Capítulo 13

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Michael Jackson
Central Park, Nova York
12 de maio de 1981, 01:37

 O som dos meus sapatos esmagando à terra me traz uma sensação de paz. É tão bom finalmente poder andar tranquilamente, não ligo se tenho que fazer isso apenas de madrugada, já é ótimo!

 Estou andando pelo Central Park, meu apartamento fica bem perto daqui. Andar por entre as árvores sempre me fez muito bem, espero um dia ter uma boa casa com um belo quintal e que tenha muitas arvores

 Ando em direção a ponte, gosto de ver como a água se mexe a noite, ainda mais hoje que esta ventando tanto!

 Ao me aproximar da ponte, vejo algo que faz meu sangue gelar. Ai meu Deus. Ando mais devagar. Finalmente chego até a porte. Me aproximo da moça magrela de cabelos ao vento. Ela está de pé sobre o parapeito

— Senhorita! — digo baixinho para não a assustar. Ela levanta seu olhar e foca no horizonte. Está de costas para mim, usando uma camisola longa na cor branca — Eu não sei o que dizer, eu poderia te dizer mil coisas, mas, acho que não adiantaria, então, se eu cantar, promete não, não se jogar só para não me ouvir? Basta me pedir para parar! — digo em um tom cômico para ela que dá uma risadinha. Me aproximo um pouco mais, a barra da camisola dela bate no meu rosto

— Moça, sua camisola esta me atrapalhando, pode descer por favor? — pergunto enquanto faço um biquinho. Ela olha para baixo, É A ISA? — O que você esta fazendo aí? — pergunto preocupado para ela que parece estar surpresa por ser eu

 Isa é prima das minhas amigas. Se Patrice souber que deixei a prima dela se jogar de uma ponte ela me mata!

— Desce daí ande! — eu nem tenho intimidade com ela, mas, é um ser humano prestes a se jogar!

 Isa suspira, devagar ela se agacha e logo após se senta na beirada com os pés virados para mim. Entro na frente e a ajudo a descer

— Por quê? — pergunto um pouco mais alarmado do que deveria — Não estou aqui para julgar você, só quero entender e pode te ajudar conversar um pouco! — ela assente

— Estou fugindo do meu marido, ele se chama Ryan Davis, ele simplesmente nunca vai me deixar em paz então, morrer é a solução — ela faz um bico. Faço uma careta para ela

— É só conversar com ele! Pede ajuda para as suas primas, todas são advogadas! — ela balança a cabeça freneticamente de um lado a outro

— Você não entende, não somos casados! Moramos juntos! Foi o pior erro de toda a minha vida, eu pensei que ele era diferente, mas, ele é estupide e agressivo! Se ele souber que eu acabo de perder o nosso bebê, ele vai me matar! Ele disse que eu só estava viva pelo bebê! — ela respira fundo e olha para o outro lado

— Quer saber, não precisa voltar! — digo firmemente a ela — Eu moro bem perto daqui, vem comigo, esse monstro nunca mais vai chegar perto de você, eu não deixarei! — falo enquanto a puxo para um abraço que ela aceita de bom grado. Talvez, essa seja a melhor decisão precipitada da minha vida. 

Patrice Pritchett
Centro médico Mari'Angel, Manhattan
7 de setembro de 1995, 00:49

— Wayne! — chamo por Wayne que esta preparando tudo para a possível chegada da imprensa — Peguem aquele homem, agora! Ele está por trás de tudo! — digo nervosa a Wayne que não espera eu fechar a boca e já corre atrás dele que esta tentando fugir despercebidamente. Alguns seguranças correm ao lado de Wayne 

 Após correr um pouco eles conseguem o pegar. Ryan mudou muito, esta tão sombrio. Rancor, raiva e mágoa faz isso com as pessoas

 Enquanto os seguranças imobilizam Ryan, Wayne anda em nossa direção. Wayne é o tipo que faz primeiro e pergunta o motivo depois 

— Trouxe o copo que Isa usou para tomar água! — Tupac fala ao me entregar o copo de vidro dentro de um envelope transparente vedado — Aprendi nos filmes! — ele sorri. Levanto um pouco o envelope a altura dos olhos. Tem uma marca vermelha como se um líquido vermelho houvesse escorrido para o lado de dentro do copo

— Obrigada Tupac! Isso vai ajudar muito! — digo a ele enquanto o puxo para um abraço rápido — Wayne! Aqui! — entrego para Wayne — Parece que Michael e Isa tomaram do mesmo liquido, mande para algum laboratório de sua confiança! Explique que por hora é um líquido avermelhado, mas, muda para o transparente em contato com líquidos! Eu sei disso porque Isa é muito desconfiada, se não aparentasse ser água, ela jamais beberia! — não mesmo!

Alarve | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora