Capítulo 5

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Luna estava encharcada de suor, os pesadelos não a deixavam em paz, eram sempre a mesma coisa, ela parecia estar em um quarto escuro sem portas e janelas, apenas um grande espelho antigo e manchado, mas o que refletia não era ela e sim dois homens gigantes e musculosos, ela não conseguia ver direito o rosto deles, apenas os incríveis olhos vermelhos de ambos, a encaravam seriamente sem piscar ou desviar o olhar, apenas os dois ali parados a observando. Mas então uma mão segura seus pulsos fortemente, logo mãos começam a acariciar seu corpo apertando-a cada vez mais, até que ela grite e acorde.

O mal estar havia sido levado para longe junto com a água do seu banho, as machas escuras no seu corpo não doíam tanto quanto antes, se encarava no espelho, ao olhar bem conseguia sentir o asco que tinha por aquela visão, as cicatrizes espalhadas pela pele eram como um mapa de sua história, sentia nojo de se ver nua, seu corpo a constrangia, nunca se mostraria assim para ninguém, sentia vergonha de si mesma, seu padrasto sempre dizia que nenhum homem se interessaria por uma mulher que já foi usada tantas vezes, muito menos uma com um corpo marcado como o dela.

Quando era mais nova ainda tinha esperança que sua mãe voltaria para salva-la, acreditava nos contos de fadas, no amor e no certo e errado, se forçava fortemente para acreditar que nem tudo estava perdido. Mas um dia seu padrasto decidiu usar seu corpo como objeto, para que seus clientes fechassem contrato, ele oferecia seu corpo como moeda de troca, na época ficou feliz pois teria uma chance de pedir ajuda, poderia falar com um dos homens e convence-lo a tirar ela daquele lugar. Ela se forçava ao máximo para aguentar toda aquela dor, a aguentar ouvir a promessa deles dizendo que a salvaria, tiraria ela de lá e levaria ela para um lugar seguro, mas pra isso eles pediam algo em troca, eles até mesmo gostavam de alimentar suas esperanças apenas para ver sua frustração quando se deparar presa dentro de uma gaiola.

Hoje olhando-se agora no espelho percebe o quanto foi tola, ela nunca escaparia daquele lugar, mesmo agora longe dele ela ainda sentia toda aquela dor dentro dela, não sabia como colocar algo tão forte pra fora, como arrancar aquelas memorias, mas ela sabia, sabia que nunca escaparia dele, ele iria achar ela em qualquer lugar, mesmo que passasse sua vida fugindo Ben iria encontrá-la. Por isso havia decidido que seria melhor da um fim definitivo para sua história triste.

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Sentada em uma sorveteria Luna observava a pequena vila funcionar, pessoas trabalhando, crianças brincando na rua, o vai e vem dos comerciantes, tudo em sintonia. O dia nublado ameaçava seus planos para tarde, havia decidido voltar a floresta, dessa vez iria por uma trilha diferente, um pouco mais distante da vila, mas razoavelmente perto, que de acordo com o mapa a levaria para uma pequena cachoeira.

Quando se levantou sentiu um aroma suave, logo um arrepio forte desceu para o meio de suas pernas, arregalou os olhos, se segurou na mesa com as pernas tremulas, nunca havia sentido isso na vida, essa sensação lasciva tomou seu corpo por apenas um segundo, suas mão suavam e sua respiração estava ofegante, ela olhou para os lados temendo que alguém a tinha visto fraquejar e apertar fortemente as coxas, sentia um calor forte emanando do seu corpo, não, algo mais forte que calor. Decidiu por fim ir logo para a cachoeira pois assim poderia se acalmar, talvez foi um mal estar repentino, pensava enquanto caminhava, mas que mal estar poderia deixar tão forte sentimento? Talvez tenha sido algo que tinha comido.

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Suas pernas ardiam de tanto andar, estava cansada e sinceramente não sabia se estava ou não perdida, mas logo as duvidas foram embora quando seus olhos avistaram a linda queda d'água a sua frente, a luz refletida se tornava um lindo arco-íris, a mata densa ao seu redor parecia esconder a cachoeira, Luna tirou as roupas e correu em direção a água, nunca antes havia visto algo mais belo que a sensação de liberdade emanando de seu corpo, gritou bem alto tirando aquela dor de si, gritou até ficar sem folego. A floresta parecia entender sua dor, pois logo em seguida uma brisa forte balançou as arvores ao redor, e então sentiu aquele mesmo aroma, um som alto ecoou pela mata.

Luna gelou quando viu o lobo, com a pelagem totalmente preta, seus dentes estavam a mostra e ele não parecia nada feliz, soltou outro uivo forte quando levantou sua cabeça para cima, ela estava sentada nas margens e ele estava ao seu lado, ele continuava olhando para ela e rosnando cada vez mais, seus dentes enormes cada vez mais perto, fizeram com que ela se levantasse em um pulo, apenas para logo em seguida cair em seus joelhos, aquele mesmo aroma de antes estava presente, mas dessa vez era diferente, estava mais forte que antes.

Sua cabeça dava voltas fazendo sua visão turva, um arrepio forte percorreu sua espinha até chegar no seu ponto mais sensível, fechou as pernas com força tentando conter o prazer súbito que corroeu dentro dela, um segundo depois e outra onda de prazer traçou seu corpo, gritou contraindo fortemente suas pernas, de repente outro uivo alto fez com que ela lembrasse do lobo aterrorizante que estava agora a poucos centímetros de distância dela, ele a olhava faminto, literalmente lambendo os lábios, rosnando cada vez mais perto dela.

Luna tentou se arrastar para longe da mortal criatura, mas seu corpo estava tão quente, ela não podia pensar em mais nada além da forte onda de prazer que imergia de seu corpo, era tão bom, tão bom que chegava a doer, ela gemia cada vez mais alto, não sabia que sensação era aquela, ela nunca tinha sentido algo assim antes, estava assustada demais, não sabia o que fazer, não conseguia se mover ou até mesmo pensar em fazer algo.

O lobo ao seu lado estava pronto para ataca-la, quando outro enorme lobo avançou em direção ao lobo que estava ao seu lado, ela gritou quando seu corpo era envolvido por outra onda de prazer que a fez se contorcer, conseguia ouvir os rosnados brutais que viam da briga, sua visão estava turva e não via quase nada, ela não conseguia controlar sua respiração, seu corpo se contorcia em agonia constante, apertava fortemente as pernas tentando conter tanto prazer, chorava de agonia, movia os quadris em busca de alivio.

- socorro, por favor, alguém! – ela choramingou enquanto tentava achar forças para gritar por ajuda.


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