Acordada - Cap 13

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Rin Nohara

Abri os olhos com dificuldade e a luz entrou com tudo fazendo eu os fechar denovo. Meu corpo todo doía, minha cabeça latejava e pra piorar tinha alguém conversando perto de mim.

No começo não reconheci a voz, nem entendi o que estava falando. Eu nem sabia onde estava. Mas aos poucos meus sentidos foram voltando assim como minhas memórias mais recentes.

- Eu sei que eles são incríveis - a voz dele estava embargada -, mas não me pareceu certo visitá-los sem você.

O que?

- Tia Kushina disse que podia ficar na casa dela, mas eu escolhi continuar na minha casa. Lá tem seu cheiro em tudo. É incrível como eu me encho de nostalgia apenas entrando na sala.

Obito deve estar me contando suas memórias mais recentes. Sorrio por dentro, por que mover os lábios dói.

- Eu queria te falar tanta coisa, Rin... E eu tenho medo de que você nunca acorde, por que eu nunca vou ficar em paz se não puder te contar que tudo que eu fiz, até te magoar, foi por que eu estava com medo de te perder - houve uma pausa um pouco longa, apenas com o barulho de seu choro. - Isso não justifica nada, e você tem todo o direito de me odiar, mas eu queria mesmo que você não me odiasse.

Senti suas mãos segurando as minhas, ele apertou de leve e então eu senti seus lábios beijarem cada uma delas.

- Me desculpe, ta bem? - senti ele se afastar. - Os gêmeos vão chegar logo, então eu já tenho que ir.

Ah, claro. Ele não quer conhecer os gêmeos sem mim. O que é estranho, mas compreensível.

Me forcei a abrir os olhos, mesmo que um pouquinho. Me forcei a mecher o braço e me forcei a falar.

- Não... - foi menos que um sussurro, mas ele me ouviu.

Quando Obito se virou para mim denovo seus olhos, além de molhados, estavam arregalados. Senti o peso de seu olhar sobre mim. E quando ele sorriu, nossa, alguma coisa derreteu dentro de mim.

- Rin.. - ele voltou a pegar minhas mãos. - Por favor, diz que eu não estou sonhando.

Neguei com a cabeça, pois não conseguia mais encontrar minha voz, talvez por causa do nó em minha garganta. Minha visão embaçou, eu senti líquido escorrer por minhas bochechas.

- Não se mecha, ta bem? - ele beijou o topo da minha cabeça. - Vou chamar a Tsunade.

Então ele correu para fora do quarto.

Quando Tsunade chegou, eu já tinha parado de chorar, mas meu rosto ainda estava molhado. Ela pegou um pano e passou por minhas bochechas e perto dos meus olhos.

- Consegue falar, querida? - ela perguntou.

Neguei com a cabeça.

- Certo. Você está nós vendo bem?

Assenti.

- Ouve bem?

Assenti denovo.

- Ótimo - Tsunade sorriu. - Consegue se mover?

Neguei.

- Seu corpo dói ou você não o sente?

Eu não sabia como responder, não era uma pergunta de sim ou não.

- Dói? - Obito perguntou.

Assenti.

Tsunade segurou meu pé e começou a mecher nele.

- Sente isso?

Assenti.

- Perfeito.

Depois de mais uma série de perguntas, Tsunade pediu que o Obito saisse. Ele hesitou, mas o fez.

- Seu final feliz está quase ai, não é?

Franzi a testa.

Não, não estava. Infelizmente, não estava. Por mais que eu quisesse o contrário, ainda tinha toda a questão da traição.

- Sua família está aqui, Rin. Seus filhos e o pai deles.

Sim, o homem que me abandonou grávida. Contenho a vontade de revirar os olhos por que até isso doeria.

- Fique acordada, ok? - a mão dela brilhou com um chakra verde. - Isso vai doer um pouco, mas é só para ter certeza de que você vai voltar a mover os músculos.

Então a dor veio, forte e arrogante. Por um momento pensei que poderia desmaiar de tanta dor, mas eu só gritei com uma voz que eu não sabia que estava aqui.

Estarei sempre te observando 2Onde histórias criam vida. Descubra agora