Capítulo 7

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Narrado por Cupido

  Fiquei feliz que a Júlia não queira visitar o Roberto. Temos um avanço, por mais que eu não sei do porquê desse acontecimento. Não considero importante eu saber sobre isso. Na realidade o meu objetivo foi sempre tirá-la do grupo dos cuniculos, ou seja eu não deveria meter-me na vida pessoal dela.

  A Júlia é uma ser humana um pouco diferente das outras que estou habituado a ver. Ela é simpática, mas ou mesmo tempo bruta. A Júlia é um Yin-Yang da vida real. Ela consegue ter todas as características existentes, menos aquelas como feia ou esquezita. Tenho que admitir que ela é muito bonita, só que ainda não apercebeu-se disso.

  Não consigo descrever aquele beijo, os lábios da garota são suaves e acolhedores. Senti um bem estar instantâneo e necessitei de aforgar-me nele.

  Alguém teve que estragar esse momento e eu já sabia o porquê, descumpri uma das regras propostas para este cargo.

  Uma das regras que eu aprendi antes vir para a Terra é que eu devo amar todos da mesma forma, sem nenhuma exceção, só que eu arranjei a minha exceção. Parece que beijar alguém significa que eu amo mais essa pessoa do que todas as outras, eu estava lascado.

  Após passar-me o medo de olhar para quem nos tinha atrapalhado decidi olhar. Um rapaz alto, vestindo a sua farda de trabalho. Apararenta ter um e oitenta de altura, tem olhos claros e o cabelo escuro. É o Roberto.

  Lembrei-me de tudo o que lhe falei de manhã, encenssialmente da parte de não namorar a Júlia. Os olhos do médico estavam ensaguentados de raiva, seus punhos estavam cerrados e o seu rosto começava a ficar vermelho. Mais uma vez tinha acabado de fazer porcaria.

-Não é o que estás a pensar! - digo para evitar uma briga desnecessária.

-Tudo bem. - ele diz de forma irónica - ainda bem que seguiste a tua vida Júlia, está na hora de eu seguir a minha também. - ele diz ignorando-me completamente.

  Olhei para a garota do meu lado, Júlia estava paralisada. Talvez assustada ou espantada pelo que tinha acabado de ver. O Roberto vai embora em passos largos e Júlia quer ir atrás mas hesita. Ela olha para mim, secalhar por querer permissão para seguir atrás dele, mas em vez disso a Júlia abraça-me com força.

  Parece que alguma coisa de estranho aconteceu. Por alguma razão parece que  Júlia já não sonha com o seu príncipe encantado Roberto. Isso destroí-me o coração.

  Eu devia estar feliz, afinal o meu trabalho está a chegar ao fim, mas eu realmente quero ficar mais tempo ao lado da Júlia, quero descubrir mais sobre a pequenina cuniculos que procura ser forte constantemente. Tenho quase a certeza que ela seria uma corajosa se nada disto estivesse acontecido.

  Após algum tempo, enroscado nos braços da Júlia, olhei para ela para ver se estava bem. Parecia que nada havia acontecido, a sua cara demonstrava alegria. Decidi que iria continuar a nossa conversa.

-Júlia? Já descobris-te quem são os teus pais? - perguntei deitando-me na toalha vermelha.

-Não...mas vou tratar de descobrir isso. Quero muito conhecê-los. - ela deitou-se ao pé de mim.

-Eu também...

  Ficámos um bom tempo conversando e comendo. Eu estava a sentir-me fantástico. A Júlia era incrível e por mim, ficava falando com ela para o resto da vida.

  Algum tempo depois decidimos ir embora porque o sol estava forte demais. A Júlia foi para casa falar com a Dona Sónia para procurar respostas sobre os seus pais e eu já sabia que iria ter que fazer uma viajem ao monte Olimpo. Afrodite deve estar super zangada e eu sei que é melhor resolver as coisas já.

O Anjo CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora