DEAN MAXWELL
Meu celular vibrou em emu bolso, inicialmente achei que seria minha mãe ou algum amigo.
Mas meu peito começou a bater forte quando vi do nome de quem se tratava na tela do celular — meu pai.O que esse cara quer comigo agora? Justo hoje.
Estou no bar comemorando o aniversário de Justin, mas o velho tinha que ligar. Ele sempre tem que estragar.
"Alô.", digo ao atender a chamada que eu adoraria ter recusado. Mas não posso.
Por mais que não sinta nenhuma empatia ou não goste de falar com ele. Não posso adia-lo e não consigo adia-lo.
Sei que a vida dele é uma merda e fez parte da minha ser também. No entanto, tenho o mínimo de sentimentos pelo fato dele ser meu pai, sendo assim, não posso tratá-lo com a indiferença que eu gostaria. Eu não consigo.
"Olá, Dean.", seu tom é cauteloso. Já que o meu tom inicial não era dos mais pacientes.
"Oi, pai.", digo.
"Estava pensando em você esses dias.", ele comenta.
É raro falar com meu pai ou sobre o meu pai. Bem raro.
Envio-o mensagens em datas especiais e raramente rola uma ligação. As vezes ele me liga para saber se estou bem ou vivo. Não é grande coisa. Não gosto muito do contato dele, não faço questão.
Apesar de jamais conseguir ter sentimentos de ódio por ele, além do mais, é meu pai."Pois é.", concordo.
Não posso culpar meu pai por seus problemas. Mas posso culpa-lo por ter insistido que não os tinha.
No início meu pai era ótimo. Esse cara quem me influenciou no hóquei e me mostrou a grande paixão que tenho pelo esporte.
Me levava em jogos, assistia comigo e até tentava me ajudar a treinar — mesmo não sabendo muito do esporte.No entanto, quando passei a crescer mais e mais, a visão que eu tinha dele de "grande pai", foi para o ralo. Quando era adolescente nunca conseguia entender seus problemas e ficava indignado como o cara conseguia ser tão babaca e egocêntrico.
Ignorava minha mãe e só faltava cagar na sala para fazê-la limpar. Além de que era um grande vagabundo, não fazia muita coisa.
Minha mãe perdoava e a família também, pois eles sabiam que ele tinha problemas, apesar de nunca admitir.Mas eu só descobri seu problema depois de anos. Depois de acha-lo um babaca e até insultar minha mãe mentalmente, chamando-a de burra.
Meu pai nunca quis assumir seus problemas, nunca.
Mas o dia que levantou a voz para minha mãe, e eu perdi o controle fazendo com que meu punho voasse em seu rosto.
Foi ali que algo entrou em sua cabeça e que algo havia de errado com ele, e não conosco.Eu era seu príncipe. Seu garotão. E receber um soco do seu próprio filho nunca é muito bem-vindo. A partir dali, aceitou que poderia a ver algo de errado com ele e aceitou ir até um psicólogo e seguiu para um psiquiatra.
Ele mora longe e tem tratamento constante, não me interessa onde mora. Canadá.
"Vi que continua no hóquei. E falei com sua mãe, vi que está fazendo administração de empresas.", ele comenta.
"É.", assinto.
"Ganharam a última temporada, parabéns.", ele parece feliz por mim, mas posso imaginar seu sorriso se fechando ao não ver nenhum entusiasmo em minha voz.
"Obrigado."
"Então...Administração de empresas...Pensei que fosse jogar hóquei.", comenta sutilmente.
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nós sabemos.
RomanceA ausência de uma mãe causou imensas desconfianças e medos por trás dos sentimentos de Grace Montgomery Gray. E sabe disso, apesar de tentar disfarçar por meio de todas as fachadas ditas por seus amigos, como: "a amiga auto suficiente" ou "garota fo...