o último treino, o último suspiro

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Sirius não teve tempo suficiente para parar e pensar nas consequências e no motivo da sua visita a escola ontem. Ele não era tolo, ele sabia que tinha algo acontecendo com Harry, ele podia sentir na sua alma que havia alguma coisa acontecendo, mas ele achou que Harry iria contar assim que se sentisse pronto, que se sentisse preparado para dividir o que quer que o estava afligindo. Ele confidenciou a Minerva e pediu que ela aumentasse a vigilância pessoal de Harry. 

Mas Harry estava se partindo mais uma vez e Sirius não viu por que não estava perto o suficiente do seu filho para identificar os sinais. Harry estava longe de si, longe dos seus olhos atentos, da sua observação minuciosa e a culpa o derrubou mais uma vez. Como ele poderia manter os olhos atentos em Harry se ele estava longe de si? Se o único contato que eles tinham era por uma ligação? Como Sirius poderia dar conta disso? 

Ele sentiu a necessidade de gritar e ele gritou, rugiu assim que chegou em casa e as paredes da Marauders House tremeram com o seu poder descontrolado. Raiva. Pura raiva por Snape. Raiva pelo próprio Sirius. Depois de uma explosão veio a dor e ele e Remus somente sentiram juntos. 

Mas não deu muito tempo de Sirius sentar e analisar qual seria seu próximo passo. Certo, ele havia conversado com Albus, gritado em alguns momentos e pelo menos a aula de poções de Harry estava certa. Isso havia sido uma ideia na qual Sirius teve no momento, Harry não teria aula com Snape e Sirius poderia ver seu afilhado. Dois coelhos com uma cajadada só. 

Mas não demorou muito para que uma carta do Ministério chegasse ao Largo. A carta tinha o símbolo do Ministério gravado, mas havia um carimbo da Chefe do Departamento de Execução de Leis Mágicas. Era um chamado urgente, e Sirius junto com Remus não se demoraram até partirem para o Ministério.

O Ministério parece que adivinhava e estava imensamente cheio. Pessoas correndo, reclamando, rugindo ordens e sendo ordenados. O átrio parecia mais limpo, mas lustroso, tão preto que Sirius poderia ver a cor dos seus olhos refletidos. Cartas voavam acima de suas cabeças ligeiramente e pessoas tinham que se abaixar para algumas não darem de cara com seu rosto. 

Sirius pode ver de longe Arthur andando apressado com algum funcionário em sua cola, o cabelo ruivo era inegável no meio do ministério preto e cinza. Suas roupas esvoaçando atrás de si enquanto o Chefe do Departamento de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas encaminhava o homem para o próximo andar, não parando de andar um minuto sequer.

Mais à frente havia o segundo no comando do Departamento de Aurores rugindo ordens a torto e direita. Sua capa preta imaculada brilhando enquanto metade do seu cabelo longo caia atrás. Sirius percebeu que Rufos deveria estar na sala de Amelia já que seu imediato estava andando a frente dos alunos que estavam na academia, enquanto gritava algo que eles não deveriam fazer em hipótese alguma. Sirius pensou que o treinamento era mais divertido em sua época, quando ele e James faziam questão de deixar Olho Tonto de cabelos em pé.

Mas ele não se demorou e seguiu com Remus ao seu lado tão tenso quanto o próprio Black. O cabelo de Remus sempre impecável estava mais desarrumado e mais branco, Sirius pensou com uma pontada de tristeza por ter passado tantos anos longe do velho maroto. Suas roupas eram o mesmo tom de sempre, marrons escuros misturados com marrons claros, quase terroso. Um sobretudo caindo elegantemente pelos seus ombros largos feitos sobre medida, uma camisa preta básica por dentro de uma calça de alfaiataria marrom, quase da dor do sobretudo. 

Sirius e Remus eram elegantes a sua maneira, mas um elegante diferente, um elegante que conseguia demonstrar a personalidade de cada um. Enquanto Sirius era mais mortal em seu estilo de botas pretas, calça de couro de dragão e uma capa esvoaçante com o brasão Black estampado no peito. Remus era perigoso de um jeito elegante e calmo. Sirius sorria toda vez que alguém presumia que o mais perigoso fosse Sirius. Besteira. Remus quando irritado poderia derrubar montanhas com um único movimento da varinha. Era uma subestimação comum.

the men of the stars - livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora