Where It All Began (G!P)

Capítulo 4

Pov Lauren:

Eu sorria da garota resmungando atrás de mim enquanto caminhamos em direção ao prédio que eu moro. Eu fingia que não estava vendo ela passar suas mãos em uma tentativa falha de se limpar. Acredito que essa deve ter sido a primeira vez que ela andou de ônibus na vida, e pela a sua cara, também seria a última.

Adentramos o prédio sendo cumprimentadas pelo o porteiro gentil, Camila me seguia observando tudo ao seu redor. Subimos as escadas em silêncio e assim que chegamos no meu andar, peguei as chaves e destranquei a porta.

- Seja bem vinda ao meu humilde lar - Dou passagem para que ela adentrasse primeiro e assim ela fez. Olhou tudo atentamente como se aquele cenário fosse novo pra ela, o que eu não duvidava. - Aceita algo para beber? - Ofereço colocando minha mochila sobre o sofá, ela acompanha meu gesto e me encara.

- Não, obrigada - De repente estava acanhada, parecendo uma pessoa completamente diferente da que conheci durante toda manhã.

- Ok... - Decido não me importar. - Então podemos começar a ler - Dou de ombros sentando no sofá. Ela se senta ao meu lado enquanto eu pego o livro dentro da minha mochila. - Você pode começar - Ofereço.

- Tudo bem... - Fala abrindo o livro.

Começou a ler com uma voz serena, lenta e suave, que parecia se encaixar perfeitamente naquele romance. Me permiti relaxar e me encostar no sofá, sua voz doce parecia melodia para meus ouvidos e eu jurava ser a melhor história narrada que já ouvi em toda minha vida.

Espero que mamãe nunca esteja ciente desse meu último pensamento.

Encarei o rosto fino, Camila estava concentrada, seus olhos varriam a página com ganância, como se sempre quisessem mais. Ela se inclinou para trás e se acomodou da mesma forma que eu, me permitindo ter uma visão melhor de todo seu rosto.

A encarei com atenção e acabei sorrindo ao lembrar do momento que nos conhecemos essa manhã, fiquei desconfiada do quanto ela parecia prestativa com alguém que acabou de conhecer. Mas com o passar da manhã percebi que essa era ela mesma, talvez gostasse de fazer novas amizades e eu não acho nada de errado nisso, pelo o contrário, adorei ter com quem contar assim que cheguei. E claro que também  falo o mesmo de John e Ally.

- Está me encarando - Rosna me fazendo sorrir. Não parecia ser paciente.

- Desculpe - Peço risonha e logo sinto minha barriga roncar. Faço uma careta. - Estou com fome, minha mãe deixou meu almoço separado, posso dividir com você, aceita? - Ela me encara duvidosa. - Posso garantir que está uma delícia - Falo já me levantando.

Vou em direção a cozinha e sinto seus passos atrás de mim. Em silêncio tiro o recipiente separado na geladeira e abro, analisando o olhar curioso da garota. Levo até o microondas e enquanto esquenta, pego dois pratos e talheres, pondo na mesa em seguida.

Começo a me servir e sento em seguida, a mesa é pequena, contendo apenas duas cadeiras. Olho para Camila ainda de pé e dou de ombros, antes de começar a comer.

Após umas duas garfadas, percebo movimentos tímidos da garota a minha frente. Ela se acomoda antes de também se servir. Sorrio.

- Você tem razão - Ela quebra o silêncio, me fazendo lhe encarar. - Está muito bom - Parece sincera.

- Mamãe é a melhor cozinheira desse mundo.

- E onde ela está? - Pergunta entre uma garfada e outra, comprovado que realmente gostou.

- Trabalhando - Dou de ombros.

- Onde ela trabalha?

- Ela é enfermeira em um hospital muito renomado, talvez você conheça - Me encara. - O Estrabao - Arregala os olhos. - O que?

- É o hospital da minha família - Dessa vez sou eu quem fica surpresa.

- Sério? - Assente. - Que coincidência... - Falo ainda admirada. - Mamãe fala muito bem do hospital, por isso um dos seus maiores sonhos é me ver trabalhando como uma das melhores médicas de lá - Fico envergonhada após a confissão.

- Meus pais compartilham do mesmo sonho, o que torna tudo tão entediante - Bufa, me fazendo ficar sem entender.

- Você não tem essa vontade?

- Não quero viver minha vida presa em um trabalho - Faz uma careta.

- Mas...

- Ainda não conheci seu quarto - Rapidamente me corta. Lhe encaro por alguns segundos até entender seu ponto.

- Na verdade eu e minha mãe dividimos um - Decido respeitar sua vontade em mudar de assunto.

- Mas e quanto a sua intimidade? - Sorrio negando com a cabeça. Me levanto e levo nossos pratos até a pia, começando a lavar.

- Não acho que precisamos disso, até porque é a minha mãe - Rapidamente ela aparece ao meu lado.

- E quando você ou ela traz alguém aqui?

- Não temos esse costume - Dou de ombros.

- Por que? Você nunca trouxe um namorado por exemplo? - Nego com a cabeça, me sentindo envergonhada outra vez, coisa que ela rapidamente percebeu. - Espera aí, você nunca...

- Não - Decido responder de uma vez. - E isso não importa muito - Seco minhas mãos tentando mudar de assunto. - Agora que tal continuarmos a ler? Posso continuar no seu lugar - Ela assente contrariada, e eu sabia que ela queria me questionar mais sobre esse assunto.

Voltamos para a sala e nos acomodamos no sofá, dessa vez eu dando continuidade a leitura.