas coisas e o que mais me machucou em toda essa batalha, é que Hades machucou a pessoa que deu a própria vida pela minha. Hades, conseguiu me machucar, não fisicamente, mas emocionalmente. Nunca pensei que ficaria tão triste em ver a Sarah em uma maca sem ter data para acordar ou sem notícias de que algum dia iria acordar.

Faz exatamente um mês que eu estou indo e vindo do hospital central de Paris, eu estou aqui todos os dias, minha mãe e meus tios e primos tentam de todas as maneiras me fazer ir para casa, eu não consigo ficar longe da porta do quarto onde Sarah está. Uma enfermeira entra de duas em duas horas para saber como está a respiração dela, e não posso mentir que isso sempre me dá esperança de que ela vai voltar. Porque ela entra pra ver como está a respiração de Sarah? A batalha fez com que a loira sofresse muitas sequelas, a mais grave foi uma que ela sofreu no pulmão esquerdo.

Os médicos disseram no começo que ela ficaria bem e quando acordasse estaria forme como um touro, mas não foi isso que aconteceu, Sarah, piorou durante a cirurgia, teve três ataques cardíacos e quase os médicos não a salvaram, mas no final tudo deu certo o único defeito foi que Sarah apenas ficou com seu pulmão esquerdo sequelado. Não, ela não perdeu um pulmão, achávamos também que era isso, mas o doutor explicou que ela apenas não vai respirar como antes, vai ter dificuldade para correr, fazer exercícios ou até mesmo brincadeiras que a faça correr ou rir muito.

Para nós a medicina foi a chave mais rápida para salvar a vida dela, não contamos que somos deuses e semideuses, mas sabíamos que a única maneira que Sarah, teria de recuperar toda a função de seu pulmão seria no Olimpo, mas para isso ela precisaria estar acordada.

As primeiras pessoas a ficarem tristes com essa notícia foram Arthur, Bil e claro eu. Bil e Arthur pensaram e se perguntaram sobre o mesmo:

"Correr e dar risada com a gente sempre foi o que ela mais gostou, como será agora?"

E o doutor apenas respondeu:

"Ela não vai poder mais fazer parte disso"

Não está sendo fácil para nenhum de nós tudo isso que está acontecendo com Sarah, e para piorar, Pattie,  Marcela e Gil vieram para Paris assim que descobriram que Sarah havia entrado em estado de coma. A vinda de Gil e Marcela animou muito Gizelly e Rodolffo, mas não deixou Sinuhe e Mark nada felizes. Zeus, até tentou fazer com que os dois esquecessem as diferenças, mas meus tios são muito cabeça dura assim como metade da família.

Sinuhe e Mark exigiram para Pattie pedir para Gil e Marcela manterem distância de seus filhos e isso gerou mais discussões entre a família, eles foram até proibidos de entrarem no hospital juntos já que sempre se desentendem. Então quando Mark e Sinuhe vêm visitar Sarah, e Pattie tem que estar bem longe daqui.

Em questão das visitas. Eu fiz amizade com uma das enfermeiras e ela me deixa fazer uma visitinha de dez minutos todos os dias, as visitas mais longas são às quartas e às sextas, nesses dias eu fico duas horas no quarto com Sarah. Como hoje. Hoje é sexta-feira, eu posso ficar com ela mais tempo.

— Ju. — Carla a enfermeira que eu havia feito amizade, me chamou assim que saiu do quarto onde Sarah, estava.  — Você já pode entrar. — sorriu fraco.

Eu apenas assenti sorrindo sem humor e ela se retirou. Me levantei daquela poltrona desconfortável que eu estava sentindo que a qualquer momento iria tomar a forma da minha bunda. Direcionei-me até a porta do quarto onde a filha dos mares estava, assim que coloquei a mão na maçaneta, me arrepiei por inteiro dos pés a cabeça, um suspiro saiu por meus lábios e assim eu girei aquela maçaneta senti meus olhos se inundarem. Lá está ela, a loira que salvou minha vida, com uma sonda de oxigênio da boca, e outros aparelhos ligados ao seu corpo.

Love and Hate - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora