a redenção do senhor

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Sirius suspirou e suspirou novamente sentindo seus pulmões se encher e esvaziar lentamente o deixando mais leve, só que até respirar doía. Ele não soube como conseguiu terminar o ano, terminar o dia sem surtar completamente. Ele se sentia vazio e cheio ao mesmo tempo, ele tinha vontade de chorar, mas nenhuma lágrima saia dos seus olhos, era um inferno viver oscilando entre o tudo e o nada e não saber distinguir isso dentro de si mesmo. 

Ele falhou um punhado de vezes durante esse tempo. Não, na realidade sua vida foi um imenso erro, coberto de falhas e decisões mal tomadas, ele podia contar nos dedos quantas vezes havia acertado algo. Só que era diferentes seus erros de antes para os erros de agora. Lá atrás ele era somente um jovem inconsequente que tinha várias desculpas na ponta da língua para ser idiota, para justificar as decisões precipitadas. Hoje ele é um homem que carrega um peso de toda uma vida de falhas, a culpa as vezes o come vivo e não importa quanto tempo passe.

As vezes Sirius ainda sonha com sua cela, fria e escura. As paredes calejadas pelos outros prisioneiros que davam a entender que sussurravam de volta para Sirius. Os dementadores pairando loucos de sede, sede do resto da alma de Sirius. Ele ainda conseguia lembrar nitidamente como era a sensação, o frio o percorrendo garganta abaixo congelando tudo e o paralisando, ele ainda conseguia sentir o medo nos ossos. Sirius jurava que se pensasse muito nisso ele poderia ouvir os gritos dos outros presos implorando por misericórdia, seja ela a liberdade ou a morte. 

Mas Sirius acordava às vezes ainda molhado de suor quando imagens de Harry ferido ou morto invadiam seu sono. Ele não sabia explicar, mas desde que ele usou a magia para retirar o veneno do sistema de Harry algo havia mudado. Não era algo racional, era puramente sentimental e isso o assustou. Ele lutou, trabalhou durante dias e noites sem dormir para conseguir se familiarizar com todo o sistema bruxo novamente. Estudou as agendas das Casas, fez planos sólidos de passos, montou projetos e os apresentou a Corte. Ele agiu como tinha que agir. Trabalhou e fez alianças importantes para a Casa Potter, colocou a Casa Black em uma melhor visão graças ao apoio de Frank. Mas não foi suficiente. 

Remus trabalhou incansavelmente nas finanças de Harry e da Casa Black, fazendo o possível para reestabelecer tudo para que assim a Casa fosse vista da melhor forma pelos outros Lordes. Remus estudou e fez as duas Casas ficarem bem novamente no campo político para se alguma eventualidade surgisse eles estivessem preparados. Mas não foi suficiente.

Eles e seu avô sentavam muitas noites e discutiam o que fazer agora. Qual Casa deveríamos investir, qual Casa daria proteção a Harry, qual Lorde levantaria sua varinha em favor de proteger Harry. Eles sentaram e analisaram cada agenda política e extraíram tudo que poderiam usar. Mas também não foi suficiente.

Harry terminou de frente a Voldemort. 

Isso não saia da sua mente. A cena. O momento em que chegou naquele alçapão e viu Harry em pé. Seu filho tinha a postura de um lorde e Sirius se culpou por isso, foi difícil ver que seu filho estava prestes a completar somente 12 anos. Harry enfrentava Voldemort de cabeça erguida e Sirius se amaldiçoou por Harry precisar fazer isso. 

Voldemort conseguiu os passar novamente e ficou cara a cara com seu filho. Isso fazia seu sangue gelar e esquentar na mesma proporção, ele se sentia desnorteado. Desnorteado por isso e por saber que isso aconteceu graças a Peter. Peter que armou para eles, que o segurou naquela sala enquanto Voldemort avançava sobre as paredes do castelo. Peter que deu informações cruciais a Voldemort, que falou sobre Harry para o homem que o queria morto. 

Não, ele não poderia pensar em Peter! Peter era um assunto que deveria ir para o fundo de sua mente até ele ter certeza que poderia lidar com isso sem correr o perigo de deixar sua magia se descontrolar. 

the men of the stars - livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora