Carmesim

Diga que é Meu

Tirar os lençóis e fronhas das macas
das enfermarias, ajudar a lava-los, bate-los contra as pedras, pendurá-los, recolhe-los,
dobrá-lose colocá-los novamente nas
macas, ajudar a varrer a mansão passar pano Cuidar de alguns feridos, Ihes dando os remédios nos horários certo. A maioria dos feridos eram caçadores de demônios mas tinham alguns kakushis também -, que com o passar dos dias Tanjirou começou a
entender seus ranques: Mizunoto Mizunoe- Kanoto Kanoe - Tsuchinoto -
Tsuchinoe - Hinoto - Hinoe Kinoto
Kinoe. E os mais fortes dos caçadores são chamados de Hashira e, para sua surpresa,Giyuu era um deles. Kamado sabia que ele era forte, mas não imaginava que fosse nesse nível.

Passaram-se mais três dias, onde o ômega ajudava a cuidar do seu alfa “temporário” com auxílio de Aoi Kanzaki, a ômega que se tornou rapidamente sua melhor amiga juntamente com as três meninas betas: Sumi Nakahara, Kiyo Terauchi e Naho Takada. Assim como Tanjirou, as quatro meninas eram órfãs e foram acolhidas por Shinobu Kocho, que também era uma hashira apesar de ser uma beta.

— Muito obrigada, Kamado-kun. — disse Aoi vendo-o pendurar mais alguns lençóis, enquanto ela recolhia outros. — Tomioka-san já parece bem melhor e agora você vai para a casa dele, não é? — ela soava um pouco triste e Tanjirou sentiu o cheiro de tristeza em seus feromônios.

Tanjirou corou. Lembrou-se do dia da chuva, depois daquilo nenhum dos dois disse mais nada, nem se beijaram novamente e o alfa não tentou nada também. Mas pousou uma mão no ombro da amiga ômega, sorrindo para consola-la e ela também sorriu, concordando. Ele ainda não conseguia dizer nenhuma palavra, contudo, sua linguagem corporal era clara e expressiva. Seus feromônios, doces como chocolate, também demonstravam calma.

— Estarei esperando suas visitas, ok? — disse Aoi e Tanjirou concordou.

Não sabia ao certo se moraria com Giyuu mesmo, afinal, eles não conversaram sobre isso. E se ficasse na Mansão das Borboletas nunca poderia se vingar de Muzan. Sua melhor chance era ficar ao lado do alfa hashira da água e pedir para ele treina-lo, apesar de que era óbvio que ômegas não podiam ser caçadores de demônios, ao menos, não conheceu nenhum caçador que fosse ômega, havia apenas betas e alfas. Aoi Kanzaki contou-lhe que tentou fazer o exame para entrar, porém, não conseguiu passar na seleção final, mesmo recebendo treinamento de Shinobu, então, resolveu ficar na mansão e aprender farmacêutica, ajudando no que podia os exterminadores.

Outras coisas que Tanjirou aprendeu em sua estadia foi que as katanas dos caçadores são feitas com um material especial que absorve bastante a luz solar, o que as torna eficiente para matar demônios, cada uma delas é forjada especialmente para o seu caçador e elas podem mudar de cor dependendo do seu usuário. Também aprendeu que os caçadores são uma organização não governamental e são liderados pela família Ubuyashiki. Eles existem há séculos.

— Obrigada de novo. — disse Kanzaki terminando de dobrar os lençóis com a ajuda do ruivo. — Vamos.

Os dois voltaram para dentro da mansão, Aoi levou o cesto para uma das enfermarias onde colocaria os lençóis, então, entregou o remédio de Giyuu para Tanjirou levar.

Ele foi para a enfermaria, onde o alfa estava. Não havia outros caçadores ali, só o alfa sentado na cama e escrevendo seu relatório sobre suas missões. Tanjirou entrou com o copo que tinha um líquido verde dentro com cheiro péssimo e Giyuu parou de escrever, pegando o copo assim que Tanjirou chegou perto e bebeu em um só gole.

— Obrigado, Tanjirou. — disse-lhe e entregou-lhe o copo, o ruivo pegou e ele voltou a escrever.

Tanjirou olhou curioso para o que ele estava escrevendo, acabou lendo o relatório sobre o trem e se recordou das palavras da Lua Superior Três de Tanjirou estar grávido. Seu cheiro mudou de doce para medo só com a ideia de carregar o filho do seu estuprador. Ele precisava saber se era verdade, então, se livrar da criança, porém, não se sentia tão diferente. Talvez sentisse mais fome que o normal, mas acredita ser pelo nervosismo e ansiedade de toda a sua situação nova.