Capítulo 8

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Michael Jackson
Hotel Hichello, Las Vegas
30 de junho de 1995, 23:19

— Eu não acredito que você a deixou me humilhar daquela forma! — Rachel fala assim que entra no quarto. Olho para Warren e movendo meus lábios peço socorro, mas, ele apenas ri da minha cara

 Entro no quarto e tranco a porta. Ela com lagrimas nos olhos se senta ao final da cama. Ela parece estar fazendo um enorme esforço para não deixar as lagrimas descerem

— Eu estou me sentindo tão humilhada, tão desprotegida! Olha só o que você esta fazendo conosco! Comigo! Olha como você não se importa comigo! Nem tentou mostrar a ela que você é um homem compromissado! Você devia me proteger de pessoas como Isamel! — ela finalmente deixa as lagrimas descerem

— Fiquei sem reação! — digo em um tom mais fino que o comum. Ela me disfere um olhar mortal

— Vocês andam se falando! — ela diz em um tom frio enquanto olha diretamente para mim. Se coloca de pé e anda em minha direção, acho que essa é uma boa hora para correr

— Não, eu não falo com ela há três anos! — quase murmuro para ela que avança cada vez mais — Só a vi hoje! Fiquei tão surpreso quanto você deve ter ficado!

— Vocês têm se encontrado nessas suas viagens — ela fala em um tom que me assusta — Michael, você me trai com ela — ela cai em um choro dramático e muito alto

Olho para a mulher que tem a mesma idade que eu sem reação nenhuma. Eu nem sei o que se faz quando uma criança faz birra, imagina uma mulher adulta?

— Você não me respeita! Uma mulher não falaria assim com um ex se não tivesse rolando alguma coisa! — ela volta para a cama e se senta — Me trai com ela, eu sei que me trai — suas mãos tremem e seu choro fica pior. Isso não é nada normal

— Rachel! — digo enquanto me aproximo. Me sento ao seu lado e a puxo para meus braços. Ela está me dando pena. Eu jamais pensei que ela agiria assim com ciúme

Pela maneira que ela fala e se comporta eu pensei que no máximo ela me daria alguns sermões, mas, isso? Isso é um pouco demais até pra mim que sou o dono de uma enorme paciência

— Eu nunca vou fazer isso, ela apenas quis provocar você como você a provocava quando estávamos casados, se lembra? — digo a ela que se afasta um pouco e me encara

— Você esta dizendo que eu mereci? — ai meu Deus — Michael, eu não entendo, de que lado você esta? — ela chora mais e mais

— Rachel — digo um pouco desanimado enquanto olho para cima. É sempre assim, nossas brigas são essa coisa dramática e chata. Tem vezes que ela passa dias, semanas sem falar comigo

— Acho melhor você não dizer mais nada, eu sempre sou a errada e quando se trata da doce e santa Isamel você sempre fica contra mim — se afasta de mim e se deita na cama. Como diria a Marjorie, olha onde fui amarrar meu burro.

Rancho Neverland, Los Olivos
29 de julho de 1995, 19:13

— Eu mato e você declara o desaparecimento. Fazemos parecer que ela fugiu com algum amante e ninguém vai desconfiar, no fim você ainda vai ficar conhecido como o pobre Michael que foi abandonado pela esposinha! — Lily filha de Petra que eu tenho como minha filha, diz em um tom sombrio enquanto olha para Rachel cumprimentando a todos na entrada da sala de estar

— Você é genial! — sussurro para ela que começa a rir escandalosamente. Ela tem uma risada aguda que se assemelha a minha só que um pouco mais feminina — Vai ter que sumir com o corpo também! — cochicho mais baixinho 

— Pode deixar! — ela diz enquanto leva seu copo de suco de laranja a boca e toma um pequeno gole

 Estamos sentados apertadinhos em uma poltrona perto da lareira. Hoje estamos recebendo a família de Rachel, são muitas pessoas. Ela também foi criada em uma grande família e teve alguns filhos fora do nosso casamento, ao todo sete!

 Lily é a única aqui comigo para enfrentar esse tormento. A chamei porque, me sinto bastante sozinho aqui no rancho. Principalmente agora que Rachel esta me dando gelo como se eu tivesse feito algo ruim, já faz quase um mês e ela ainda não se esqueceu do que Isa disse

— Acho que ainda da tempo de fugirmos — Lily diz ao meu ouvido. Viro meu rosto para a encarar a mulher que é assustadoramente parecida comigo, só que loira e de olhos claros. Claro que não é tão evidente, mas, quando ela ficar mais velha vai ficar minha cara eu sei disso!

— Qual é o seu plano? — indago a ela que abre um sorriso tão assustador quanto o sorriso do Gato Risonho da Alice no país das maravilhas

— Poderíamos jogar algumas bombinhas durante o jantar, colocar besouros do jardim no meio da sopa, borrifar perfume nas colheres antes de o jantar ser servido ou podemos andar até a cozinha como se fossemos lá pra pegar algo para comer, e então, nós fugimos pela porta que dá no jardim! Escondemo-nos naquele bangalô bem longe da casa onde tem aquele seu videogame de última geração e muitos doces! — que orgulho dela, aprendeu comigo!

— Você me orgulha tanto! — coloco dramaticamente a mão sobre a boca — A primeira opção é tão bonita e reluzente, podemos usar bombinhas de fedo? — pergunto com a expectativa lá em cima

— Melhor ainda, você tem aí? — ela pergunta empolgada. Reviro os olhos para ela e enfio a mão esquerda no bolso e tiro um saquinho de papel do meu bolso fundo — Você é meu herói! — ela diz com um enorme sorriso no rosto. Lily é a minha melhor parceira de tudo, é a minha pessoa favorita no mundo inteiro. Perto dela me sinto tão feliz, é como se ela fosse parte de mim. É um amor incondicional que sinto por essa cabelinho de minhoca.

Alarve | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora