Cinquenta e oito

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*não se esqueçam de deixar a estrelinha e o comentário isso me incentiva a continuar escrevendo, estamos na reta final por isso seu apoio é importante.*

Changbin

Quase não ouço nada ao meu redor, tudo está escuro e desconexo, o pouco que reconheço das vozes que me rodeiam são de pessoas que conheço bem, são do Minho, do Chan e tem outra que me parece familiar mas não consigo me recordar quem é, meu corpo está dormente e minha mente anuviada, tento acordar mas é em vão, estou completamente submerso naquela escuridão, mas o que? De repente me vejo no lago, meu pequeno irmão está no beirada do lago e olha sorrindo para mim, ele usa sua pequena mão para me chamar.

- Eu mano! Ei! Vem cá! Olha o barquinho que fiz! – ele me mostra orgulhoso, aquilo era um sonho ou eu morri? – Vem!

Caminho até ele e me ajoelho ao seu lado, eu só consigo dar um abraço apertado nele.

- Está me sufocando! – sua voz está abafada.

- Desculpa eu só...- ele me olha curioso. – Fiquei orgulhoso pelo barquinho.

- Vamos colocar ele no lago? – ele me puxa pela mão. – sentir sua mão tocar na minha é quase doloroso.

- Sim vamos!

Então colocamos o barquinho e sopramos para que ele vá para o meio do lago, meu irmão vibra quando vê seu barquinho navegando.

- Vou chamar a mamãe e o papai para ver. – ele diz e sai correndo.

- Ma... Mamãe?

Minhas pernas tremem e sinto meu peito apertar, não demora muito e vejo sua imagem surgindo na porta da cabana, ela parece deslizar até mim...

- Vem cá deixa eu olhar você! – seu rosto é um enigma. – Está maior desde a última vez que te vi.

- Mãe?...- ela parece uma miragem

- Continua lindo, sabia que seria um homem lindo, esses olhos negros como a escuridão sempre me disseram isso.

Não consigo me conter e a abraço com força, meus olhos ardem sei que é por causa das lágrimas que agora escorrem pelos meus olhos.

- Me perdoa mãe... Me perdoa.

Ele segura meu rosto entre suas mãos e beija minha testa.

- Não tenho que te perdoar meu amor, você não fez nada...

- Eu matei você, eu matei papai e meu irmão... – aquilo me dói o peito.

- São coisas e circunstâncias da vida...

- Não foi por minha causa, minha causa...

- Foi por amor a você, você precisava da gente.

- E por isso perdi vocês.

- Você nunca nos perdeu Changbin estamos sempre com você, estamos aqui... - ela coloca  a mão sob meu coração. – E sempre estaremos.

Ela beija minha testa antes de se juntar a meu irmão que está encantado acompanhando seu barco com o olhar, mas  antes de ir ela me encara nos olhos.

- Eu te amo meu menino, meu pequeno menino.

Ela se afasta e fico observando ela indo com meu irmão pela beirada do lago, de repente sinto uma mão pousar em meus ombros.

- Tenho muito orgulho do homem que se tornou meu filho. – ouço a voz do meu pai.

- Eu causei a morte de vocês... – falo sem ter coragem de olhar para ele.

- Não Changbin! Você não causou nada filho, cada um tem seu tempo, e sua hora, nessa vida o que importa é o que você deixa como legado, eu vivi o tempo que me foi permitido, e hoje vejo que deixei um grande homem como legado. – me viro para ele.

- Não é justo, o meu irmão não teve o direito de viver.

- Ele viveu o tempo que era determinado a ele, e você precisa fazer o mesmo meu filho, você terá uma vida longa, fará sucesso com sua música e será feliz, e um dia nós reencontraremos novamente.

Ele sorri e meu pequeno irmão e mamãe se juntam a nós.

- Mano, vamos te esperar.

Ele me beija e em seguida mamãe e papai fazem o mesmo.

- Vá meu filho, vá viver...

Meu pai fala e acordo na cama do hospital, sinto o peito mais leve e uma sensação de paz, olho para o lado e sou surpreendido.

- Binnie que bom que acordou!

- Quem é você?

Olho para o  garoto loiro com o rosto cheio de sardas que se surpreende com minha pergunta...

Scars *Changlix*Onde histórias criam vida. Descubra agora