Capítulo Vinte e Um

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Boa leitura!!

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"Na verdade não é esquecer que precisamos: é lembrar corretamente."
ㅡ Martha Medeiros


[🦋]

Calmaria.

Essa era a palavra que resumia perfeitamente o ambiente em que Krist estava.

Apesar de alguns sons de conversas paralelas surgirem vez ou outra, ainda assim, o ambiente era calmo.

Ele estava sentado em uma das cadeiras verdes da recepção enquanto aguardava tranquilamente a sua vez de ser chamado.

Algumas pessoas passavam por ele e o cumprimentavam, outras apenas ignoravam a sua existência, algo com o qual estava acostumado.

ㅡ Krist Perawat, sua vez ㅡ informou a moça da recepção.

ㅡ Obrigado.

Ele se levantou e caminhou até a porta amarela que ficava no corredor. Todas as salas possuíam cores diferentes na porta, tornando o ambiente mais colorido e de certa forma, divertido. Alguém havia dito para Krist que aquela era uma forma de deixar as pessoas mais alegres quando elas estivessem ali, mas ele não acreditava muito nisso. Só achava tudo colorido demais, causando-lhe até mesmo desconforto. Claro que ele nunca admitiria que gostava da porta amarela, mas ele nunca admitia nada mesmo.

Deu três batidas na porta e esperou a pessoa lá dentro permitir que ele entrasse, o que não demorou muito.

Quando Krist adentrou a sala, seus olhos automaticamente varreram todo o ambiente como sempre fazia, encarou os quadros nas paredes com as frases motivacionais: Seja gentil consigo mesmo; Deixe o passado para trás; Seja sempre você mesmo e as pessoas gostarão de você. Ele achava tudo isso uma piada, mas poderia existir alguém que encontrasse conforto nisso.

O único quadro que gostava ficava no canto, um pouco escondido, só poderia ser visto se observassem bem. Era de um casal embaixo de um guarda-chuva vermelho caminhando em um parque ou floresta, ele não saberia dizer. A caminhada para aquele casal parecia infinita, com um destino desconhecido, mas, por alguma razão, eles continuavam caminhando.

ㅡ Você gosta desse quadro, não é Krist? ㅡ A mulher perguntou enquanto mostrava um sorriso gentil para ele. ㅡ É um dos meus favoritos também. Gosto da sensação que ele transmite; parece que mesmo que a jornada possa ser longa e difícil, no final pode ter algo belo te esperando, que pode compartilhar com a pessoa amada. Romântico, certo?

ㅡ Se pensar por esse lado, sim. Mas quem sabe o que poderia estar esperando por eles no final ㅡ respondeu Krist sentando na outra cadeira, em frente à da mulher.

ㅡ Acha que seria algo triste?

ㅡ Não sei, Kate. Mas é bom não criar tanta expectativa.

A mulher chamada Kate era a psicóloga de Perawat, que o acompanha desde que ele acordara do "acidente", e tentava ajuda-lo com a sua memória, embora os resultados nunca tenham sido dos melhores, já que o próprio Krist nunca se empenhara totalmente nisso, sempre mudando o foco ou fugindo no meio das sessões.

ㅡ Como você está hoje, Krist? ㅡ Kate perguntou quando percebeu que Perawat não diria mais nada.

ㅡ Ótimo. Eu só vim te ver, porque deu saudades ㅡ respondeu em tom sarcástico, enquanto colocava sua mochila no chão, perto de seus pés. ㅡ Acho que estou pirando de vez.

ㅡ Por que acha isso?

ㅡ Bem, primeiro porque meu irmão teve a brilhante ideia de me contar que Singto e eu já nos conhecemos, ou melhor, que fomos namorados no passado. Passado este que não me lembro e, para piorar tudo, Singto também não lembra. O quão maluco e irreal isso pode ser? Como alguém se esquece de outra pessoa? Ele era mesmo importante para mim? ㅡ Perawat indagou confuso, de repente ficando pensativo. ㅡ Eu era importante para ele? Droga, isso é tão confuso.

Mark Of The Past (KrisSing // SingtoKrist)Onde histórias criam vida. Descubra agora