P.O.V. - Flora
Eu estava tremendo de frio. Andei na direção em que eu supostamente havia caído, mas estava cega nesse mundo branco. Não tinha direção, e realmente queria encontrar aquele cobertor.
Minhas pernas já estavam fracas, minha barriga reclamava pela fome e minhas orelhas, geladas pelo ar oposto.
Meus pés afundavam-se na neve macia, um sussurro dos passos era audível.
A coberta faz falta. Sinto meu corpo todo retesar, meus dedos estão gelados como estalactites e minhas pernas estão se esforçando para continuar mantendo-me em pé.
De repente, o ar muda.
Sei que, do local de onde saí, e o local onde me encontro, a distância não é muita. Não tenho forças para isso.
Sento-me escondida atrás de um grande bloco de gelo, que impede o vento de me atingir.
Uns minutos depois, escuto um sussurro. Mais e mais perto, passos.
Silenciosamente me transformo, aguardando.
Nada.
Cada vez o som mais alto. A ansiedade estava me atacando.
O poder começa a fluir por entre minhas veias.
Está perto.
Me preparo para atacar, conecto-me com o ambiente.
Os passos cessam.
Avanço para os céus, acumulando toda minha energia em minhas mãos.
Mas, quando olho para baixo, e encaro meu suposto alvo, toda minha energia sai de mim.
— Helia...
Ele está me encarando, e sorrindo.
— Flora!
Despenco para o chão, sem forças para me sustentar pelos ares.
Helia vem correndo até mim, e abraça meu corpo ajoelhado na neve.
— Flora... Flora! Meus deuses, meus deuses... - ele murmurava e agradecida.
Antes que eu percebesse, lágrimas passaram a escorrer por meus olhos, e soluços saírem de meus lábios.
Ele se afasta, preocupado.
— O que foi, minha flor?
Choro desesperadamente. Sua face está preocupada, e ele procura sinais de ferimentos em minha pele.
— Flora?
O abraço, aperto-o contra mim.
— Minha Flora, me diz, o que se passa?
O abraço mais apertado.
— Eu senti tanto medo, Helia... tanto medo...
Ele suspira. — Eu senti também. Mas estou aqui agora. Estamos aqui. - diz, envolvendo seus braços ao redor de mim, mais apertado.
Ficamos por um tempo assim. Apenas aproveitando o calor e o aperto um do outro.
Suspiro. — Helia...?
Ele afasta seu rosto, mas ainda me abraça. — Sim?
— Como veio parar aqui?
Sorri, cansado. — Pulei atrás de você quando atravessou o portal. Não deixaria você passar por isso sozinha.
Meu coração dá uma leve parada. — Você fez o que?! E se tivesse caído em um mundo diferente do meu?
Uma risada sem humor. — Pensei nisso também, mas só depois de já estar caindo pelos céus.
— Não refletiu nem por um segundo antes de atravessar o portal?
— Não.
— Você é louco, sabia?
— Eu sou louco por você, minha flor. - me fazendo corar com sua fala, apoia sua cabeça na curvatura de meu pescoço, inspirando meu cheiro.
— Senti sua falta. - sussurra contra minha pele.
Abraço-o mais apertado o possível. — Eu também, Helia. Eu também.
(...)
Após um tempo, Helia me devolveu a coberta que havia perdido, e passamos a andar em procura de uma caverna.
Estava quase escurecendo, e o frio se condensava no ar.
Quando a luz se foi por completo, desistimos de procurar por abrigo e passamos a construir um.
A neve era compacta o suficiente para fazermos um iglu, e, com a experiência de sobrevivência que Helia tinha graças à seus treinamentos, terminamos rapidinho.
A entrada era contrária ao vento, o que nos garantia vantagem.
Nos acomodamos dentro de nossa "casinha". O interior liso e arredondado era maior que a parte de fora, por termos escavado o chão do iglu. Fechamos a entrada, para prevenir, e espalhamos nossas coisas pelo chão gelado, iluminado por um aparelho tecnológico de Helia.
Minhas ervas e remédios estão magicamente aquecidas. Abro o colchonete no chão, me sentando em cima.
Helia observa com cuidado os alimentos que temos, as armas que trouxe e as ervas que carrego comigo.
— Minha flor, tem algo para dor de cabeça?
Com os olhos pesados, faço que sim com a cabeça. Pego um saquinho de veludo roxo, e retiro um dos muitos frasquinhos de dentro.
Entrego para Helia. — Beba.
Ele abre a tampinha e engole o líquido. — Obrigada, minha flor.
Sorrio em resposta.
Helia coloca seu colchonete ao lado do meu, em seguida, guardando tudo que trouxemos em nossas bolsas.
Se deita ao meu lado, e suspira. — Minha flor, está frio. Deite-se mais próxima de mim, assim dividiremos nosso calor corporal.
Coro com a proposta, mas sei que ele está com razão. Me aproximo dele, ficando com o rosto próximo ao seu. Sua respiração quente bate em meu nariz, aquecendo-o.
Ele sorri, e faz um movimento com as mãos para que eu me virasse. Não entendi de início, mas a ficha caiu quando fiquei de costas para ele, e seu braço passou por minha cintura, trazendo-me para mais perto, numa conchinha.
Sua respiração agora em minha nuca, me acalmava. Quase dormindo, senti seus lábios em meu pescoço, com um beijo.
— Durma bem, meu amor.
Adormeci, pensando que não passava de um sonho.
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As raízes de um inferno - Winx [Helia x Flora]
Fanfic[AU - MagicMoon0] + 14 (lutas, sexo, palavras de baixo calão, brigas) Contém: - 70% de um romance saudável; - 12% de aventuras mágicas; - 8% de atividades sexuais; - 6% de desentendimentos necessários; - 4% de lutas preocupantes. (100% de uma...