Capítulo XIII

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         Andry levou a mão a boca. O gosto amargo do bile invadiu sua garganta com mais intensidade, ela estava tonta e tinha a sensação de que a qualquer momento desmaiaria e seus sentidos se entregariam a escuridão. Christian estava olhando para sua irmã, ele não queria sentir, mas estava com pena de Andry, era muita informação para a sua pequena Andry absorver, ela teria que ir para um lugar onde sequer sabe onde fica, cumprir um destino que foi dito por uma mulher desequilibrada a beira da morte.

-Andy - Christian a chama mas ela não parece que o escutou - Andy pequena - ele toca seus ombros, e em seguida envolve seus braços ao redor dela - Eu estou aqui

- Eu sei...Eu sei -disse com a voz tremula

- Nada e nem ninguém pode mudar que eu sou seu irmão e sempre estarei com você, nem mesmo uma desequilibrada que disse baboseiras - sussurrou em seu ouvido, Andry não fazia nada a não ser assentir com a cabeça, fazendo as palavras dele ecoarem por sua mente como um mantra para mante-la sã.

          Dentro de si estava um turbilhão de diferentes emoções. Havia a raiva de Helena por ter escondido a verdade. O alívio de ser sangue do sangue de Christian. A dor em saber que nunca fora reconhecida como filha legítima. A surpresa por saber que terá esse futuro como o seu. Mas acima de tudo o medo de fracassar, de não estar pronta para comprir isso, medo de decpecionar os tantos habitantes.

            A história em que uma vez ouviu quando criança. Imaginou que seria fantastico morar em um local assim como aquele reino. Mal sabia que aquela era sua real história e que acima de tudo, não era nada parecido com que imaginava que a protagonista sentia ao descobrir sobre seu futuro e seu dever. Imaginava que a protagonista sentiria satisfeita e orgulhosa de ser a heroína da história. Mas sequer imaginava que ela era a protagonista, e que esse era seu futuro. Agora olhando para o próprio futuro sente um frio incomum no estomago, uma sensação de medo espalha-se pelo seu corpo, como se estivesse se espalhando pela corrente sanguinea.

–Por isso que ela sempre me segue? Que somente aparece para mim?– pergunta Andry, encarando os olhos grandes, cinzas e expressivos de Helena, que nesse momento segura a respiração, o rosto clara parece mais pálido do que de costume e sua postura rigida lhe faz crer que estava com medo da reação da filha diante das revelações que contou.

– Sim, mas não foi a única em que ela visitou – diz e sento os olhos curiosos e ligeramente arregalados de Andry.

– Ela lhe visitou?

– Sim, na verdade cobrou-me contar a verdade a você antes que ela contasse – revela

– Quer dizer não pretendia me contar? Que se podesse me deixaria ás cegas sobre minha própria história? – pergunta indiguinada

– Queria lhe proteger de tudo isso. Olhe para você Andry, posso ver o medo através de seus olhos, que estão cada vez mais lilás do que antes – fala Helena passando as mãos sobre os cabelos, deslizando os dedos sobre os fios lisos e pretos do seu cabelo. Estava vizivelmente nervosa.

– Você não a protegeu escondendo isso Helena – fala  Christian, entrando na conversa de ambas de uma hora para a outra.

– Eu os conheço Christian. É uma família vingativa e louca pelo poder, tudo que eles querem é mais e mais poder, nem que isso signifique passar por cima de quem quer seja – fala Helena elevando levemente o tom, que agora assumiu e desesperado. Com as frases ditas por Helena, a palavra vingativa e passar por cima escooavam por sua mente como um letreiro de alerta com letras neons na cor vermelho-sangue.

        Seus pés ganharam vida e juntos começaram a caminhar até o quarto, ela andava de modo tão rápido que quase corria dentro de casa. Sua mente em turbilhão, pareciam que haviam jogado maripousas dentro de seu estomâgo. Entrou em seu quarto e tracou a porta, seu corpo foi escuregando pela a madeira até que sucumbiu ao chão ainda com as costas na porta. Lágrimas salgasdas formaram-se em seus olhos, estavam ao ponto de explodir e descerem como cascatas sobre seu rosto quando ela falou para si mesma mentalmente:

          Seja forte Andry, você já passou por coisas muito piores do que isso, disse segurando as lágrimas e levantando a cabeça. Fazia anos que havia tido vontade de chorar, a última vez era uma criança de doze anos quando chorou por sentir-se rejeitada, era lágrimas de tristeza e raiva, duas fortes emoções misturadas que fizeram com que chorasse e quebrasse tudo que visse. Naquele dia havia quebrado tudo que podia em seu quarto, foi o dia em que seu pai adotivo veio em seu quarto e conversou sobre sua exlosão de raiva por duas inteiras horas. Foi o dia em que decidiram levá-la para algumas sessões com a psícologa da família, que lhe colocaram no Muay Thay para que podesse descarregar suas raivas no esporte e falar com Cinthya a respeito disso. Foi o dia que falou para sua mãe adotiva– agora bilógica– que a odiava com todas as suas forças e o também o dia em que começou a torna-se ''rebelde'' em casa.

           De repente sua mente pensou na possibilidade do que seria sua vida se sempre soubesse que era realmente filha de Helena, se sua relação com ela fosse melhor e que tivesse sido uma criança como qualquer outra. Mas também cogitou a possibilidade de sua vida não ser o que hoje é, não ter Júlia como amiga, não ser Andry que hoje é. Se soubesse de toda a verdade não seria a Andry, não a verdadeira Andry .

Chocante não? – Andry levanta a cabeça quando ouve a voz doce e suave de Milliet. Ela continua a mesma, pórem seu vestido abandonou a tonalidade gelo e passou a ser cinza claro e cintilante, como uma daquelas colas glitteres. Seus cabelos loiros continuavam soltos. Pórem algo faltava desde a última vez que havia lhe visto.

– O que quer Milliet?– pergunta diretamente. Tudo que queria era estar sozinha mas nem isso lhe fora permitido.

Sei que tudo parece confuso, aterrorizante e é normal estar com medo. Mas acredite Andry, você é mais forte do pensa ser, é mais poderosa do que acredita. Eu acredito em você, muitos acreditam e muitos lhe daram a ajuda que precisar, terá seu irmão como rocha – diz olhando-a fixamente.

– Não sou tudo que você acha que sou, Milliet. Sou apenas uma adolescente, confusa, rebelde – disse

Quando realmente aceitar, a mágia vai fluir como as águas de um rio cristalino. Sua mãe a treinará e ensinará o que há de nescessário para se saber, e Andry, não a jugue, ela fez para seu bem. Acredite – diz antes de sumir em nevóa.

         Olhando onde o fantasma– pelo menos acreditava ser um– estava antes de sumir como sempre. E agora além de não explicar, a deixou confusa. Fez para o seu bem, foi o que disse, mas Andry realmente não tinha tanta certeza que Helena mentiu para lhe proteger. Talvez não confiasse o suficiente em Helena, ou a raiva lhe fizesse dúvidar da sua palavra, uma das duas opções é a correta, mas independente da certa ela tinha medo e magoa por Helena ter mentido. Milliet a colocou nessa enorme confusão, que rola como uma bola de neve, então ela não mentiria para ela, nem lhe faria mal ou faria? Definitavamente sua mente estava muito confusa, e estava pensando em coisas sem sentido, melhor seria descansar, deitar e tenta ser levada pelo sono para o mundo dos sonhos. Lá estaria sozinha e fora disso tudo, pelo menos se Milliet não resolver pertuba-la lá.

A profecia de SamanthamOnde histórias criam vida. Descubra agora