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DEAN MAXWELL

"No que está pensando?", questionei-a, assim que sai do banho, observando-a sentada na cama.

"O que aconteceu ontem?", ela disse em tom descontraído, se virando para mim.

"Como?", falei confuso, sem saber exatamente do que se tratava. Mas logo a primeira coisa que veio em minha mente foi a ligação do meu pai, mas a questão era como ela sabia?

Conheço um pouco de mulheres e sei que quando perguntam, já sabem a verdade, só esperam que você minta, para jogarem na sua cara ou se fazerem de desentendidas. Pois é, aprendi sobre mulheres durante a minha vida.

As namoradas dos meus melhores amigos me deram mínimos ensinamentos, ou melhor, as garotas loucas que já fizeram o desfile na vergonha aqui. De qualquer forma, nesse teste eu iria passar, sei a resposta certa e o que fazer.

"Ontem, no bar, o que aconteceu?", repetiu descontraidamente e não pude conter o suspiro que saiu de meus lábios, assim que me sentei ao seu lado me preparando para contar o que de verdade tinha acontecido. "Você não precisa falar se não quiser...", continuou cautelosamente.

"Estamos juntos e eu sempre sou sincero com você.", sorri fraco antes de continuar. Ela assentiu, me dando um sinal para que prosseguisse, apenas se quisesse. "Meu pai me ligou ontem...E você sabe, a nossa relação não é das mais adoráveis. Então, foi meio estranho receber a ligação, sabe? Mas está tudo bem.", conclui, forçando um sorriso fraco, enquanto direcionava meu olhar para ela que me observava atentamente a cada palavra dita pela minha pessoa.

"O que ele disse?", questionou calmamente.

"Faculdade..."

"Faculdade?", ela repetiu, enquanto eu assenti. "Curso?", questionou estreitando seus olhos ao me olhar.

"Como sabe?", a olhei confuso por acertar em cheio na primeira tentativa que teve de chutar o assunto delicado o qual ele se referiu na ligação.

"Eu não te conheço a vida toda mas eu sei um pouquinho sobre o que é duvidar do curso, e sobre...Sabe, saber quando duvidam.", riu baixo, me olhando em seguida.

"O que quer dizer?", questionei confuso, entre uma risada abafada.

"Por que você faz administração de empresas?", ela me olhou. "Não vale dizer porque você gosta, essa resposta é inválida aqui.", riu.

Suspirei fundo. "Minha mãe.", era verdade. No fundo, acho que sempre duvidei se estava fazendo a escola certa, mas minha mãe queria isso e parecia certa de que isso era o melhor para mim. E bom, mães sempre tem razão. E uma parte de mim preferiu aceitar, pois por mais que meu ego e autoestima sejam altos, não creio com todas as minhas forças que tenho todo o jeito para a profissão de jogador de hóquei profissional. Não quero me decepcionar e nem decepcionar minha mãe. Nem a minha avó e G também...

Mas sinto que ela nunca se decepcionaria comigo. Acho engraçado a forma que parece que Grace nunca me julga, deve ser por isso que costume me abrir tanto com ela. Sei que a loira não irá me julgar ou me forçar a nada, é engraçado e novo.

"Ela não é o único motivo...", ela rebate, cautelosamente como se estivesse pensando. Ou até esperando a minha deixa de completar — pois ela é mulher, e pergunta sabendo a verdade.

"É sim.", minto.

"Se você diz.", ela dá de ombros, se levantando da cama no instante seguinte.

"Não acho que sou bom.", disse tão rápido que fico surpreso que as palavras não se embolaram, apesar de terem saídas tão seguidas que nem certeza eu tenho se ela escutou.

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