Bônus - Kathe e... Fred?

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E aí, pessoal? Tudo bem? Espero que sim. Já faz um tempo que não posto nada, mas hoje, venho com esse bônus... inusitado. Mas, enfim...

Outro dia eu estava pensando sobre a história, e fiquei meio intrigada com o fato de que a história desses dois ficou meio... a ver navios. Ela foi abordada e logo esquecida, e ficou uma incógnita no ar, eu creio. Então, convenci Kathe a nos contá — la.

Espero que gostem.

---x---

Muito bem.

Não vá achando que eu vou contar essa história nos mínimos detalhes, porque eu não vou. Pelo simples motivo de que não é algo do qual eu goste de lembrar. Então, vou ser o mais breve possível.

Tudo começou em Paris, alguns anos antes da famosa Belle Epoque. Por volta de 1854. Alguma coisa assim.

A noite estava fria e úmida.

Naquela época, eu trabalhava numa espécie de boate. Não me lembro exatamente o nome. Mas era um lugar... Não... Um refúgio para aqueles que não tinham muita sorte no amor, e procuravam consolo no prazer. E lá, eu trabalhava no palco, cantando para tentar levantar os ânimos. E todos amavam minha voz.

Foi naquela noite, chuvosa e fria, que eu o conheci. De onde eu estava, no palco, eu pude ver quando ele abriu a porta e adentrou o local, todo molhado. Algumas mechas de seu cabelo, num tom entre o mel e o trigo, caiam pelo seu rosto, e quando ele balançou a cabeça e usou a mão para jogar as mechas para trás, eu travei. E, consequentemente, parei de cantar.

O que gerou muitas reclamações.

Então, voltei a cantar, tentando terminar o mais rápido possível. Quando terminei, pedi alguns minutos de pausa, e fui direto falar com ele. Nos apresentamos, e conversamos muito. A cada intervalo que eu fazia, o procurava para conversarmos. E, no fim da noite, ele me acompanhou até minha pequena casa, do outro lado de Paris, e me perguntou quando podíamos nos ver novamente.

Foi instantâneo.

Nos apaixonamos e por muitos anos vivemos em Paris. Depois de um tempo, passamos a morar juntos. Todas as noites, eu cantava para ele, e para mais ninguém. É certo que ele tinha ciúmes do que eu fazia, então, decidi que iria procurar outro emprego. E foi o que eu fiz. Durante anos, minha vida se resumiu a ele.

Até que tudo mudou.

Um dia, Fred acabou assassinando um parisiense, acidentalmente. Mas, ele disse que houve testemunhas. E, por causa disso, tivemos que ir embora dali. Eu não queria abandonar minha vida em Paris, mas eu o amava. Então, fui embora dali com ele.

Então, viemos para os Estados Unidos. E nossa vida voltou ao normal de novo.

Mas, eu ficava pensando sobre o que tinha acontecido em Paris. O acidente. Eu mesma presenciei, apesar de não ter visto tudo muito nitidamente. Por anos, eu ficava repassando o que aconteceu, e as vezes eu perguntava sobre isso pra ele. Mas ele desconversava e dizia que eu não devia me preocupar com isso.

Depois de um tempo, acabei deixando para lá. Erámos felizes na América. Nos mudávamos sempre que as pessoas começavam a suspeitar e se perguntar porque nunca envelhecíamos. Era cansativo, mas valia a pena. Afinal, erámos felizes.

Até que, um dia, Fred saiu para se encontrar com um amigo, e quando voltou, estava diferente.

Seu modo de agir... De me tratar... De falar comigo... Mudou da água para o vinho.

Não me tratava mais com carinho. Não me dava mais amor e atenção. Não falava mais comigo a todo momento, e quando falava, era sempre uma conversa rápida e curta. Não queria mais saber se eu estava bem.

Foi se distanciando, e eu sem saber o porque, comecei a ficar deprimida.

Até que, na noite do meu aniversário, eu descobri o porque de tudo aquilo.

Ele preparou uma surpresa pra mim e a noite nos amamos. E eu comecei a pensar que ele tinha percebido minha tristeza e resolvido mudar.

Mas, eu estava enganada.

Ah, como eu estava enganada.

Naquela noite, Fred tentou me matar. E ele sabia como fazer isso. Sabia que era preciso uma estaca da árvore de Matusalem.

Fiquei confusa, porque nunca havia contado para ele sobre isso. Quando questionei sobre isso, ele disse que um amigo lhe deu essa informação, e que lhe daria uma grande recompensa se me matasse.

E, como sempre, naquela noite, sua ganância foi maior que seu amor.

Mas, o que mais me deixou com raiva, foi o fato de que ele fez isso a pedido de um estranho. Uma pessoa que não conheço e que certamente não tinha nenhum motivo pra me matar. Eu me senti traída. Enganada. E, naquela noite, eu percebi uma coisa.

Fred não me amava. Nunca me amou. Pelo menos, não de verdade.

Mas eu sim.

E foi por isso que, para minha completa frustração, eu não consegui matá — ló.

Então, eu fugi. E com o tempo, meu amor por ele acabou morrendo. Uma coisa pela qual dou graças a Deus.

E, quanto ao problema de não ter conseguido matá — ló, isso acabou se resolvendo anos depois.

Pronto. Essa é minha história com Fred.

Espero que tenham gostado de ouvi — la. Porque eu não gostei de revivê — la.

E não me perguntem mais sobre isso. Pois é algo que já morreu, assim como o Fred.

E fim.

---x---

Cara, que história complicada... Enfim... O que vocês acharam? Muito triste, né?

Bem, foi isso.

Beijos e até a próxima.

PS: Gente, estamos quase chegando no meio da história, e vai ser quando a Kathe vai contar a história dela. Mas, antes disso que preciso perguntar uma coisa...

O que vocês estão achando da história? Está boa? Razoável? Precisa melhorar?

Por favor, preciso desse retorno pra saber o que estão achando, para saber se estão gostando.

Agradeço muito se vocês puderem me dizer. É importante.

Um Amor Entre Um ANJO E Um DEMÔNIO ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora