Capítulo XVI

152 7 2
                                    

         Andry começou a arrumar suas coisas. Embora indecisa sobre qual tipo de roupa levar, levou opções variadas. Roupas quentes e leves. Calças e vestidos. Tênis a sapatilha. Também levou seus dois moletons, quando foi pegar uma fotografia dela, Jully e Christian dentro da gaveta, viu e lembrou-se do Diário que havia encontrado em baixo da cama. Retirou o caderno e com cuidado colocou dentro da mediana mala, embora sua mente alertasse que era errado, pois não era seu, pertencia a outro alguém e se ela lesse estaria invadindo a privacidade de outra pessoa. Mas algo dentro dela parecia gritar para que levasse, como se algo naquele diário a ajudaria de alguma forma.

– Está pronta?– pergunta Helena e Andry se vira para olhar para a mãe e um Christian emburrado atrás.

– Resolveu vir também?– perguntou.

– Não te deixarei sozinha – afirmou – Vá no inferno, eu irei junto.

– Não seja exagerado – diz Andry lhe lançando um sorriso – Vamos?

– Como iremos? Carro?– questiona Christian

– Não, não há como chegar de carro. Ardnas abriu um portal, está em meu quarto. Vamos – disse e começou a caminhad até seu quarto.

       Assim que entraram se depararam com uma porta de madeira branca. Seria esse o portal? É diferente de qualquer coisa que tenha imaginado. Já tinha imaginado que um portal seria um buraco interdimencional, mas não uma simples porta.

– Assim que abrimos, ela nos levará para NB, andem normalmente e não hajam com curiosidade. Imaginem que estão andando no Central Park – avisa enquanto

– Mas no Central Park não há bruxas – resmunga Christian

– Mas tem pessoas chatas como você – rebate Andry

– Parem – manda Helena segurando a marceneta da porta/portal.

      Os dois pararam imediatamente. Helena abriu a porta e dentro não passava de uma luz meio azulada, porém dava para sentir o vento forte. Helena foi na frente, atrás foi Andry e por último Christian. Assim que passaram sentiram algo os puxar para frente, parecia que estavam sendo sugados por um enorme aspirador de pó. A sensação durou um minuto, mais ou menos, e quando passou sentiram um forte empuram que os fizeram desequilibrar. Christian caiu com as mãos apoiadas no chão e o corpo deitado a grama. Andry caiu com os joelhos ao chão e um das mãos apoiando na grama. Ela se virou para Christian e sorriu ao ver que parou quase em pé, ao contrario do irmão.

– Levante-se e hajam normalmente – manda Helena e ambos a olham.

– Como parou em pé? – perguntou Christian

– Depois que se acostuma, e que treina, você não cai mais de cara no chão – fala olhando para o filho que como resposta lhe dá um sorriso ironico. Christian se levanta junto a Andry e os dois acompanham Helena, que já começou a sua caminhada em direção reta.

       Logo o parque, ou que Andry achava ser o parque, é substituido por casas, asfalto, comércios e outras coisas comuns em qualquer outra cidade. Algumas pessoas passavam na rua, o incomum era que todas as mulheres usavam vestidos, não como antigamente nos séculos passados, os vestidos eram feitos de tecidos leves, como seda e malha e outros tecidos leves e frios. Homens usavam calças e camisetas normais. Não se comparava com as roupas dos garotos de Nova York – ou qualquer outra cidade do mundo – muito menos das meninas que normalmente usam calças, shorts– curtos– e não roupas longas.

– Estamos no século passado? – pergunta Christian em um baixo tom, tão baixo que somente Andry pode ouvi-lo.

– Querida dizer que não, mas acho que não tem como negar – responde.

– Estão te olhando – comenta

– Por que? – pergunta olhando ao redor e para si mesma. Estava normal, calças não estavam sujas ou molhadas, blusa perfeitamente lisas e sem dobras, os cabelos penteados, o rosto limpo. Nada de errado.

– A roupa – responde

–Como eu saberia? – questiona – Faça cara de paisagem.

– Cara de paisagem?

– Olhe como se estivesse olhando a torre Eiffel.

– Tudo bem.

      Os dois andaram por mais algus minutos até pararem em frente a uma grande e velha casa feita de madeira e pintada na cor azul. Tinha uma escada com poucos degráus, no maximo sete, que levava até a porta de entrada. Helena bateu na porta duas vezes, até que uma mulher apareceu. Andry já tinha a visto, no dia em que estava doente e que a mãe cuidou dela, era a amiga de sua mãe, chama-se A...Amélia.

– Vamos ficar na casa de Amélia? – questiona curiosa. Amélia apenas lhe lança um sorriso.

– Vejo que lembra-se de mim. Venha, entrem – fala dando passagem para que os três adentrassem em sua casa.

      Por dentro a casa também era velha, apesar de ter móveis antigos, tinha um certo ar de sofisticação e mordenidade. A maioria dos móveis eram de madeira escura e forro beje. Christian viu que sentada no sofá da sala, com um copo que dentro contia um liquido marrom claro, estava um mulher de costas. Tinha cabelos ruivos cacheados, que desciam por seus ombros e faziam caminho até o busto. Também usava vestido como Amélia, mas ao inves de cores discretas, usava uma cor chamativa.

– Say? – pergunta Helena e a mulher se levanta. A postural impecável, caminhava leve como uma pena.

– Helena – cumprimentou e depois virou-se para os dois jovens irmãos que olhavam com curiosidade para ela – Então você é Andry?

–Sou, por que? – questiona Andry. Como ela saberia seu nome e quem era?

– Não se preocuoe querida, sei mais de você do que imagina. Sabe, te vi quando era um bebê, era fofa, porém audáciosa. Digamos que nã mudou muito daquela época para cá, ficou mais contorlada. Pelo menos não chora tanto.

–Quem é você?

_ Garanto a você querida, meu nome será o que menos te preocupa ou irá te preocupar.

A profecia de SamanthamOnde histórias criam vida. Descubra agora