Alarve | Michael Jackson

Capítulo 7

Michael Jackson
Casa Stone, Las Vegas
30 de junho de 1995, 21:58

 Rachel arregala os olhos e olha diretamente para mim. Isa com seu andar sensual se distancia de nós com Pietra ao seu lado, me deixando aqui, completamente sem palavras. Já havia me esquecido porque me apaixonei por essa mulher.

Isamel
22:03

 Relativamente longe da casa. Ajoelhada na grama do jardim de Pietra, vomito tudo o que comi até agora. Pietra esta segurando meus cabelos enquanto vomito. Isso sempre acontece quando fico nervosa ao extremo

 Para eu reunir forças para ir até ele me custou muito. Eu poderia ter ficado mais, ter feito mais para provocar Rachel, mas, eu não iria conseguir

 Michael me conhece, se eu tivesse vomitado na frente dele, ele notaria na hora o quão nervosa eu estava só com a presença dele, imagina se ele me tocasse?

— Quando eu parei em frente a ele, foi só um braço de distância, mas, nossa! Parecia que algo estava me puxando fortemente para ele! — digo enquanto levanto minha cabeça e tento recuperar meu folego

— Eu pensei que vocês já tinham superado um ao outro! — ela fala enquanto prende meus cabelos em um coque apertado

— Nós estamos mais que superados! Foi só a distância — me sento sobre meus calcanhares

— Pelo amor de Deus Isa, quem se mexe por distância é casalzinho apaixonado viu! Quando se vê ex e ainda sente alguma coisa, tem muito assunto pra resolver e não é com ele, é consigo mesmo! Mas, pode ser aquela coisa de corpos que não conseguem se manter longe um do outro! — ela faz gracinha

— Que nada! — ela me entrega o lenço que estava usando no pescoço — Nossos corpos conseguem ficar bastante tempo longe um do outro viu! — exclamo enquanto limpo minha boca

— Melhor eu te levar para casa antes que sua cabeça comece a doer! — ela se coloca de pé e me ajuda a levantar. Pelo jardim vamos até à frente da casa onde esta o carro dela. Talvez Pietra tenha razão.

Hotel Hichello, Las Vegas
23:57

— Nós nunca fomos sexuais, saca? — viro a garrafa de vinho tomando um longo gole — Sempre fomos mais amigos que se pegavam fortemente de vez em quando — começo a rir — Nosso relacionamento era bom demais, mas, eu dei muita atenção pra minha careira e ele precisava de mim. Ele quando chegou nos 33 o fogo subiu demais e eu estava ocupada na minha vida particular que na época não cabia ele! — digo em minha fala enrolada já alterada pelo vinho

 Estou na terceira garrafa. Da poltrona perto da janela Pietra me encara choramingar e reclamar da vida aqui em cima da cama. Ela não bebeu nada e nem vai beber. Ela tem dessas, se alguém bebe ela sempre fica sóbria pra tomar conta da pessoa. Ela é demais! 

— Vocês tinham tudo pra dar certo, você só precisava abrir um espacinho para ele na sua vida — ela leva as pernas para pertinho do corpo e as abraça

— É, mas, é! — viro a garrafa mais uma vez tomando um último gole. Me esticando coloco a garrafa que esta pela metade na mesinha lateral ao lado esquerdo da minha cama

— Agora que ele tem outra, respeita! Não faça com outra o que fizeram com você! — ela fala firmemente enquanto se levanta — Sei que quer descontar sua raiva, mas, não é legal. Não é bonito e não combina com você!

— Tem razão — faço um bico. Pietra anda até a minha cama e se deita ao meu lado — Você acha que fiz errado em falar aquilo na frente da Rachel?

— Bem, pelo menos você mostrou para ela o quanto era ruim e como você se sentia quando ela fazia o mesmo! Você foi até boazinha — ela sorri

— Você sabe que eu falei sério né? — balbucio encarando o tento — Se ele vier me procurar, eu dou! — ela tomba a cabeça para trás e começa a rir — Dou mesmo viu! Dou até o sol nascer! — e não estou brincando, se vier, vai ter. Ela não teve dó de mim quando se deitou com meu marido 

 Até entendo o que Pietra me disse, não farei mais nada do que fiz hoje, talvez eu até faça ou não. Na real é que nada disso combina mesmo comigo!

 Porém, é o que eu disse, se ele vier me procurar, se me meu nego vier do jeitinho que eu gosto, Raquel e todas as mulheres do mundo que me perdoem, mas, eu dou.