Água Quente

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Valadares deixou a banheira grande e espaçosa a encher com água quente enquanto preparava as toalhas que usariam. Encostado na ombreira da porta da casa de banho estava Ribeiro, de braços cruzados, a olhar para o mais novo sem mostrar qualquer emoção.
Quando a banheira já estava cheia e o valor de água já começava a cobrir o espelho em cima do lavatório, Valadares fechou a torneira e levantou a mão na direção do mais velho, chamando-o para perto de si.

Ribeiro aproximou-se, dando a sua mão ao loiro.

-Wow... Estás a tremer. - Valadares sorriu discreto - Calma, eu não te vou fazer mal. - continuou, dirigindo-se lentamente à porta para a fechar, antes de voltar para perto do moreno - Respira. Está tudo bem.

O mais velho olhou para cima à procura do olhar de Val.

-Pára... Estás a fazer-me ficar com mais vergonha ainda. Além disso, tu também estás a tremer que nem um louco.

Valadares sorriu e corou, sentiu-se tímido também o que o fez abraçar o mais baixo e esconder a cara vermelha no pescoço do mesmo.

-Ainda podes desistir. - disse ainda com a cara ali.

Ribeiro ficou em silêncio, mas deu uma resposta silenciosa que Valadares sorriu ao ter, abanando a cabeça negativamente.

Com isto, foi Ribeiro que agarrou na camisola do mais alto, puxando-a lentamente para cima até sair do corpo dele. Valadares quis retribuir e fez o mesmo com a camisola do mais velho.

Os dois estavam corados e tímidos, mas nenhum podia negar que aquela sensação dava borboletas na barriga e acelerava o coração, tanto que parecia que ele rasgaria o peito para poder sair.

Ribeiro levou as mãos até às próprias calças, mas pela primeira vez hesitou.
Valadares reparou e tudo o que não queria era ver o mais baixo desconfortável. Assim, virou-se de costas para ele e despiu-se por completo, deixando as roupas no chão e entrando na banheira.

Ao chegar lá, encostou-se, tapou os olhos com as mãos e disse:
-Estou com os olhos fechados, se isso te deixar mais confortável, aproveita agora.

Depois de quase tempo nenhum sem ver nada, sentiu as mãos do mais velho tocarem nas suas, retirando-as dali. Ribeiro ainda estava fora da banheira e vestido, mas ao reparar que Val já tinha a sua atenção em si, livrou-se do resto da roupa que tinha mesmo à frente dos olhos do mais alto.

Estavam nus.
Nus não só de roupas.

As roupas escondem os corpos, e ali, para além de não haver roupas, não havia nada a esconder. Eles eram eles. Eles eram eles um com o outro. Conheciam-se mais a cada dia que passava e a situação em que estavam era só mais uma dessas provas.

E como adoraram ver-se nus.

Ribeiro entrou na banheira e sentou-se entre as pernas do mais alto, encostando o seu corpo ao dele.
Sentiam tudo, e isso estava a agradar-lhes demais.

A água quente chegava-lhes até perto dos ombros e aquecia os dois corpos.
Val arriscou e começou a passar os dedos pelo tronco do mais velho. Fazia-o de maneira calma e lenta, passando por cada partezinha pela qual era totalmente apaixonado.

Sim, apaixonado.
Eles, por mais que tenha demorado, começavam a entender que aquilo não era uma amizade como as outras. Nunca fora, mas agora é muito mais do que isso.
Eles podiam ainda não dizer, se calhar nem sequer entendiam, mas lá no fundo sabiam que aquilo era paixão. Pura paixão.

Valadares continuou o carinho, até que viu o mais velho olhar para ele e avisá-lo:
-Val, tu estás a fazer-me... - foi interrompido por um beijo longo e intenso.

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