Em Meio à Escuridão (BTD) || H.S. || K.S.

d e z e s s e i s : parte três

Nota inicial: De agora em diante, os capítulos terão trilha sonora. O link estará na área de multimídia e recomendo que a música comece a ser tocada na fala "Tarde demais, Angel." Boa leitura. :)

Londres; 7 de agosto; 01:56 da manhã.

E sem demonstrar estarem ali, os dois rapazes ficaram. Eu sentia ambos os olhos observando as poses, os gestos e a minha interação ao fotógrafo, às luzes, aos cliques, às sombras. Será que há algo em que eles possam estar conversando? Ok. Mantenha um direcionamento, Angela. Então, com todo o apoio e a competência das pessoas ao redor, o meu compromisso diante da Inked teve seu encerramento no instante em que o relógio de alguém da equipe comprovava as primeiras horas de uma madrugada nem tão fria, nem tão amena. Abandonei o glamour, recuperei meu estilo nada convencional ao recolocar minhas próprias roupas e quando procurei por Malik para irmos embora, apenas Harry se mantinha acostado na parede próxima à semiaberta porta de saída. Ele me fitava com pequenas dobras em sua testa que denunciavam uma tensão incomum. Quanto mais eu me movia a Styles, mais sua língua umedecia seus lábios, que possivelmente secavam-se a cada insignificantes segundos. E com nossos rostos a míseras polegadas de distância, agiu com uma formalidade demasiada ao explicar pelo desaparecimento de Zayn:

- Eu pedi para o Malik ir embora. Foi um pouco chato, mas o convenci de que eu precisava de um tempo sozinho com você. – me encarou sem exibir um sorriso ou qualquer coisa similar. – Tem algum problema nisso?

- Nenhum. – desembolei a alça de minha bolsa. – Eu só queria saber como você conseguiu descobrir onde eu estava?

- Zayn que me entregou seus passos, porém ele não sabia que eu viria. Vim por conta própria. – entregou em cochicho.

Uma letra por pouco não saiu de minha boca. Katherine Paige passou por nós dois no milésimo em que eu me lançava a avançar no diálogo. Ela fez questão de se apresentar a ele, e se despediu de mim pela segunda vez. A interrupção da jornalista foi de grande validade para eu cair em mim de que seria inseguro termos uma conversa parados praticamente na entrada de uma sala com um monte de pessoas verificando cada sílaba que pronunciávamos.

- Acho melhor sairmos, não é? – sussurrei. – Deve haver outras opções mais interessantes do que aqui para um reencontro. Quem sabe ao ar livre?

- Já tenho um lugar quase perfeito. – se gabou.

- Me defina o quase?

- Se eu falasse perfeito, você iria me responder que nada é perfeito.

- Esse seu sorrisinho do gato Chesire do País das Maravilhas é mágico, Styles. – o gabei mais ainda. – Nunca disse isso?

- Já, mas há muitos anos. E quem sabe agora eu possa acalmar os seus medos igual a ele na história, Alice? Digo, Angela. Aliás, estamos atrasados para o lugar quase perfeito, senhorita. Me dê sua mão? – solicitou, e conectei minha palma à sua estendida.

Harry me puxou para o corredor no lado de fora e apertou o botão do elevador. Enquanto esperávamos, pegou sua carteira no bolso da calça, tirou cinco notas de dez libras e as guardou na parte da frente, retornando a carteira para o posto anterior. A porta automática se abriu e entramos. Styles foi para o canto direito depois de enunciar garagem ao sistema de inteligência do ambiente claustrofóbico e pôs seu corpo encostado ao espelho. Eu escassamente andei, ficando à esquerda, vendo seus movimentos de ansiedade. Havia somente dois indivíduos naquela caixa retangular: Alice e o gato. Em menos de um minuto, brincou com seus anéis, checou o relógio de pulseira de couro marrom quatro vezes, pigarreou duas, expressou uma frase irrelevante e não sorriu em momento nenhum. Já eu permaneci inexpressiva e só deixei de ficar assim quando Harry foi até a um dos zeladores do prédio e substituiu suas cinquenta libras por dois capacetes pretos.