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DEAN MAXWELL

Abril

"Já viram a nova jogadora do time de handebol?", Drew comenta, se jogando no sofá, como se encontrávamos todos nós após o dia todo de aulas. "Foi transferida recentemente para o (nome da faculdade) mês passado, eu acho." completou.

Os dias no Luther sempre são cansativos, mas não o suficiente para nos impedir de ter uma boa noite de bebidas e mulheres todos os dias. Havíamos se juntado ali não fazia muito tempo, e estávamos apenas tomando coragem para alguém atender o telefone e achar o lugar que iríamos beber algo essa noite.

"Não. Não vejo nada sobre outros times a não ser o nosso." respondo, dando de ombros. Talvez soe meio babaca, mas não me importo, porque é verdade. "Ah, às vezes futebol americano ou futebol. Mas não passa disso." completei.

Desde pequeno fui criado a partir da base do hóquei. Na época em que era criança, me apaixonei pelo hóquei ao ver jogadores em uma pista de gelo ao vivo, quando meu pai me levou pela primeira vez para ver os Detroit Red Wings. E logo, me apaixonei pelo esporte. O velho se sentiu orgulhoso, pois era seu esporte favorito quando criança também.
Não me criou a partir de seus interesses, querendo os refletir em mim. Mas viu meu amor pelos jogos e tive seu grande apoio desde então. Além do mais, estou no Luther, principalmente, graças ao hóquei. Se não tivesse tido seu apoio, provavelmente, estaria em uma outra faculdade qualquer prestes a estudar administração de empresas para seguir o caminho d aninha mãe. Mas graças ao apoio do velho Maxwell, ser jogador ainda, um dia, pode ser uma profissão minha. Ou quem sabe, um dono das empresas Backstrom cairia muito bem também.

Para ser sincero, ainda não decidi o que quero da minha vida. Claro que amo o hóquei mas às vezes, me questiono se faço isso só pelo meu pai. E penso em administrador das empresas Backstrom, mas também, talvez só queira isso pela minha mãe.
De qualquer forma, ainda tenho um tempo para decidir o que vou fazer depois da formatura.

"Machista!", exclama Travis, juntamente a um sorriso descontraído, apenas fazendo suas piadas de grande costume. As quais, sempre, são as melhores trocas de provocações e oficializações de amizade que costumamos ter.

"Vai se foder.", mando-o junto de um sorriso brincalhão e o vejo gargalhar.

"De qualquer forma. É gata." diz Drew, voltando o assunto e ignorado o total desvio de foco que eu e Travis havíamos causado na pauta inicial da conversa. Graham parecia surpreso ao dizer que a nova jogadora é gata, o que me deixa confuso, pois até onde eu deveria saber, a maioria das jogadoras é gatas. Na verdade, são raras mulheres feias, ainda mais no Luther.

"Sério?", Travis parece surpreso também.

"Por que a surpresa?", me arrisco a perguntar o tal surpreendimento de ambos os companheiros ao saber que a nova jogadora era gata. "A maioria das jogadores não é gata?", completo.

"A maioria das jogadoras do handebol feminino é um brutamonte ou sei lá o que.", Garfield explica.

"Gigantes, cara. E duronas", Drew completa e pelo seu tom, parece que são grandes mesmo.
Não me lembro da última vez que vi um jogo de handebol feminino do Luther, se é que já vi um jogo desses.

"Ah, e essa?", pergunto.

"Pelo que me lembre, alta, loira, pernas compridas e sorriso bonito. — deu de ombros — "Uma baita mulher, mas ouvi dizer que é um caso complicado para homens.", completa com um riso frouxo no fim de sua fala.

Não sei o que essa sua risada quer dizer, só sei que para ser um caso complicado para homens, não pisou na nossa república. Pois todas que entram aqui são bem fáceis e nós também, não temos rodeios.

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