34 - Notas Musicais

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A gente não se falou desde que ela chegou em Los Angeles

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A gente não se falou desde que ela chegou em Los Angeles. Ela estava furiosa na única vez que veio pegar Jasmine para passar o dia. Sem opção, eu tive que aceitar o término. Eu consigo entender, Aline ficou tão abalada naquela época que eu achei que iria perdê-la. Acabou que foi por motivos distintos.

Kim tem vivido muito perto nesses dias e tem agido como uma espécie de prioridade. Ela me disse que hoje apresentaria “meu filho”. Eu não tive realmente alternativa, como posso dizer que não é meu, se eu sequer lembro como aquele dia acabou? Eu sinceramente acho muito que devo começar a não beber casualmente pois nunca vi uma pessoa fazer tanta merda e tanto filho enquanto está chapado.

Eu não vou negar, eu quero que seja mentira. Eu nunca pensei em ser pai por agora e quase de uma vez descubro dois bebês. Eu nunca tive dúvidas com a paternidade de Mine, mas dele eu tenho minhas dúvidas. Não lembro como acordei nem como cheguei na cama naquele dia. E faz muito tempo desde que falei com Jake para saber isso.

— Eu ainda não entendi como tudo isso ficou assim também.

— Eu sei Any. Sei que você gosta muito dela. — Eu olhei pra minha irmã no batente da porta.

— Eu queria que fosse mentira.

— E se for? — ela começou a andar com os braços cruzados, ela sempre faz a isso quando estava querendo algo ou brava

— Ai eu… eu vou lutar pelo meu amor.

— Eu acho foda essa situação. E acho muito conveniente também. Imagina, ela engravida e fica quieta sobre a identidade do pai pra família dela e do melhor amigo. E depois ela fica anos sem falar nisso e quando a notícia de Jasmine se torna pública, ela vem te procurar.

— Eu também achei suspeito. As pessoas achavam que minha relação com minha filha era de enteada, mas agora que é público isso atraiu muitos olhares.

— Eu nem sei o que pensar. Kim parece ser uma pessoa legal, mas você sabe como é.

— Não pense que eu não vou fazer um exame de DNA. Eu não quero ter dúvidas.

— Eu confio que você vai fazer a coisa certa, que nunca deixaria uma criança desamparada, meu irmão.

— Obrigado. — senti o corpo pesar e suspirei com o tanto de coisa estava dando errado — Porque quando tudo tá bem de novo, tem que desmoronar?

— Às vezes não tem um porquê. E é cedo demais pra dizer.

{🗒}

Eu ainda esperava em casa hoje para saber como seria o menino. Como ele é. Como se comporta. Se é parecido comigo ou pode ser coisa da minha cabeça.

Era cedo nesta tarde, estava frio e muita coisa passava na minha cabeça. Eu nem tinha almoçado ainda, porque estava nervoso com esse negócio. Fora que eu tinha que resolver algumas coisas do time novo e conversar com meu representante.

A campainha tocou. Não tinha ninguém em casa, todos tinham a chave, então deduzi ser Kim e Alex. Respirei fundo e abri a porta, mas acabou que tremi muito mais do que imaginei.

— Oi papai! — Eu olhei para Jasmine no colo dela, enquanto ela olhava para baixo, como sempre fazia para me evitar.

— Oi, minha bebê. Eu não esperava vocês aqui hoje. Tá tudo bem?

— Tá sim. — Shivani falou com calma — Ela disse que queria te ver.

E então ela colocou a pequena no chão e Jasmine abraçou minhas pernas. Minha filha entrou porta adentro e ela ficou lá, esperando na entrada.

— Está bem?

— Claro, Bailey.

— Entra. Tem algo pra falar?

— Uhum. — ela sorriu sem graça, ainda receosa e entrou na minha casa. Ela em passos lentos se sentou na ponta esquerda do sofá, com os olhos fixados em Mine e passando a mão em suas coxas.

— Quando quiser.

Na verdade, “quando quiser” era algo que era pra falar mesmo, porque eu não estava preparado pras palavras que ela tinha a falar. Meu coração estava acelerado e me sentia meio tonto.

— Ah, é sobre Jasmine. Ela me pediu para conversar sobre algumas coisas. Ela quer um… como posso dizer… — ela revirou os olhos, meio nervosa — Ela quer um negócio muito caro.

— Ih, lá vem. O que é?

Um piano de cauda branco.

— Específico.

— Bastante. — ela ergueu os olhos — e claro, ela quer fazer aulas. Ela gostou do teclado que achou na casa de Krys.

— Eu posso ver isso. Ela quer de aniversário?

— Mais ou menos. Eu lembro de ter comentado sobre aulas extracurriculares e conversando com ela ontem, ela me disse que achava a música legal. — sorriu

— Ela tem a quem puxar.

— É… aí eu disse que eu poderia ver isso com você.

— Bom, nós podemos ver algum professor e encomendar um piano pra ela. Tem espaço o bastante em ambas as casas, eu imagino.

— Tem. Lá em casa tem. Tem um teclado na sala de música, daria pra ela aprender também. É bom vê-la se interessar por algo tão bonito.

— Tem razão.

— E ela? — Shivani franziu a testa

— Subiu pro segundo andar.

— Novidade.

Então a campainha tocou novamente e então meu coração quase faleceu ali mesmo. Eu tinha me esquecido totalmente de Kim e Alex.

— Está esperando alguém? — perguntou, com uma pontada de incerteza e olhando pro chão

— A mãe do menino.

— Ah sim. Eu posso deixar Jasmine aqui, eu volto em algumas horas. Preciso estar em reunião, depois comprar algumas coisas e…

— Vai em paz Shiv. Ela é minha filha. Pode deixar ela comigo sempre.

— Tá bom. Eu vou… eu volto em três horas. Vou falar com ela.

— Ok. — a campainha tocou de novo e ela, meio nervosa, saiu para o andar de cima.

Abri a porta de entrada e Kim me deu um abraço de cumprimento. Em seus braços ela carregava o Alex, um bebê de quase 2 anos. Tinha os olhos verdes e a pele morena. Sim, lembrava algo meu. Foi aí que minha esperança decaiu muito, mas eu jamais deixaria um filho meu de lado. Eu dei espaço para eles entrarem. A criança ainda era muito nova pra saber o que estava acontecendo. Então fomos apresentados, mas pedi para ela não introduzir a palavra “pai” de imediato.

— Bailey, eu já vou indo… — a morena desceu as escadas, com a respiração ofegante e os cabelos balançando. Shivani olhou de relance e viu a criança, então sorriu. — Oi fofinho! Seja bem vindo. Você tem o melhor pai do mundo. Prazer. Vou indo.

Então ela saiu apressada, me deixando sem o que falar além de um tchau. Soltei a respiração e inspirei, me virando para a Kim.

— Sua namorada parece ser muito legal.

— É. Ela é sim.

Melhor pai do mundo. É isso que eu sou. Tenho o melhor título que alguém pode me dar. Dirigido pela melhor pessoa que poderia dizer isso. Mas para ela, não passo mais que o pai de sua filha.







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Me desculpem por isso😁

Bjs e Obrigada por ler

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Notas Do Passado • Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora