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GRACE GRAY

Sai do alojamento no fim da tarde, atravessando o campus e vendo o sol se esconder aos poucos. Queria tomar algum café bom no Hamlet, antes de ir para o treino de Jensen — sei pegar pesado, mais uma vez.
Como anda fazendo desde o início das aulas.
Mas estamos melhorando, desde o volta as aulas? Fala sério, não estamos mais tão enferrujadas quanto estávamos. E agora a liga parece estar se fortalecendo cada vez mais a casa treino que passamos.

Ket ainda não deixou o Luther, sendo assim, está em todos os treinos nos ajudando e pensando em algo para ajudar. Além do mais, a visão de quem vê de fora, é sempre muito diferente de quem está dentro de campo. E tendo duas visões da mesma coisa, planos melhores se formam e se concretam.

A garçonete me traz meu pedido o deixando em cima da pesa com gentileza, e saindo com um sorriso meigo. Logo, sinto meu telefone vibrar e um número desconhecido acende a tela.

"Loira.", é o que escuto e é o suficiente para saber de quem se trata o tal número desconhecido — Dean Maxwell.

O cara não desiste mesmo, não é?

Pelo visto, não tão fácil.

"Dean.", solto uma risada frouxa. Tenho que confessar que estava surpresa ao receber a ligação do moreno.

Não pelo horário ou coisa assim, mas por não lembrar de quando dei meu telefone a ele. Será que estava bêbada? Ou será que...

"Peguei seu número no grupo de estudos.", explicou, respondendo minhas perguntas.

"Legal...Do que precisa?", pergunto. Além do mais, o cara não ia me ligar à toa.

"Você.", sua voz rouca soa pelo telefone me deixando confusa. Sério? O cara me liga — do nada — em um fim de tarde para dizer que precisa de mim? Qual é a desse cara? Tenho que prensar os lábios para segurar uma risada frouxa que está lutando contra meus lábios para ser aliviada. Mas tenho respeito pelo cara, e não vou rir de sua cara, parece babaquice demais. Coisa que Dean Maxwell faria, mas não que Grace Montgomery Gray faria.

O nome dele é só Dean Maxwell? Acho que não. Pelo menos, um terceiro nome o cara tem.
Não tem como ser só Dean Maxwell. Tenho certeza que tem um terceiro. Vou perguntar qualquer hora.

Na hora que você estiver na cama dele?

Pode ser.

Quer dizer, não! Não vou para a cama de Maxwell.

"Sério, Montgomery.", sua voz soa rouca e séria, imagino que não esteja brincando dessa vez, "Eu preciso de uma segunda rodada.", um sorriso se curva em meus lábios, involuntariamente.

"Dean...", é o que sai da minha boca. Não é nenhum aviso ou tom cauteloso para dar um fora, é só o soar do nome dele que aliás eu gosto.

Dean.

Acho bonito o nome. E soa bem aos meus ouvidos.

"Estou falando sério.", faz uma prevê pausa, "Preciso transar com você de novo."

Preciso. Transar. Com. Você. De. Novo.

É o que acabei de escutar da boca de Maxwell. Isso parece uma pegadinha ou coisa assim? Tá mais para uma piada.

Mas — 'preciso' — me prende.

Não foi um "quero transar com você", foi quase uma necessidade. E o uso do — "preciso" — costuma ser cauteloso. Mas o de Dean não tinha nada de cauteloso, mas tinha ar de necessidade. Como se tivesse lutado para me ligar e dizer essas palavras.

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