"eu sou o Harry... só Harry"

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(It goes) (se foram)

All my troubles on a burning pile (todos os meus problemas em uma pilha em chamas)

All lit up and I start to smile (tudo iluminado e começo a sorrir)

If I catch fire then I'll take my turn (se eu pegar fogo, então eu tomarei minha vez)

To burn and burn, and burn (de queimar e queimar, queimar e queimar).

Burning Pile - Mother Mother

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Harry estava com a respiração ofegante por conta das costelas. Ele nunca havia visto seu tio tão bravo como ele havia ficado hoje. Harry também nunca tinha apanhado dessa forma. Ele estava no seu armário, encolhido para ver se a dor nas suas costas e costelas amenizavam. O armário estava frio e um pouco empoeirado, mesmo com os esforços de Harry para mantê-lo limpo, era praticamente impossível.

Ele não queria dormir, porque quando ele fechava os olhos ele via o rosto do seu tio. Os olhos vermelhos da cor de sangue, a fúria estampada na sua expressão. Ele podia sentir o medo novamente, o pânico correndo por suas veias enquanto ele o acusava de ter quebrado a bicicleta de Duda. Harry nunca havia tocado nela.

Harry nunca o tinha visto tão bravo, nem mesmo quando Harry deixou queimar suas torradas no café da manha e derrubou o maldito suco. Então ele soube, soube o que viria. Ele tentou correr, mas o máximo que conseguiu foi chegar ao jardim antes que seu tio o alcançasse e o batesse ali mesmo.

Agora ele estava nesse armário frio enquanto sua mente vagava por outra vida em que ele poderia ter sido feliz. Ele imaginou como eram seus pais, claro que ele só tinha ideia, já que nunca tinha visto nenhuma foto deles. Ele pensava na sua mãe como uma mulher linda, que fazia panquecas no café da manhã e gostava de ler histórias para ele, assim como sua tia fazia com Duda. Harry gostava de pensar em seu pai como um homem alto e que possivelmente usava óculos como ele. Seu pai deveria gostar de jogar futebol e de fazer cócegas pelo chão da sala.

Harry se agarrava a essas imaginações para tentar deixar sua vida mais suportável. Até os 6 anos Harry pensava em alguém que chegasse em sua porta e o tirasse desse inferno, mas, depois de uns anos ele simplesmente aceitou que seu futuro era esse. Não tinha para onde correr ou para quem.

Harry agarrou os próprios joelhos enquanto orava baixinho e deixava as lágrimas saírem. Já fazia horas que ele estava ali, sem comer, sem beber ou ir ao banheiro, e ele sabia que seus tios iriam aproveitar muito isso.

Harry estava fechando os olhos quando escutou a campainha tocar. Logo após algumas vozes foram ouvidas, vozes altas, nervosas. Harry fez um esforço e se levantou para tentar escutar pela brecha da porta.

"O que vocês estão fazendo aqui?" seu tio brandou parecendo nervoso.

"Onde ele está?" um homem de cabelos pretos longos e barba perguntou.

"De quem você está falando?"

"Onde está meu afilhado, Dursley?"

"Senhor Dursley" um homem com a voz calma, porém, cortante falou. Harry tentou olhar mais nitidamente, era um homem velho e tinha longos cabelos e longas barbas prateados "Vamos fingir que você foi educado o suficiente e nos convidou para entrar. Petúnia?" ele disse o nome da sua tia assim que entrou. Harry não conseguia vê-la.

"Ele não está aqui" ela disse.

"Oh sim, ele está! Não minta para nós" o terceiro homem falou. Ele era alto e parecia estar lutando para se manter calmo. Ele tinha algumas cicatrizes no rosto e Harry se sentiu estranhamente familiar. Ele nunca tinha encontrado uma pessoa que tivesse cicatrizes dessa forma. Harry também tinha uma, ela era enorme. Vinha desde a sua testa até abaixo do seu olho.

the men of the stars - livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora