Algo molhado passou pelo seu rosto, ela resmungou e se mexeu, novamente algo molhado e gelado passou pelo seu rosto, fez careta e então abriu os olhos. Pavor tomou todos os seus ossos, músculos contraídos em completo espanto, o ar preso dentro do peito, os dentes serrados para não permitir que o grito de medo saia por entre seus lábios, perdendo o folego logo em seguida, havia esquecido como se respirava, apenas ficou em choque olhando para o enorme lobo na sua frente.
O animal a olhava atentamente, sem desviar o olhar em nenhum momento, ela estava apavorada, não sabia o que fazer, sentia que a morte tinha a encontrado mais cedo do que pensava, o desespero corroía todo seu corpo, sem mover um musculo se quer, ar não chegava em seu pulmão.
Novamente o animal se aproxima de seu rosto, ela fecha os olhos desesperadamente, seu fim tinha chegado, mas ao invés de uma mordida dilaceradora o grande e temível lobo lambeu seus lábios levemente, em surpresa Luna se esquivou para traz, o animal supreendentemente pareceu triste com sua recusa quando emitiu um gemido de choro de cachorro e colocou sua enorme cabeça em seu colo, para logo em seguida esfregar seu focinho em suas mãos pedindo carinho.
Ela permanecia em choque, o que estava acontecendo era algo que ela não conseguia explicar mesmo se tentasse, estava tão surpresa que não percebeu quando o grande lobo lambeu suas mãos freneticamente em busca de atenção. Com as mãos tremendo de pavor, Luna passou seus dedos gélidos por entre o pelo do animal, a maciez a acolheu imediatamente, levou sua outra mão para o pescoço do animal o acariciando suavemente com os dedos.
Minutos se passaram e Luna ainda se encontrava acariciando a pelagem do lobo de pelo castanho como amêndoas, ele a encarava enquanto fazia o carinho em seu peito peludo, uma vez ou outra lambia seus lábios ou pescoço, ela não tinha coragem de desviar de suas lambidas com medo de ser severamente punida. Suas pernas já estavam dormentes quando o lobo finalmente saiu de seu colo, ele levantou e se sentou na sua frente, ela se levantou e ficou em frente ao animal o encarado por alguns segundos, mesmo sentado o lobo era duas ou três vezes maior que ela, olhos verdes e expressivos a assistiam atentamente, o pelo esvoaçante balançava sobre a brisa suave do fim da tarde.
Luna se aproximou devagar do animal, ele parecia entender seu medo quando abaixou a cabeça para receber sua mão, ela acarinhou suas orelhas carinhosamente enquanto sorria para o agora inofensivo animal na sua frente, ele virou a cabeça para lado e ergueu suas orelhas, ela achando engraçado colocou suas mãos na cabeça e se inclinou imitando os movimentos do lindo lobo castanho, mas descuidada como sempre se inclinou demais e caiu na grama, o lobo pareceu rir da situação quando jogou sua cabeça para cima e exalou ar pelas narinas.
- Você acabou de rir? – Ela deveria estar imaginando coisas, como um animal selvagem iria rir de algo – Eu devo estar alucinando – Era isso ou ela estava louca de vez, pensou que poderia ser um sonho muito vivido, talvez ainda esteja dormindo e sonhando coisas bobas como aquelas, mas não importava, sonho ou não aquilo tinha que ser aproveitado da melhor forma.
Voltou a passar a mão sobre o pelo do animal, quando olhou para cima e viu o sol indo embora lentamente, e então a realidade tocou sua mente novamente, ela tinha que voltar para casa de seu pai, o curto caminho de volta ficaria irritantemente difícil no escuro.
- Está escurecendo, eu tenho que ir – Ela só percebeu que estava pedindo autorização para ir embora para um lobo depois de já telo feito, parecia idiota agora que pensava, mas não iria querer contrariar o grande animal na sua frente – Eu voltarei amanhã... Como se o lobo fosse entender isso! – se criticou em voz alta. Depois de guardar suas coisas e ir em direção a trilha que a tinha trago até ali. Já saindo do bosque, ela se vira e vê que o lindo lobo não estava mais ali.
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THE LOVE OF MOON
WerewolfCanela! Essa foi a primeira coisa que Luna descobriu sobre seu pai, que ele cheirava a cigarros de canela. Ela sorria abertamente, o fato de estar ali naquela caminhonete, sentada ao lado de seu pai, era o motivo dessa felicidade. Depois de quase 1...