Contagem de palavras: 1,6kTodos os envolvidos têm 17 anos, maior idade bruxa.
P.o.v Sn
Meus passos ecoam pelo dormitório com certo desânimo a procura de achar o que resta colocar no malão e enfim poder sair rumo às curtas duas semanas de férias de Natal. Alguns poucos alunos escolhem ficar na escola, não é o meu caso em que já me sinto sufocada por tudo aqui.
Abro o armário já vazio, porém ao invés de achar minha varinha percebo pelo espelho da porta os circulos escuros ao redor de meus olhos, formadas em resultado de noites chorando e lamentando até pegar no sono.
Foi melhor assim, lembro a mim mesma.
A peça tricotada escondida debaixo do travesseiro diz o contrário. Quando percebo já estou ajoelhada na cama, com o suéter nas mãos e olhando fixamente o enorme G.
Grande parte de mim quer se deixar enganar, achar que a angústia que sentia pelo simples fato de escutar seu nome já se foi, e agora resta apenas o vazio. Tento convencer a mim mesma que não sinto nada ao olhar a pequena lembrança que reluto a deixar para trás.
Chega!
Terminamos, não posso ficar remoendo, isso inclui parar de usar seu suéter para dormir. Nem que esse gesto fútil e inocente seja o último resquício que tenha de seu cheiro e apenas isso me acalme e faça me dormir.
Preciso botar um ponto final, por mais doloroso que seja.
Os corredores estão mais agitados do que o usual. Previsível, levando em conta que não sou a única que precise respirar o ar das férias.
Deslizo entre os alunos e me esquivo de malões que passam voando pela minha cabeça. Antes que meu cérebro possa raciocinar, já estou em frente ao dormitório de George.
Covardemente, hesito ao levantar a mão para bater à porta. A combinação de meu coração acelerado e os dedos apertando fixamente a roupa que vim devolver faz sentir-me patética.
Com este pensamento martelando, giro os calcanhares para retornar. O clique inesperado da porta se abrindo aguça meu desespero me fazendo voltar. Agora não tem mais volta.
— S/N?— George parece tão surpreso quanto eu, imagino que se pergunte o que vim fazer, essa altura nem eu mesma sei.
— Oi... — A resposta sai atrasada e a voz nitidamente falha.
O ruivo à minha frente passa a mão na nuca, coçando o local. Um gesto que faz quando não sabe o que fazer.
— É... entra.
Ele dá espaço na porta para eu entrar no dormitório tão familiar para ambos. Está vazio, apenas eu e ele. Não vejo Fred testando produtos para a futura loja, muito menos ouço Lino treinando para a locução do próximo jogo.
O silêncio entre nós era um pouco constrangedor, porém também uma resposta: nenhum dos dois tinha superado o fim do relacionamento.
Tento desviar os olhos o máximo que consigo, percorrendo por cada parte do quarto bagunçado menos no ponto em que se percebia a dolorosa mudança de olhar confuso para esperança.
Em meio ao seu rosto, às sardas e aos olhos castanhos, se acendia uma pequena centelha de esperança. Dar esperança quando não há nenhuma, é a coisa mais cruel que poderia fazer.
Limpo a garganta como forma de trazer os dois de volta à realidade, ao lembrar o motivo de estar aqui.
— Vim devolver — estendo o suéter para sua frente — estava no meu quarto e não achei certo ficar. — As palavras saem sem que possa pensar antes de pronunciá-las.
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Imagines • Harry Potter
FanficImagines hots com os personagens da saga Harry Potter. Venham se iludir lendo enquanto eu me iludo escrevendo. Contém conteúdo sexual. Caso não se sinta confortável, não leia. Não aceito adaptações. Plágio é crime! • Pedidos Abertos (✔) Fechad...