Batalha Pat. 1- Cap 10

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Rin Nohara

Com as ordens dadas, ficamos no escritório esperando dar meia-noite. Jiraya e Tsunade se abraçavam e sussurravam coisas melosas enquanto Guy se alongava, Minato falava ao telefone com o Naruto e a Kushina, e Tatia estáva sentada em uma poltrona. Kakashi permanecia ao meu lado, mantendo certa distância e em silêncio.

— Como você está? - Perguntei ao Kakashi

Ele também achava que o Obito era um traidor, ele deve estar muito confuso com toda essa história também.

— Tô legal. - Ele respondeu, somente- E você?

— Tô legal.

Minato sensei desligou o telefone e informou que partiriamos em cinco minutos.

— O Yuri.. - Kakashi começou

— Ele é um idiota, não quero falar sobre isso.

— Você vai voltar pra Vila da chuva?

— Sim, em alguns dias. - Respondi - Não sei o que vou dizer para as crianças.

— Vai apresentá-las ao pai, eu imagino.

— É claro que vou! Não seria justo com elas se fizesse o contrário. - Respirei fundo - Mas não sei como ou quando vou fazer isso.

— Você é uma boa mãe, Rin. Vai saber o que fazer.

Forcei um sorriso.

— Sabe, eu conversei com uma pessoa hoje e fiquei sabendo que o Obito...

— Se preparem, vou nos teleportar em um minuto. - Minato avisou

Kakashi pois a mão em meu ombro antes de dizer:

— Me conta quando a gente chegar.

Sorri em agradeço, e então conferi minhas kunais, shurikens e minha mais nova katana.

— Vamos lá. — Minato se aproximou de cada um de nós desenhando um selo em nosas mãos — Isso vai permitir que eu teleporte todos vocês de uma vez só. Por favor, não apagem.

Quando todos já tínhamos o selo, o Minato nos teleportou direito para onde o Zetsu estáva.

O teleporte foi como mergulhar em escuridão e em um segundo estávamos caindo. Quando meus pés tocaram o chão eu abri um pouco os braços para manter o equilíbrio, mas assim que vi quem estáva a nossa frente eu peguei minha adaga com a mão direita.

Mas meu olhar se voltou para o Obito que mantinha sua máscara laranja no rosto. Um nó se formou na minha garganta, olhei para baixo por alguns segundos e pisquei várias vezes para afastar as lágrimas.

Só me dei conta de que tudo aquilo era real quando o Minato gritou o nome do Obito e eu o vi correr até uma das pontas da sala para fazer um jutsu de barreira e então percebi que havia um manto de chakra em mim. Ótimo, eu ia precisar dele mesmo.

Toquei a Tatia passando o manto para ela também, depois fiz o mesmo nos outros.

Os clones brancos do Zetsu avançaram em mim. Fiz a primeira calda do manto sair e atingir os clones derrubando-os. Conti um grito quando todo aquele chakra ferveu por minha pele.

Minato e Guy estavam lutando contra o Zetsu, enquanto o Obito, Jiraya e Tsunade mantinham àquela barreira.

Continuei enfrentando os outros clones com kunais e shurikens, além do próprio manto fervente.

Quando as minhas ferramentas acabaram, eu saquei a katana e atingi tudo que via pela frente. Enterrei a espada em cada clone, cortei tudo que pude, despejando aquele ódio e frustração que sentia. Meu rosto estava encharcado com lágrimas que eu não sentia deslizar por minha bochecha.

Só quando senti uma mão no meu ombro, eu me dei conta do que estáva havendo. O manto já não cobria mais nenhum de nós, eu estava golpeando um único clone que já tinha morrido, eu gritava e as lágrimas jorravam dos meus olhos.

— Basta. — Disse Kakashi — Já foi, você acabou com eles.

Me virei soltando a Katana no chão. Enterrei o rosto no peito do meu amigo enquanto ele me abraçava, um grito ensurdecedor saiu de mim. E por mais que eu gritasse, cortasse ou batesse, a dor não parava, meu coração estáva sendo esmagado, mais ainda pelo fato de que a poucos metros de mim estáva o homem que eu amo e que me abandonou.

Kakashi me apertou em seus braços sussurrando coisas para tentar me acalmar, mas eu não o escutava, só ouvia a risada alta do Zetsu e então as ameaças que diziam que nunca íamos encontrar o corpo do Madara.

Barulho e mais barulho, me afastei bruscamente do meu amigo e vi aqueles papéis bomba caírem sobre os clones restante acabando com eles.

E lá estáva os meus outros amigos, os discípulos do Jiraya.

— RIN! — Gritou Tatia do outro lado da sala onde ela agora segurava o Zetsu com toda sua força

Fiz um ninjutsu médico de paralisação, concentrando chakra na palma da mão esquerda. Com a mão direita peguei minha katana e caminhei sem pressa até eles.

Enquanto isso o Minato preparava seu jutsu mais seguro de selamento.

Balancei a katana fazendo movimentos agressivos e então cheguei até o Zetsu. Soquei seu estômago com o punho esquerdo paralisando-o.

— Isso aqui é por ter invadido minha Vila. — Golpeei ele cortando seu tronco

Ele gritou, mas apenas a parte branca sangrava. Tatia só o segurava agora para o impedir de cair.

— Isso é por meus filhos que não conheceram o pai. — Mais um golpe seguido de outro grito

Ouvi alguém gritar meu nome, mas não me dei ao trabalho de tentar reconhecer a voz.

— E isso é por mim. — Enterrei a katana no lado preto de seu abdômen.

Tatia o soltou e saiu de perto rapidamente.

— Por ter me tirado a pessoa que eu amo — Torci a katana dentro dele — E por ter o feito sofrer. — Enterrei mais fundo e torci mais e mais até os gritos dele ficarem ensurdecedores.

— RIN, VOCÊ TEM QUE DEIXAR A GENTE FAZER O SELO AGORA! — Era Tsunade, os gritos dela quase não me alcançava.

Foi aí que eu olhei para trás e vi que tinha nos envolvido em uma barreira de chakra vermelho fervilhante e impenetrável. Todos estavam olhando para mim agora, a outra barreira desfeita.

Os olhos do Obito me observavam sem parar, ele tirou a máscara e gritou, gritou meu nome várias e várias vezes. Mas eu não ouvia, apenas lia seus lábios. Eu vi a barreira cair assim que senti algo perfurar meu ombro direito, pouco acima do pulmão.

Vi rostos pálidos, bocas se movendo lentamente, gritos que não alcançavam meus ouvidos, vi o mundo escurecer lentamente enquanto eu desabava.

Eu caía e caía em uma queda sem fim, até que a escuridão me abraçou e eu ouvi alto e claro, ouvi os gritos de desespero do Zetsu, gritos de ódio dos meus amigos e o choro da minha Sensei.

Depois ficou silêncioso, calmo e em paz. A dor se esvaindo por completo enquanto eu morria.

Estarei sempre te observando 2Onde histórias criam vida. Descubra agora