31. Eu iria jogar também

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📏| Boa leitura!
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JOSH BEAUCHAMP' (🗒️)

Eu podia ser ingênuo, sensível, sentimental demais e até bobo às vezes, mas burro eu não era. Alguma coisa em Rose despertou demais a minha atenção. Não parecia natural a forma como eu estava me sentindo tão atraído por uma mulher que havia acabado de conhecer. Fiquei com uma pulga atrás da orelha durante toda a noite em que estivemos na boate. Parecia que tinha algo que eu não estava notando.

A sensação de familiaridade veio quando segurei a mão dela, depois quando dançamos juntos e de novo quando toquei sutilmente em seu cabelo enquanto bebíamos no balcão do bar.

E foi quando ela me levou para sua casa e me beijou que eu soube exatamente de onde vinha essa sensação. A garota não se chamava Rose coisíssima nenhuma. Por mais bêbado que eu pudesse estar, reconheceria os traços de Any com muita facilidade. Ela mentiu para mim a noite inteira e depois me levou até a sua casa e avançou sobre mim. Eu ficava cada vez mais confuso sobre o que ela fazia. Se aquilo era um jogo, eu iria jogar também.

Descarreguei minhas emoções por reencontra-la durante o sexo. Achei que minha primeira reação ao vê-la de novo seria movida pela raiva, mágoa e todo o rancor que ela deixou em mim. Mas não, não foi isso que aconteceu. Estive errado em pensar que conseguiria sentir alguma coisa negativa por Any quando estivesse perto dela novamente a energia negativa evaporou.

Quando acordei na manhã seguinte, pensei logo em olhar para ela de novo, porque observá-la cavalgar em cima de mim e depois tremer sob o meu corpo durante toda a noite passada não parecia ser visão o suficiente. O rosto de Any era a minha nova imagem favorita.

Ela estava serena, dormindo tranquilamente com a cabeça deitada em meu peito. Os primeiros raios de sol da manhã atravessavam a fresta da cortina e a tocavam suavemente, fazendo seu cabelo brilhar. Ergui minha mão e corri meus dedos por sua face. Era uma sensação tão familiar. Sim, Any, essa é você. A pergunta que me preenche agora é: por que você não quer que eu saiba disso?

Afastei-a um pouco de mim e por sorte ela rolou para o outro lado da cama, puxando o cobertor consigo. Levantei sem fazer barulho, vesti minha cueca e minha calça e então saí do quarto. Talvez tivesse alguma pista pela casa.

Chegando à sala, eu comecei a olhar nas prateleiras e qualquer gaveta que estivesse à vista. Lembro-me de quando ela se descreveu como uma pessoa desorganizada no passado. Agora eu podia ver isso. Any realmente não tinha nenhum senso de arrumação e a prova mais concreta disso era que eu encontrei um maço de cigarros na mesma prateleira dos biscoitos. Talvez fosse descuido ou talvez ela estivesse tentando esconder de alguém que fumava.

Sobre o balcão da cozinha havia um apanhado de papéis espalhados, uma verdadeira zona. Todos eram letras de canções e estavam rabiscados com notas musicais desenhadas em algumas frases. Óbvio, ela deveria ser cantora na gravadora e não uma simples assistente. Então era isso que a estava mantendo em Los Angeles, estava realizando seu sonho. Mas por que me afastar? Ela achou que eu não a acompanharia? Eu iria até a droga do fim do mundo com ela.

Entre as almofadas que ficavam sobre o estofado na janela principal da sala eu encontrei um livro, mas não qualquer livro. Laços Atemporais. Reconheci logo de cara que aquele exemplar era o meu. E eu achei que havia o perdido. Ri de leve ao ver que ela dobrava as páginas para marcar onde havia parado. Eu com certeza ficaria puto com qualquer um que fizesse aquilo com as páginas de um dos meus livros, mas agora eu só achei uma peculiaridade fofa muito diferente do que ela realmente é.

Eu estava com muita saudade da Any surtada e rebelde, porém ela teve que mudar por conta de Rose e eu tava odiando isso.

Ouvi passos se aproximando e rapidamente coloquei o livro embaixo da mesma almofada onde achei. Olhei para trás e vi Any que acabara de chegar à sala.

𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗦𝗞𝗜𝗡 | 𝖻𝖾𝖺𝗎𝖺𝗇𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora