A Casa.

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Avisando novamente, é minha primeira fanfic portanto podem conter erros.

Obrigado por escolher ler isso, divirta-se.

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"Eu sempre gostei do caos."

Era o que ela dizia, sempre e sempre. Montava em sua moto desnecessariamente barulhenta e nos levava pelas ruas da parte mais obscura da cidade, o ar cortava meu rosto por conta do capacete de viseira aberta e eu podia segurar em ti sentindo como se nada fosse nos machucar

Éramos jovens.

Mas mesmo jovens sentem medo, só não sabíamos disso ainda.

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Estamos em Dezembro, o ano estava prestes a acabar e eu tinha retomado minha cor verde, me sentia menos intimidadora de rosa, mas não era como se eu conseguisse manter a postura perto dela.
Meus pais haviam se separado na metade do ano e eu não podia estar mais feliz. Meu pai era Alador Blight, um homem reservado que a vida inteira foi extremamente submisso a minha mãe, Odalia.

Consigo me lembrar de momentos em que me falava alguma coisa considerada brutal emocionalmente mas depois sempre aparecia em meu quarto pra se desculpar pois não tinha falado com intuito de me magoar, somente de obedecer minha mãe.

Quando era pequena não entendia direito como ele podia ser tão pamonha, mas talvez agora com meus 23 anos entenda melhor a situação.
Depois de separação ele me chamou para morar com ele, considerando que eu já queria sair daquela casa e poderia dar ao meu pai momentos alegres finalmente eu aceitei a proposta.

Estamos em 1989, os anos 90 estão batendo em nossas portas e eu pretendo passar o restante da vida do velho com ele, não vai ser um sacrifício.

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Todo dia a noite escuto o ronco da moto mais aguardada de todos os momentos, ele sempre em sua poltrona sorri pra mim indicando que é minha hora de ser feliz também, eu sempre sorrio de volta. Ainda bem que a Noceda tem paciência pra me esperar sempre que quero me arrumar, afinal, demoro uma eternidade pra achar as coisas na bagunça organizada que é meu quarto.

Quando saiu sempre me deparo com a figura valente de uma morena de cabelos relativamente curtos, segurando dois capacetes sentada em uma moto. Fico surpresa como ela sempre se veste da mesmíssima forma, com sua jaqueta jeans cor de musgo, regata branca, calças jeans rasgadas no joelho socadas dentro de um coturno mal engraxado, eu particularmente adoro.
Monto em sua moto e ela acelera, abraçada a sua cintura eu sei que vamos pra mais uma aventura surreal de aleatória na periferia da cidade, onde se encontram os melhores bares e confusões.

Mas hoje foi diferente, por algum motivo, ela me levou em uma rua deserta perto de sua residência, não entendi de primeira então logo questionei.

A onde estamos indo? - digo confusa, retirando o capacete e entregando em suas mãos.

A um lugar novo, uma investigação diferente dessa vez. Está vendo aquela floresta? - ela aponta - Acredito que tenha uma casa abandonada por lá, algo realmente grande dessa vez.

Conseguia sentir a empolgação perigosa em sua voz, como não sou idiota nem nada obviamente também fiquei empolgada.
Empurramos a moto em um lugar escondido no mato, guardando os capacetes no compartimento que tinha e levando as chaves no bolso da minha jaqueta jeans clara, se tudo desse errado tínhamos que correr dali.

Trio Investigativo da Rua 10 - Beta The Owl HouseOnde histórias criam vida. Descubra agora