7. Ciclo Vicioso

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E para este capítulo eu recomendo os vossos amigos lenços e uma boa almofada, ou um peluche...

-Hey... - Peter cumprimentou, assim que a pessoa do outro lado da linha atendeu. - Desculpa, eu não te queria chatear, mas podes vir à minha escola? Eu fiz asneira.

Dizer que Peter tinha feito asneira era um tanto quanto generoso, para não dizer otimista. Ele tinha feito merda da grande, como um certo Stark diria. Stark esse que, para grande alívio do adolescente, estava longe demais para saber desse incidente. Na verdade, todos os seus principais responsáveis estavam, deixando-o com poucas opções de contacto.

Então lá estava ele, meses depois, sentado na sala do diretor, à espera de uma pessoa, que até há pouco tempo mal convivia, lhe tirasse daquele apuro que se tinha colocado.

Uma coincidência que se acentuava pelo espaço não ter mudado muito entretanto. A mesma mobília, os mesmos quadros, os mesmos diplomos, o mesmo "tic tac" do relógio...

Contudo desta vez o jovem herói encontrava-se sozinho, sentado na mesma cadeira, encarando os ponteiros do relógio mexerem ao ritmo do Tic Tac. Aquele som irritante que rompia com o silêncio da sala que o adolescente tanto precisava, mas que parecia impossível obter nos últimos meses.

Cada som ecoava na sua mente, piorando a dor de cabeça da maldita sobrecarga que insistia em aumentar.

A luz que adentrava no gabinete e refletia nos vidros das molduras.

Tic Tac

A ventoinha do computador que parecia um motor de avião prestes a decolar.

Tic Tac.

A assistente do diretor a bater com a caneta freneticamente na mesa.

Tic Tac

A decepção dos pais e da tia se descobrirem que o pequeno aranha tinha andado à luta com um colega.

Tic Tac.

Aquela voz...

Tic Tac

Alguém entrou na sua cabeça...

Tic Tac

Aquela sensação...

Tic Tac

Os pesadelos...

Tic Tac

Aquela sensação...

Tic Tac

Alguém entrou na sua cabeça...

Tic Tac

A luta...

Tic Tac

Os olhos a arder...

Tic Tac

O arrepio...

Tic Tac

Tic Tac

Tic Tac

De repente, o ruído da maçaneta da porta despertou os instintos do Aranha, que automaticamente adquiriu uma postura ofensiva, pronto para atacar quem estivesse com intenções de entrar naquela sala.

Contudo, para seu alívio, a pessoa que o acordara do seu transe não representava qualquer perigo, muito pelo contrário.

-Peter. - Clint chamou, com um tom preocupado.

O afilhado encontrava-se com o rosto molhado pelas lágrimas que ainda escorriam pelo rosto, os olhos estavam vermelhos e inchados e a expressão de medo misturava-se com a de exaustão. Barton não sabia o que havia se passado, no entanto, para o adolescente lhe ligar a pedir ajuda e agora encontrá-lo desta forma...

Irondad and Spiderson 2 - Solving The PastOnde histórias criam vida. Descubra agora