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Faz 2 semanas que eu não falo com o Caio, nem olho pra cara dele na verdade , as poucas vezes que tive a infelicidade de encontrar ele , ele tava de mão dada com a Luana e aquilo me dói sempre que tenho esse azar de encontrar os dois, poucos dias depois da nossa 'discussão' , ele assumiu Luana e eu fiquei mal por saber disso mais o que eu podia fazer , afinal ele não era nada meu , as vezes quando eu ia na padaria eu acabava vendo os dois em algum bar , não tinha ido pra nenhum baile mais , evitava sair na rua e nem o nome dele eu queria ouvir , minha tia se preocupava comigo , achando que eu podia estar não gostando de ficar na casa dela por isso tava tão deprimido, eu adorava ela, e minha tristeza repentina não tinha nada haver com ela.

Hoje era véspera de ano novo, o Natal eu passei dentro de casa , nem botei a cara pra fora , sem meus pais pra mim parecia uma data insuportável, esse ano novo minha tia tinha me chamado pra passar com ela na casa da filha, mais eu preferi ficar na minha, eu estava deprimido de um jeito, que não sentia vontade mais nem de sair, principalmente por causa do Caio.

Eu não posso negar que eu estava morrendo de saudades dele, parece que eu tava ligado nele de alguma forma, mais não dei meu braço a torcer, podia muito bem tentar conversar, mas ele não tentou por que eu tentaria ?

Julia viria passar o ano novo comigo, eu disse pra ela que não precisava, mas ela quis e disse que viria no fim de tarde, passei a manhã e comecinho de tarde deitado , não estava animado, eu sei que hoje vai ter uma festona das grandes com direito a show e tudo, minha vontade era só de ficar deitado pressentia que hoje não era pra mim sair, Julia chegou já com roupa de festa, estava toda animada e eu não queria estragar seu ano novo por mais que o meu já tinha ido pro saco, enrolei o máximo que eu pude, quando foi umas 19 horas não pude mais dar desculpas , fui tomar banho demorei 1 hora pra sair do banheiro , quando cheguei no quarto Julia já tinha separado minha roupa e deixado em cima da cama , enquanto comecei a me vestir ela veio me contar que tinha conhecido um carinha que também viria pra esse baile de hoje e perguntou se eu me importava, eu respondi que não me importava, e era verdade eu não ligava pra isso nem quando a gente namorava.

Troquei de roupa com a maior lerdeza olhei pro relógio rezando pra ser 00:00 pra mim dar o feliz ano novo e voltar a deitada arrumando qualquer desculpa, mas era apenas 21:21 , com a animação de Julia fiquei sem graça de pedir pra ela ir sozinha , afinal ela tinha feito esforço de vir passar comigo, dentro de casa já conseguimos ouvir a muvuca lá fora , som alto , pessoas falando gritando, parecia um pesadelo pra mim, Julia já saiu de casa fazendo uns movimentos estranhos diz ela que era uma dança nova do tiktok que ela tinha aprendido recente, entrei na muvuca e assim ficamos.

Compramos bebidas e começamos a beber como se não houvesse amanhã, era uma dança mais estranha que a outra , realmente eu me distrai , não tinha visto caio até agora e não estava sentindo nem um pingo de falta dele , de repente chega uma menina que nunca tinha visto na vida , era até bem bonita, começou a dançar sarrando em mim e como eu já tô bem ruim só pensei que ia me dar bem no final da noite né , por que Julia já tinha sumido com o menino que ela tava conversando, essa menina começa a me beijar e se esfregar em mim, tava bom mais eu não conseguia gostar de verdade daquilo , pra mim era como se fosse algo neutro , só beijar por beijar por que não estava nem um pouco animado, ao contrário dela que tava me agarrando como se fosse o último pedaço de carne do mundo.

Ela pegou minha mão e começou a me levar em direção a um beco lá, começou a beijar meu pescoço, passar a mão por debaixo da minha camisa, ela pegou minha mão e colocou dentro da sua calcinha , se fosse a umas 2 semanas atrás eu tinha até tirado a calcinha dela esse momento mais eu não conseguia nem me exitar eu até senti uma formigaçãozinha mais já tava passando , minha cachaça já tinha passado também.

- Não tô bem, preciso ir pra casa - eu disse pra ela e ela fez uma cara de raiva, achei que fosse me dar um murro, virou e saiu batendo o pé.

Eu consegui chegar em casa na força do ódio, deitei no sofá de roupa e tudo e fiquei escutando o som, com a minha visão girando, fechei os olhos e comecei a pensar novamente no caio, pensando que tava com saudade dele, quando estou quase pegando no sono escuto um gemido, um gemido conhecido vindo de dentro do meu quarto.

O Dono Do Morro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora