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DEAN MAXWELL

"Vamos?", ela aparece no início das escadas com sua bolsa, uma mala, na verdade, me distraindo da incrível vida do astro do hóquei.

"Ah, claro.", meu tom sai disperso, assim como minha mente se encontra agora. Tentando forçar um sorriso, pegou a bolsa de seu ombro, antes de sua hesitação, enquanto caminhávamos em direção a saída da casa.

As ruas de Manhattan são lindas, principalmente de noite e ainda mais na ação de graças. Uma pena que minha cabeça esteja tão longe para apreciar as ruas agora, enquanto dirijo no caminho de seu hotel.

Os prédios iluminados e os postes da rua deixando a estrada visível. Poucas lojas estavam abertas, mas algumas exalavam cores diferentes, como vermelho e até roxo, dando mais cor as ruas.

Poucas pessoas caminhavam pelas calçadas, provavelmente, após um péssimo jantar em família. Pelo menos, estavam com suas famílias. De qualquer forma, alguns pareciam felizes em conhecer e caminhar pela cidade. Enquanto outros pareciam apenas caminhar meio sem rumo ou sem opção após uma noite meio desagradável.
Acho que muitas vezes datas comemorativas dão esse ar as ruas de solidão e ao mesmo tempo leveza, dependendo aos olhos de quem está observando. Engraçado e até difícil de compreender.

"O que aconteceu?", ela pergunta, me tirando do transe que eu estava envolvido ao meio de tantas coisas.

"O quê?", digo atordoado.

"O que aconteceu, Dean?", ela repete, "Você não abriu a boca o caminho todo e parece distraído desde o momento em que eu desci as escadas.", afirma. "O meu pai te disse algo? O que aconteceu?", insiste.

"Não aconteceu nada.", eu insisto, dessa vez.

"Não tente mentir para mim, gato.", ela sorri, "Você sabe que não consegue."

"Não consigo?", a olho.

"Não consegue me enganar.", explica. E um longo suspiro sai de meus lábios. "Me diz, o que tá acontecendo, cara?", insiste.

"Minha mãe não vai jantar comigo amanhã, como havia dito.", meu tom sai seco e nenhuma expressão é capaz de distinguir meus sentimentos, sei disso, pelo olhar confuso e perspicaz que ela me lance, tá tendo encontrar alguma resposta, mas acaba sem nada.

"Eu sinto muito, mas...Você não vai ficar mais dois dias em Boston?"

"Ela vai viajar.", explico.

"Ah...Eu sinto muito, Dean.", é o que ela consegue falar. "Podemos fazer alguma coisa amanhã à noite, se quiser.", ela propõe, o convite vindo acompanhado com ela pousando sua mão na minha coxa, em um ato de solidariedade, cuidado ou pena, um dos três.

"Claro, pode ser.", concordo vagamente.

"Tá, e o que mais?", insiste.

"Hã?", a olho confuso.

"Não é só isso, tem mais uma coisa martelando na sua cabeça. O que é?"

"Grace...", aviso-a.

"Não me venha com essa.", rebate, "Conheço as pessoas e te conheço, me diz, o que mais tem de errado com essa noite além da sua mãe?"

"Nada.", digo seco.

"O que tem de errado com essa noite além da sua mãe?", ela insiste, "Dean, não tente mentir para mim e nem para si mesmo.", ela a olho e paro o carro na primeira vaga que vejo.

"Você."

"Eu?", repete, confusa.

"Sim."

"Se é por ter te chamado para vir para o jantar com meu pai ou...", eu a interrompo antes que ela comece a pedir desculpas por coisas que não tem culpa.

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