Capítulo 14 - Conflito

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O próximo capítulo será interessante...

..........

Ele não dormiu ao meu lado. E isso me machucou ainda mais.

Passei a manhã inteira no quarto. Não quis comer ou mesmo, me levantar. Apenas saí da cama para me banhar.

Eu corria por minhas memórias, buscando respostas para seu comportamento anormal.

Mas cada vez, as palavras dele se tornavam mais dolorosas.

Ele, quando entrava no quarto, não olhava para mim. Não falava comigo e não notava minha existência.

Por certas vezes, Talis apareceu e se sentou ao meu lado, mas eu o punha para fora pois seus apelidos "carinhosos" me machucavam ainda mais.

Minha flor. Minha querida. Minha Flora.

Estes são apelidos que Helia usa para mim. E esse, não está nem se referindo a mim.

Sua frieza me machuca.

Não comi o dia todo. Não tive fome.

Quando Helia subiu, após o jantar, me levantei, ansiosa por alguma palavra sua.

Por favor, fale comigo - minha consciência gritava.

Mas a única coisa que fez, foi me olhar.

Ele dormiu ao meu lado esta noite. Mas seria melhor se não o tivesse feito. Pois não chegava perto de mim, e, por mais que eu soubesse estar acordado, fingia-se dormindo quando me ouvia chorar.

(...)

Na noite do dia seguinte, resolvi confronta-lo.

Ele subiu, e parecia cansado. Não sei o que fez durante o dia inteiro.

Após sair do banho, eu o esperava sentada na cama.

— Helia...

— Agora não Flora.

— Se não agora, então quando?! - me exaltei - Há dias em que vêm me ignorando, não fala comigo, não dorme comigo, não olha para mim! O que aconteceu, o que eu fiz?!

Ele respira fundo. — Não é sobre o que você fez. É sobre o que eu não fiz.

— Então por que me ignorar? - nessa altura, as lágrimas já começavam a brotar - Se o assunto não tem a ver comigo, por que me ignora? Sabe o quanto me fere?

Ele não me olhava. — Olhe para mim, porra!

Se assustando com meu tom de voz, ele me encara. Eu vejo a dor correr por seus olhos quando me vê chorando.

— Por que? Por que me ignora, Helia? Sabe o quanto me culpei? Sabe como suas palavras me machucaram?

Abaixa a cabeça. — Eu sei. - ele sussurra - Por isso não consegui olhar-te nos olhos.

Me encarando, ele está ofegante. — Eu fui um babaca com você, sendo que a culpa de todos os sentimentos que me corroeram nos últimos dias, foi minha. Eu me segurei para não abraçá-la aquele dia, para não me ajoelhar diante a ti e pedir perdão! Mas fiquei com tanta vergonha de mim mesmo, que perdi a coragem, Flora.

— Por que? Por que estava tão bravo? Por que estava tão descontrolado?

— Pois eu senti ciúmes! - ele gritou - Ciúmes de você e aquele desgraçado do Talis! Ele a tocava, ele a beijava, ele a chamava como eu a chamo! Eu vi ele sendo minha pessoa ao seu lado! Eu o vi fazendo tudo o que eu faço e me senti insuficiente! Pois você é tão incrível que somente esses atos não são de nada!

Eu chorava. — Pois então, por que não me falou?!

— Pois eu tive ódio de mim! Eu não tenho o direito de sentir ciúmes de você, pois eu não a tenho! Você não é nada minha, merda nenhuma! Por isso senti vergonha! Pois parei para pensar, que venho enrolando e sabe-se lá o porque! Pois pensei que continuou ao meu lado por esse tempo, mas pode se cansar e simplesmente ir embora! Senti vergonha, senti impotência, senti desprezo! Como pude simplesmente pensar que continuaria a meu lado sem nenhum laço a mantendo?!

Ele me calou. — Eu pensei... pensei que houvesse parado de me amar. Eu pensei... - um soluço - Pensei que tivesse passado a me desprezar. Você nunca perde a calma, nunca... mas gritou comigo anteontem e...

Não consegui completar o discurso. As lágrimas escorreram com forças, liberando minhas inseguranças.

— Eu me sinto como você, sempre. Todos os dias, eu penso que pode ir embora, penso que não sou o suficiente, que não me ame. Quando Crystal apareceu em Alfea, pouco antes de irmos para a missão da Matriux, eu vi como ela te olhava... me senti tão insegura, Helia, tão impotente...

Havia perdido as forças nas pernas. Mas antes de cair de joelhos, ele me amparou, me posicionando no chão. Helia se ajoelhou em minha frente, e tirou minhas mãos de meu rosto.

— Por que se sente insegura com Crystal? Ela não passa de uma amiga antiga.

— Ela é tão linda, uma princesa... e ela parece tão divertida...

Ele me abraça, sussurrando "me desculpe" várias vezes.

— Fui um babaca, minha flor. Comigo mesmo e com você. Peço que me desculpe por isso.

Eu ainda soluçava.

— Shh... shh... não chore princesa... - diz secando minhas lágrimas - Não sabe como me dói lhe ver chorar.

— Helia...? - pergunto, um tempo depois, quebrando nosso silêncio. Ele me encarava, e eu me acalmava.

— Sim?

— Você me ama? Me ama como eu te amo?

Ele suspira. — Não.

Sinto meu coração parar de bater.

— Não, não te amo como você me ama.

Minhas lágrimas voltaram. — N-Não ama?

Ele me encara então, preocupado. — Não chore, não chore! Estava brincando! Iria dizer que eu te amo mais, meu amor, não chore!

Comecei a rir, aliviada. — Então me ama?

— Muito. - e com isso, ele me beija.

As raízes de um inferno - Winx [Helia x Flora]Onde histórias criam vida. Descubra agora