Capítulo 5

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Um raio de sol. Dois raios de sol. Sim. Hoje é o dia. Hoje é o dia que ser enviada para o palácio. Não sei se estou feliz ou triste. Não quero deixar a minha família, não quero deixar de ser quem sou.
Mas também quero deixar esta tristeza da vida para trás.
Pego na minha mochila e guardo lá dentro um par de ténis, umas calças de ganga e uma camisola. Guardo também o meu pijama, os meus pertences higiénicos e o bloco de notas que Mel me deu.

Vou ao quarto da mãe uma última vez com uma lágrima no canto do olho.

- Rose? - Oiço a mãe a chamar-me e dirijo-me a ela - Querida, não te preocupes, vai ficar tudo bem. Olha, quero que me faças um favor - eu assinto com a cabeça - Não quero que te estejas sempre a preocupar como é que eu estou. Quero que sejas feliz. E quero que saibas que eu te amo. Nunca te esqueças disso!

- Não me vou esquecer. - Eu abraço-a já a chorar.

Dirijo-me a Mel e abano-a.

- Rose... Rose não te esqueças de me escrever. Quero saber tudo sobre o palácio, quero saber tudo sobre o príncipe. Adoro-te maninha!

- Adoro-te também, pirralha!

Damos um abraço e eu digo um último adeus à medida que saio do quarto.

Saio de casa e à porta lá estão os guardas reais.

Respiro uma última vez. Enquanto posso. Sim, porque sei lá, uma das 'situações em que não podemos concordar' pode ser não respirar.

Sento-me num grande banco de pele dentro da limusine e pouco tempo depois estamos no aeroporto. Entro num avião privado e deparo-me com Amanda lá sentada. Claro. Como somos da mesma cidade temos de ir juntas para o castelo. Que bom.

Amanda finalmente se apercebe que eu lá estou e dá-me um olhar mortífero:

- Quê, tu também foste selecionada? Ahah tenho ali roupa suja criadita!

Agora estou furiosa.

- Ouve bem, Amanda! Não sou mais a tua criada, por isso posso dizer aquilo que bem me quiser e apetecer! Não tens o direito de me tratar desta forma, eu nunca te fiz nada! Pelo contrário, tu sempre tiveste prazer em irritar-me e eu nunca, mas nunca levantei a voz contigo. Mas fica descansada que isso não volta a acontecer!

Sento-me, furiosa.

-Queriduxa, não penses que isto fica assim - Ela ameaça.

- Estou borradinha de medo.

- Ainda bem, porque devias!

E depois, silêncio.

Ela deve achar que eu tenho medo dela. Ahaha, como está enganada.

E assim o avião parte.

Agora posso dizer que estou com medo, mas não de Amanda: do avião. Agrrrr, acho que vou vomitar!

As horas passam rapidamente e... Ufa.

O Avião finalmente aterra.

Um guarda vem abrir-nos a porta e assim que saímos começo a ouvir gritos. Uma multidão imensa grita o meu nome e o de Amanda.

Eu aceno e sorrio enquanto ando. Assino uns cartazes aqui e ali, agradecendo sempre o apoio de todos.

Ao passo que Amanda ignora completamente os seus 'fans' e caminha enquanto lima as unhas. O quão snob.

Acabamos por entrar para outra limusine, e espero que esta finalmente nos leve ao palácio.

Leva mesmo.

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