Fim da Primeira Semana

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Era sexta feira, a última aula do dia, e Tomás Ribeiro tinha acabado de receber um papel pequenino, em branco, que serviria para votar do delegado de turma. Olhou para os amigos para perceber se algum deles tinha hesitado a escrever o nome de quem achava que devia ser eleito e depois de uma pequena análise que não lhe levou a lado nenhum, escreveu o nome "Ally" no papel.
Parecia ser algum responsável e ajuizada.

Quando começaram a contar os votos, não demorou muito para Ally e Daniel tomarem uma vantagem generosa em relação aos outros alunos votados. Já era de esperar.
Mas o que surpreendeu Ribeiro, foi ver um voto com o seu nome a ser aberto e contado à frente da turma toda.
Franziu as sobrancelhas e olhou em volta para ver a reação dos colegas, talvez assim conseguisse perceber quem foi. Mas nada.

No final da contagem, Ally foi eleita como delegada e Daniel como sub-delegado.

No fim da aula, Ribeiro viu os amigos aproximarem-se para começarem a comentar.

-Era previsível... - João assumiu.

-Sim... Mas ainda bem que foi assim. - Rafael acrescentou  - E o Filipe? Ai a amiga do Daniel, ai a Amiga do Daniel. Foi lá e votou no Daniel.

-Se eu acho que ele é bom para desempenhar o papel, qual é o mal?

-Isso agora não interessa! - Ribeiro tomou a palavra - O que interessa é saber quem votou em mim!

Todos negaram ter votado no moreno, com a exceção de Valadares.

-Foste tu, seu cabrão?

Valadares sorriu e começou a afastar-se dos amigos. Olhou para trás, na direção de Ribeiro e piscou-lhe o olho.
Como o voto não ia dar à sua eleição, o moreno não ficou chateado com o mais alto. Apeteceu-lhe até sorrir com a brincadeira. Mas então viu com quem Val foi ter e essa vontade dissipou-se.
Lá estava ela outra vez. A miúda de cabelos loiros, com um sorriso estranhamente simples e muito batom na boca.
Sónia e Valadares encontraram-se e foram juntos embora.

-Tu... Estás bem? - perguntou João a Ribeiro.

-Sim. - simples e falso.

-Anda! Vens comigo para o treino. Mas antes vamos passar no restaurante do parque. Estou a morrer de fome. Depois vamos para o treino com os meus avós.

-Mas eu...

-Mas tu nada! Esquece lá isso, seja lá o que isso fôr! Vamos! O parque é perto e não nos vamos demorar.

Tomás não tinha nada a perder, apenas seguiu o amigo que parecia descontraído.

Durante o caminho até ao parque, depois de Ribeiro avisar a mãe com quem estava, os dois amigos falaram sobre jogos, os treinos, o que se passava no mundo do futebol e outras coisas que interessavam a ambos. Relembraram que deviam estudar parar a avaliação de matemática que seria já dali a duas semanas.
Ao chegar ao parque e ao entrar na hamburgueria, João olhou para o amigo e pediu:
-Por favor, não contes ao treinador que vou comer isto antes do treino. Ele mata-me!

-Não digo, fica descansado.

-Obrigado! És o maior.

-Eu sei que me amas! - brincou Ribeiro.

-Amo sim, meu amor lindo fofinho e gostoso! - e os dois riram.

Entretanto, João recebeu o seu hamburguer e os dois saíram do restaurante para darem uma volta enquanto o rapaz de vermelho comia. 
O parque tinha pouca gente durante aquela hora do dia, então estava um ambiente silencioso e ameno. 
A uma certa altura, passaram por um túnel que dava passagem até ao outro lado da estrada por baixo da via.

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