Carmesim

Um Demonio que domine o Sol.

Esperou Aoi terminar de trocar as ataduras de Genya para poder “falar” com ela. Pegou folha e a caneta emprestadas das três meninas, assistentes de Shinobu, para poder se comunicar com os outros.

A ômega lhe olhou curiosa ao sair com uma bandeja cheia de faixas ensanguentadas, tesoura e algodões sujos com álcool e sangue. Ela esperou o ruivo terminar de escrever, então, leu o pedido dele:

“Aoi-san, não tenho certeza, mas acho que estou grávido. Posso fazer o exame de sangue?”

— Claro que sim, mas... É do Tomioka-san? — perguntou curiosa.

O ômega ponderou bem o que iria responder e se lembrou do que ele disse, sobre falar que a cria era sua sim. Então, concordou envergonhado. E Kanzaki abriu um largo sorriso lindo.

— Você comeu alguma coisa já? Porque precisa ser em jejum.

Ele assentiu.

— Então, vamos fazer amanhã pela manhã, pode ser?

O ômega concordou.

— Beleza. Passo no seu quarto assim que eu acordar e você me espera lá que eu vou tirar o seu sangue e depois teremos o resultado até lá não faça nada imprudente. Gravidez deixa um ômega em estado delicado, querendo ou não.

Tanjirou concordou, porém, não iria adiar o treinamento que combinou com Senjurou para depois do almoço. Até porque Senjurou disse que lhe mostraria o básico primeiro e começariam uma série de exercícios para preparar o corpo de Kamado.

Contou os minutos para ir até a residência dos Rengoku. Comeu pouco, apesar de sempre se sentir com fome, também se sentia enjoado. E foi para a mansão do Hashira das Chamas, onde Senjurou bondosamente lhe deu uma roupa de treinamento, assim não ficaria andando de pijamas para cima e para baixo.
Os dois começaram com a parte teórica do treinamento. Senjurou lhe contou os dois tipos de demônio que existem: os comuns e os que podem usar feitiços de sangue. Demônios comuns são mais fáceis de serem executados, apesar disso não se deve subestimá-los. Já os que têm feitiço de sangue são mais complicados. Também contou sobre as Luvas Superiores e Inferiores, que eram uma espécie de “elite” dos demônios, eram os mais fortes deles, contudo, as Luas Superiores eram muito mais fortes do que as Inferiores e uma das principais missões de um hashira era executar essas Luas, além de caçar o Mestre deles, o pai de todos os demônios: Muzan Kibutsuji.

“Quem é Muzan Kibutsuji?” questionou Tanjirou escrevendo no papel.

— Nenhum hashira o viu pessoalmente, na verdade, não sabemos muito bem qual a aparência dele... Ouvi dizer que ele pode mudar de aparência... Até seu cheiro muda ou algo assim... Não sei muito bem sobre ele.
“Demônios podem ter filhos?” Tanjirou precisava saber.

— Não, eles são estéreis depois que um humano vira demônio, ele se torna estéril independente da sua classe. E o único que pode transformar um humano em demônio é Muzan. Palavras do oyakata-sama.

“Quem é o oyakata-sama?”

— Talvez você tenha a oportunidade de conhecê-lo em breve na próxima reunião mensal dos hashiras. O nome dele é Kagaya Ubuyashiki. É ele quem sustenta toda a organização dos caçadores de demônios. Sua família caça demônios há séculos igual a minha. — dizia orgulhoso.

“Como faço para me tornar um caçador de demônios?” Tanjirou estava decidido a conquistar isso.

— Bom... É complicado para um ômega entrar, mas... Você pode tentar... — dizia acanhado e levemente desanimado. Tanjirou percebeu que havia algo o incomodando.

“Por que você desistiu da seleção final?”
— Na verdade... — Senjurou suspirou; os dois estavam sentados ao redor do kotatsu com alguns livros abertos em cima da mesa. — Me encheram o saco para desistir e eu me deixei ser influenciado por essas pessoas que me diziam que o lugar de um ômega é dentro de casa, cuidando da casa e dos filhos. — Tanjirou se levantou revoltado. — Você ficou bravo?! Não tem problema, já passou! — dizia vendo Tanjirou arregaçar as mangas, pronto para brigar. — Essas pessoas nem sei onde estão... Não me entenda mal, mas espero que não estejam nem vivas. — Senjurou se sentia frustrado por não ter tentado pelo menos.