O Anjo Cupido

Capítulo 10

Narrado por Júlia

A minha aula de biologia humana estava a correr tão bem quando Luana, uma colega da minha classe, avisou que alguém estava a chamar-me de fora da sala. Tinha quase a certeza que era Cupido e fiquei entusiasmada com a ideia, então saí da sala para ir encontrar com ele.

Por minha desagradável surpresa não era Cupido e sim Roberto. Ele estava muito bem vestido, utilizando uma calça castanha e um moletom azul claro. Lembrou-me muito a época onde ele vinha a minha casa estudar com o meu irmão. E o seu perfume... cheirava a felicidade e à t-shirt que guardava dele desde essa altura.

-Podemos falar? - ele perguntou, os seus olhos demonstravam afeto e sinceridade.

Já sabia do que se tratava, provavelmente iria falar-me do que tinha sentido no dia em que me viu beijar o Eros ou de alguma coisa relacionada. Decidi que iria com ele, para por fim poder colocar um final nesta situação. Eu estava decidida em deixá-lo para trás.

Entrámos no seu carro e ficamos falando das nossas vidas novas e de tudo o que tinha acontecido conosco.

Ele levou-me até a sua casa. Era uma baita casa, toda elegante, requintada e gigante. Dava bem para construir uma família de uns cinco filhos nela.

-Queres conhecê-la? - ele perguntou ao olhar para o meu ar de espantada pelo quão grande era o seu lar.

Ele apresentou-me a cozinha, casas de banho, os dois quartos de hóspedes, sala de jantar, sala de jogos, sala de estar, sala de cinema e por fim...

-E este é o meu quarto, não repares muito na bagunça. - ele diz dando passagem para que eu entrasse.

O quarto tinha como cor principal o branco com muito detalhes pretos e vermelhos. Tinha uma suite e uma casa de banho privada que aconchegavam mais o espaço.

De repente, ouvi-o a trancar a porta e fiquei assustada. Olhei para trás e vi que ele guardou a chave em seu bolso.

-Abre isso Roberto! - gritei assustada e irritada.

- A gente só vai conversar Júlia. - ele disse com um sorriso perverso no rosto - só que de uma forma diferente. - ele falou em um tom mais baixo mas perceptível.

Corri para o outro lado da cama e uma lágrima escorregou pelo meu rosto, não acredito que isto está a acontecer, não acredito que isto está a acontecer! As minhas mãos tremiam e as minhas pernas falhavam.

-Isto é para o teu bem amor, vais ver, sempre desejaste-me - ele falou carinhosamente vindo em minha direção e retirando o seu cinto.

Eu não sabia o que fazer, estava aterrorizada e só pedia para que isto fosse apenas um pesadelo, então fechei os olhos para tentar sair desta realidade.

As mãos nojentas do Roberto tocaram em mim e eu relutava para que ele se afastasse mas ele tinha muito mais força do que eu.

-Por favor...- eu implorava para ele - Roberto por favor não faças isso...

Parece que as minhas palavras deram-lhe ainda mais incentivo de continuar e ele atirou-me para a sua cama de costas para cima.

-Sua puta! - ele gritava enquanto tirava as minhas calças - Não quiseste traír-me? Agora vais aprender vagabunda!

O meu corpo entrou em stress total e eu não conseguia pensar no que iria fazer. Fechei os olhos com força e apenas deixei-o fazer o que quisesse, as coisas iriam passar mais rápido.

Ouvi o barulho das suas calças a caírem no chão e das minhas cuecas a rasgarem. Uma dor descomunal atingiu-me e comecei a gritar de dor. Segurei os lençóis da cama porque não era capaz de fazer mais nada.

-Isso mesmo cachorra, isso mesmo! Grita mais! - ele pegou na minha cintura e começou a estocar-me com mais força e mais rápido.

Ele puxava os meus cabelos com força. Eu sentia ódio e sentia nojo daquele idiota de merda, ele não merecia o meu corpo e não merecia nada de mim. Ele deveria ser morto por tudo o que está fazendo.

Ouvi barulhos na porta, a porta tinha sido rebentada com extrema facilidade. Roberto tinha caído no chão mas eu não conseguia olhá-lo, apenas deitei-me na cama e fiquei lá.

Ele estava a ser espancado e eu queria saber quem era o meu salvador mas eu não consegui mexer-me por conta do sangramento e das dores que sentia, apenas adormeci.