26 - Notas de Resgate

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Nós entramos no carro e partimos em direção de Springdale, uma cidade não muito habitada na região e que tem grande concentração de mata, perfeita para fazer trilhas

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Nós entramos no carro e partimos em direção de Springdale, uma cidade não muito habitada na região e que tem grande concentração de mata, perfeita para fazer trilhas. Ou sequestrar alguém, ao meu bom ver.

O General Brown dirigia o carro em que estávamos, foram duas longas horas de estrada para chegar à cidade mesmo correndo a 80 km por hora. Por fim chegamos perto do local porém ainda teríamos que caminhar por alguns minutos para chegarmos até o tal endereço. Eu me sentia cansada, dolorida, mas estava tão perto que eu me forcei a continuar.

Ana, Roberta, Jéssica e Fernando estavam em um carro atrás de nós. Eles foram na frente entre aquele mato todo, abrindo caminho para nós. Depois de tanto andar, a patrulha se posiciona para o ataque de arrombamento do enorme portão que dá na entrada do galpão.

Alguns dos policias ficam escondidos atrás de moitas e árvores para dar reforço. O pessoal do sequestro provavelmente estará armados.

— No três quero esse portão arrombado — Roberta falou com uma voz autoritária - Um... Dois.... Três!

O grande estrombo da madeira sendo quebrada entrou pelos nossos ouvidos, assustando até mesmo os de dentro da propriedade.

— Ninguém se mexe! — Os soldados apontam suas armas para os capangas que pelo visto estavam em reunião, porém nada os impediu de sacar armas e mirá-las em direção deles também. Eu me tremia toda apesar do colete em meu corpo.

— Onde está a menina?!

Absolutamente nenhum deles respondeu ou fez algum movimento. O General Brown então faz um sinal para avançar alguns passos a frente

— Paradinho aí, senão eu atiro. —  O garoto com uma voz fina fala apontando uma pistola, que chutaria ser uma KWC.

— Andem bando de pirralhos, digam onde está o chefe de vocês. — Fernando grita, fazendo-os arquear as sobrancelhas falhadas.

Os garotos estavam mais para moleques do que criminosos, quase todos ali aparentavam ter menos de 18 anos e o único que não se encaixava nisso era o mais alto, que parecia ter em volta de 24.

— Ora, ora, ora... Se não é Shivani e Bailey, que vieram buscar a menininha deles. Oh! E ainda trouxeram reforços! — a voz de uma mulher soa ao entrar no galpão pela porta dos fundos

Ver aquilo foi uma cena aterrorizante para mim. Imagino que para Bailey também. Eu entrei em desespero e quis chorar. Juliny. Juliny Roberts. Agora eu lembrava. Ela estava competindo contra mim na Young Talent

Minha bebê estava nos braços dela, magra e fraca. Suas bochechas antigamente arredondadas e vermelhas agora estão puxadas para dentro e sem cor. Seus lábios estavam secos  demonstrando desidratação e sua pele antes brilhante e saudável estava pálida. Uma dor enorme encontrou o meu peito, cai em lágrimas ao ver minha filha em tamanho estado de decadência.

A menina que a segundos atrás parecia estar dormindo no colo de Juliny ou desmaiada, abre aqueles olhinhos se encontrando com os de Bailey, que estava tão imerso e se esforçando para não desabar ali mesmo.

— Mamãe! Papai! — Ela gritou com desespero.

— Calada — Roberts gritou, com uma arma  apontada na cabeça dela.

Juliny estava muito diferente desde a última vez em que nos encontramos. Sua pele que era muito bem tratada na época agora está branca como papel e coberta de tatuagens. Seu corpo antes era esbelto e magro, agora parecia desleixado. Seus olhos da cor do céu já não se era possível se ver pois suas pupilas completamente dilatadas tomavam conta do pequeno cumprimento de seus olhos.

— Deixe-a em paz! É a mim que você quer! — Eu disse me debatendo entre os braços de Bailey que me seguraram para não correr.

Os homens do nosso grupo estavam a um passo de puxar um gatilho.

— Não atirem! Estão loucos? Ele está com a menina. — A ruiva esbravejou — Se eu soubesse teríamos vindo sozinhos! — resmungou

Jasmine estava à deriva do perigo, por um simples movimento ela poderia não saber o que é o amanhã. Ela parecia implorar por ajuda e ameaçava chorar. Bailey a olha intensamente e parece lhe dar algum conforto com o olhar. "Vai ficar tudo bem"  Todos ali pensavam o mesmo... Era o que todos nós queríamos.

— Juliny... Pelo amor de seja lá o que for que você acredita. Deixa ela ir, sou eu quem você quer se vingar, ela não tem nada a ver com isso.

— Shhhhh, calada princesa do rap. Não vê? — ela ri — Você acabou com minha vida. Era pra eu ser a estrela da década. Não você!

Maluca, é apenas isso que se passa na minha cabeça. E provavelmente na cabeça de todos aqui.

— Você é uma vadia que não merece estar no pódio! Nem música você sabe fazer. Toda a sua fortuna, seus fãs, sua equipe era pra ter sido minha! Eu te odeio! Tomara que você é sua filha horrorosa morram ainda hoje

— Cala a boca! — Bailey me soltou após gritar com raiva

— Cala a boca você! Shivani sequer é alguma coisa

— Vai se tratar! Eu te odeio!

Alguns dos policiais que estavam lá fora de reforço foram chamados por um pequeno walk tok. Eles entraram pela porta dos fundo encurralando a gangue de idiotas por trás.

— Está cercada, ou larga a menina ou atiraremos! — a detetive espanhol gritou

— Atira que eu vou rir da sua cara!

O som ensurdecedor de tiros ecoaram pelo local e tudo começou a passar tipo em câmera lenta. Nada fazia mais sentido para mim. Gritos foram desferidos, principalmente do de Fernando. A narrada dele foi atingida na perna, mas Juliny estava abatida também.

Antes mesmo de entender alguma coisa, a única visão que se tinha era dela esperneando de dor. Okay, agora eu tinha entendido. Ele levou tiros nas pernas e caiu no chão.

Em um piscar de olhos, mais rápido do que meu raciocínio lento, eles arrancaram sua menina dos braços de Roberts. Jasmine chorava por medo e estava com os olhos fechados. Com certeza isso geraria um trauma complicado.

Ela se acomodou no colo do policial que a pegou e ele a levou em minha direção

— Jasmine — Eu abracei forte minha pequena, enquanto senti ser acolhida pelos outros dois braços musculosos de Bay pelo outro lado

— Sentimos tanto sua falta pequena.

— Mãe, pai! Eu senti tanto medo. — ela disse entre soluços.

— Está segura agora meu anjo.

Logo depois vimos alguns dos meninos sendo presos e outros sendo levados para os carros. Depois de algum tempo de vasculhamento, encontraram Maitê, aquela menina que sumiu junto a Jasmine. Então não sei o que se passava na cabeça de Juliny, mas aparentemente isso foi arquitetado desde o tempo que elas se conheceram.

Enxuguei minhas lágrimas e a sacudi em meu colo. Acabou. Todo o inferno acabou.

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MARATONA DESAPARECER 6/6

Hiiiiii, como estão?

Era pra postar ontem mas fiquei sem coragem. É isso.

Bjs e obrigada por ler.

Votem e cometem🌌

Notas Do Passado • Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora