Capítulo XXIV - Sou um Anjo de Novo

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Dois meses.

Se passaram mais dois meses desde que escrevi a última carta. E mais quatro meses desde que Kathe se foi. Há cada dia que passa, a dor de sua ausência se tornava mais suportável, mas não inexistente. Havia dias em que ela simplesmente quadriplicava seu tamanho e eu não tinha vontade de fazer mais nada.

Mas hoje eu sentia que ia ser diferente. Hoje eu estava com uma sensação diferente. Mais leve.

Não sei explicar.

A falta que sinto de Kathe não é tão forte assim. Desde que ela se foi, é a primeira vez que não dói tanto.

Hoje vamos sair para caçar um ninho de vampiros.

Estou um pouco otimista. Acho que não vai ser tão trabalhoso como na maioria das vezes.

- Cass, vamos! - saio de meus pensamentos quando ouço Dean me chamando.

- Estou indo.

Caminho para a porta do bunker, e antes de sair, sinto como se alguém estivesse me observando. Me viro para trás, mas não encontro nada nem ninguém. A sensação não me abandona, mas Dean me chama novamente, então apenas fecho a porta e sigo meu caminho.

POV Kathe

Observo meu Cass sair do bunker. Depois de dois meses, mal posso esperar para falar com ele de novo. Poderia ter me revelado agora, mas a emoção de olhar para ele de novo foi tão grande, que fiquei paralisada. Ele ainda continuava tão lindo quanto antes, mas parecia tão cansado. Tão abatido. Parecia ainda sofrer com minha morte, há quatro meses.

Já faz tanto tempo. Sinto tanta saudade dele. Mal posso esperar.

Sem ficar pensando muito, caminho lentamente em direção a porta do bunker. Conforme vou andando, um sentimento de paz vai me preenchendo, por estar de volta à esse lugar, e embora esteja com muita vontade de ficar e ver tudo, a saudade que sinto do meu amor, do meu lar, é mais forte. Saio do bunker a tempo de ver os contornos do Impala ao longe. Como vi recentemente, notícias de mortes estranhas, e sei que eles estão indo caçar vampiros, sei pra onde eles estão indo e me transporto pra lá.

Quando chego, percebo que os meninos ainda não chegaram. Decido fazer uma surpresa pra eles. Acho o ninho e rapidamente consigo matar todos os vampiros. Começo a limpar o local, enquanto me lembro de tudo o que vivemos durante o tempo que ficamos juntos. Um sentimento de nostalgia me invade, ao mesmo tempo em que começo a focar receosa.

Será que eles vão ficar bravos por aparecer agora?

Termino de limpar tudo e me livrar dos corpos, quando escuto um barulho. Eles chegaram. Como estou de costas, não consigo vê-los. Como estou um pouco mais pro fundo do lugar, eles ainda não me viram, por estar mas escuro aqui dentro.

- Mas não tem nada aqui... - ouço a voz de Sam, enquanto eles se aproximam mais de onde estou.

De repente, eles param.

- Tem alguém lá no fundo... - agora é a vez de Dean. Sempre tão desconfiado.

- Esperem - Cass diz, quando se aproximam mais - Eu conheço esse corpo... E esse cheiro... Baunilha...

Me viro para eles. Ainda na penumbra, quase não conseguem me ver. Mas Cass sabe.

- Não... Não pode ser

O lugar onde eles estão é iluminado pela luz da lua que entra por um buraco no teto. Começo a andar na direção deles, e paro embaixo da iluminação. Vejo confusão e surpresa em seus rostos.

- Isso é uma alucinação? - Sam diz, sem acreditar.

- Não pode ser, você tá morta - Dean exclama, incrédulo.

Nenhum deles consegue acreditar, e eu não os julgo. Também estaria assim se estivesse no lugar deles. Enquanto os irmãos estão estáticos, Cass começa a se aproximar de mim. Para em minha frente. Fica me olhando nos olhos, como se pudesse ler minha alma, e inspira novamente para sentir meu cheiro. Baunilha. Leva sua mão delicadamente ao meu rosto, e o toca com carinho. Isso parece ser a confirmação de que ele precisava, mesmo que pareça não acreditar muito ainda.

- É mesmo você...

- Sim, meu amor. Sou eu.

Lágrimas começam a descer por seu rosto. Enxugo algumas, e ele finalmente sorri. Sorrio de volta, e ele beija a minha boca. Quando nos separamos, vejo em seu rosto que ele acredita.

- É realmente ela - diz, com a voz embargada e cheia de emoção, ao se virar para os meninos.

Eles se aproximam, com medo de que talvez eu possa ser uma criatura que está fingindo ser eu.

- Olá, rapazes! Senti saudades.

Eles começam a me inspecionar e me fazem um monte de perguntas. Depois, parecem satisfeitos e me abraçam.

- Como? - Dean pergunta.

- Acho que Deus percebeu que foi muito radical comigo, e me deu uma segunda chance. E o melhor, sou um anjo de novo.

Eles me olham com cara de deboche, mas eu não ligo. Que eles acreditem no que quiserem. Eu tenho tudo que preciso de novo.

Uma família.

Uma casa.

Um amor.

Olho para Cass ao meu lado, e sorrio. Ele me olha e sorri de volta. Nos beijamos de novo.

Finalmente, posso ficar em paz.

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Desculpem pelo capítulo meia boca. Estou sem criatividade. Mas o próximo, que é o epílogo, vou tentar fazer melhor.

Até.

Um Amor Entre Um ANJO E Um DEMÔNIO ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora