GRACE GRAY
Acordei cedo após o jantar da noite anterior, e bom, já estou de volta a casa do famoso Henry Gray.
O velho e eu tomamos café juntos, fiz panquecas para ele enquanto conversávamos sobre o jogo de mais cedo e também contei mais sobre a faculdade, fofocas e coisas novas.
Meu pai não é muito de falar, ao contrário de mim, acho que herdei isso da minha mãe. Mas sei que ele me adora escutar falar, eu costumava ouvir que ele também amava ouvir a voz da minha mãe dizendo suas loucuras.Meu pai não é de falar e nem de guardar muito o que pensa, por isso as vezes, suas palavras saem mais rudes do que ele gostaria. No entanto, hoje eu poderia sentir de que ele estava louco para me perguntar alguma coisa, mas acho que estava apenas tomando coragem. E acredito que tenha a ver com Dean, sendo assim, não irei insistir para que ele diga o que está parado em sua garganta.
Confesso que prefiro esperar ele tomar coragem para dizer e espero muito que isso demore até que eu tenha respostas e coragem de falar sobre.Quero dizer, a minha relação com Dean é meio complicada. Bom, somos grandes amigos que se beijam e agem como namorados, mas não temos nada oficial.
Sem rótulos e gosto disso.
Sei que ele também.E apenas deixamos assim, do jeito que inicialmente nos sentimos confortáveis estávamos levando.
No início, nossa relação era totalmente sigilosa, mas agora é mais "pública". Se bem que tomamos cuidado para o mundo não saber, tenho que admitir.
Mas no fundo acho que isso tem a ver a não querermos ser o centro das atenções ou apenas não querermos assumir isso. Sei lá, é confuso demais. Mas por mim tudo bem levarmos assim, pelo menos por enquanto, as coisas estão bem assim e não quero estar no controle dessa situação, dessa vez não."Por que ele?". Merda, ele tomou coragem. E no instante em que ouço as palavras que saem da sua boca, enquanto estávamos em um silêncio assistindo tv na sala, meus ombros se enrijecem e sinto meu estômago revirar com a pergunta.
"O quê?", pergunto como se não tivesse escutado o que ele tinha dito, apesar de ter ouvido em alto e bom som seu questionamento sobre meu acompanhante da noite passada.
"Você ouviu, G. Por que ele?", repete. "Gosta dele?"
"Pai..."
"Olha, eu sei que essa não é a conversa que você adoraria ter com seu velho. Mas eu preciso saber, preciso saber se ele é bom para você, se ele dá conta do recado."
Que porra. É daí onde veio "Você é demais para mim.", "Não sou o suficiente para você.", que merda, pai.
"Você falou isso para ele, não falou? Você disse para ele que sou demais para ele...Pai!"
"Eu disse para ele não te machucar, apenas fiz meu papel de pai. Mas quero saber, gosta dele?", ele insiste.
"Eu acho que gosto dele, mas é confuso.", admito, "Não sou boa em relacionamentos."
"Como sabe disso? Nunca teve um relacionamento de verdade para se auto nominar "ruim em relacionamentos"", rebate, fazendo aspas imaginarias com seus dedos.
"Você sabe que sou mais de casos de uma noite, festas e coisas assim.", dou de ombros.
"Na verdade, só sei que você tem medo de se machucar.", rebate, "Não te culpo, porque dói. E exatamente por isso disse para o garoto não te machucar."
Suspira. "Se você gosta dele, quem sou eu para dizer o que você deve fazer...", ele dá de ombros. "Quero que seja feliz e se ele te machucar, acabo com aquele garoto.", ele avisa.
"Pai!", exclamo.
"O quê? Estou falando sério.", ele me faz rir. "Vá se arrumar logo, não tem um almoço para ir?"
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nós sabemos.
RomantizmA ausência de uma mãe causou imensas desconfianças e medos por trás dos sentimentos de Grace Montgomery Gray. E sabe disso, apesar de tentar disfarçar por meio de todas as fachadas ditas por seus amigos, como: "a amiga auto suficiente" ou "garota fo...