Notas do Autor: Os capítulos serão narrados em primeira pessoa, de acordo ao ponto de vista da protagonista ; pode ser que em algum momento seja narrado em 3 pessoa - impessoal- quando ela não aparece e o capitulo é focado em outros personagens.
***
Eu fui trazida para essa realidade. Sem aviso. Sem escolha. Tirada de meu lar a força por um casal desconhecido que buscava uma noiva para o seu primogênito.
Minhas memorias foram apagadas quando cruzei a linha do continente sombrio e vim para este. Só restava o presente.
Eles me trancaram no porão de sua mansão e as torturas começaram.
No inicio, me colocaram pendurada por correntes, com os braços presos acima da minha cabeça e as pernas livres, sem tocar o chão. Eu ficava só de calcinha, com os seios amostra. Dias e noites sem dormir.
Na primeira semana fiquei no breu total. Apenas uma linha de luz penetrava pela brecha da porta, quando esta era aberta. Foi assim que a minha tortura começou. Pendurada por correntes e privada de sentido visual, mesmo que depois meus olhos tenham se acostumando aos poucos com a escuridão. No 4 dia, ainda sem poder enxergar direito, ligaram um auto falante no máximo volume, explodiu em gritos agudos e intermináveis de uma criança. Os gritos eram tão altos que a minha cabeça parecia explodir. Era como se alguém a tivesse pressionando ao ponto de quase amassar meu craneo. Eu não tinha relógio, então eu não saberia dizer o tempo exato que fiquei escutando, mas pra mim, parecia ter sido infinitas horas.
Ao inicio da segunda semana, com a audição bem afetada, uma pessoa entra no cômodo onde eu estava sendo mantida presa. E eu só percebi que essa pessoa estava lá comigo quando eu senti um ácido queimar a pele sobre meu flanco direito. Eles tinham ligado varios refletores com luz potente, apontados diretamente para mim. Tentei proteger meus olhos fechando as pálpebras. Ainda assim era muito incomodo. Fiquei sem conseguir respirar direito por causa da agonia.
Abaixei a cabeça, tentando amenizar a entrada de luz sobre meus olhos.
Meu cerebro estava preocupado em proteger meus olhos ao mesmo tempo que tentava dissipar a dor do acido rompendo meu tecido epitelial.
Eu não entendia muito bem qual era o propósito deles fazendo aquilo comigo mas eu tinha certeza que aquela tortura era um metodo militar. Eles estavam querendo me privar dos sentidos básicos.
Queriam me deixar surda e cega ao mesmo tempo?
Depois de 3 dias com os reflores apontados para meu rosto, senti a mão áspera de alguem tocar meus punhos. Ainda sem enxergar direito, mas com a audição um pouco recuperada, reconheci o senhor Zeno. Senti o peso do movimento enquanto as correntes eram afrouxadas. Ele estava abrindo as munhequeira que me prendiam.
Fui colada para sentar em uma cadeira de ferro, fria e incomoda.
Ele puxou meu cabelo com tanta força e rapidez que senti meu globo ocular pular para fora.
" Você sabe onde está'?- Perguntou, ainda segurando meu cabelo. A voz dele era grave, controlada, mas cada palavra carregava uma ameaça velada.
Com o pescoço estirado para trás respondi
" Não."- Minha voz saiu rouca e tremula porque aquela posição fazia com que o ar que entrasse pela minha garganta ficasse preso e isso dificultava sua saída.
"Você consegue descrever o lugar qual se encontra agora?"- ele continua com o interrogatório.
" Acho que sim"- Disse.
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Cartas na mão
FanficUm caçador, um assassino e um bandido unidos por um laço. " Se for jogar, decida 3 coisas primeiro: As regras do jogo, os riscos e a hora de desistir"