Capítulo Oito

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P.O.V KARA ZOR-EL

Voltei para casa me sentindo completamente derrotada. Eu podia sentir a exaustão tomando conta do meu corpo.

Achei que é isso que acontece quando você se transforma em lobo pela primeira vez sem ter comida uma refeição decente nas últimas 48 horas.

Agora que parei para pensar nisso, perdi dois dias seguidos chorando sem parar, tudo por causa da minha suposta alma gêmea.

Entrei pela porta e quase caí para trás quando alguém correu na minha direção e me esmagou num abraço. Era minha madrasta, Cat.

"Onde você estava?! Levantei da cama, fui dar uma olhada no seu quarto e você não estava lá!", ela exclamou. "Liguei para a casa de Alex, mas você também não estava lá!"

"Sinto muito, Cat. Eu... minha loba precisava correr", eu disse, tentando acalmá-la um pouco.

"Sua loba? Você finalmente a conheceu? Ah, meu Rao, Kara", ela gritou de alegria. "Qual é o nome dela? Como ela é? Quando vamos dar um passeio juntas?"

Ela me bombardeou de perguntas, mas senti minhas últimas forças me abandonarem.

"Vou responder todas as suas perguntas amanhã, tá? Agora eu realmente preciso me deitar", eu disse.

"Claro, claro! As primeiras transformações são sempre muito cansativas. Você deve estar exausta. Venha, deixe-me ajudar você a ir para a cama."

Ela jogou um dos meus braços sobre o ombro dela e me ajudou a subir as escadas.

"Obrigada, Cat", eu disse, antes de me entregar à escuridão do quarto.

***

Me sentei naquela bela clareira que encontrei essa noite.

Eu estava em minha forma humana.

O lugar era tranquilo e sereno. Era dia e o sol estava brilhando sobre o lago. A grama selvagem que crescia ao redor da água balançava com a brisa de verão.

De repente, uma nuvem escura cobriu o céu, e o lugar tornou-se sombrio.

O lago parecia cada vez mais tenebroso à medida que as ondas inquietantes perturbavam suas águas antes pacíficas e a doce brisa de verão se transformava em um vento forte e sibilante.

A grama verde desbotou e secou, deixando uma horrenda trilha de solo seco e rachado ao meu redor.

Então, o som de folhas secas farfalhando e galhos caídos se partindo chamou minha atenção, deixando-me em estado de alerta.

Olhei à minha volta com medo e tentei chamar minha loba, mas não tive resposta.

De dentro dos poucos arbustos cujas folhas secas ainda estavam intactas saiu uma enorme loba preta com olhos verdes brilhantes. Suas presas estavam à mostra e ela rosnava para mim.

A loba se aproximou cada vez mais, ate que finalmente avançou em mim, cravando suas presas afiadas no meu pescoço.

Acordei com Cat me cutucando suavemente.

Eu estava ofegante e suando enquanto olhava para minha madrasta confusa e com medo.

Foi só um pesadelo.

"O que foi? Sei que prometi ir correr com você, mas não está um pouco cedo demais?", resmunguei.

Eu me sentei na cama, olhando para o meu despertador na mesinha de cabeceira, mas, quando me virei para Cat, percebi sua expressão sombria. Imediatamente, soube que tinha algo errado.

Minha Alfa Me Odeia - Livro I - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora